sexta-feira, 29 de julho de 2011

Afinal só as moscas é que mudaram...

(Da net)
AFINAL SÓ AS MOSCAS É QUE MUDARAM....
REENCAMINHEM PARA SE DENUNCIAR ESTA POUCA VERGONHA.

Com este monopólio açambarcador tem forçosamente de haver desemprego para os que não são «génios», isto é, não são amigos dos poderosos.
O «amiguismo» impera, e não se notam diferenças entre este e os Governos de Sócrates…
Esta corrupção (de troca de favores) será mesmo uma doença nacional incurávei ??? Não deveremos lutar contra ela com persistência e sem medo? Penso que sim…
Mais um que ainda vai ter um AVC de tanto trabalhar...
António Nogueira Leite vai ser vice-presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos e ganhar mais de 20 mil euros por mês. O académico, que foi conselheiro de Pedro Passos Coelho (quem diria?), vai assumir funções executivas, ocupando o lugar de número dois do próximo presidente executivo do banco público.
Actualmente já é:
- administrador executivo da CUF,
- administrador executivo da SEC,
- administrador executivo da José de Mello Saúde,
- administrador executivo da EFACEC Capital,
- administrador executivo da Comitur Imobiliária,
- administrador (não executivo) da Reditus,
- administrador (não executivo) da Brisa,
- administrador (não executivo) da Quimigal
- presidente do Conselho Geral da OPEX,
- membro do Conselho Nacional da CMVM,
- vice-presidente do Conselho Consultivo do Banif Investment Bank,
- membro do Conselho Consultivo da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações,
- vogal da Direcção do IPRI.
É membro do Conselho Nacional do PSD desde 2010.
Os amigos começam a ocupar os bons lugares e, mesmo quando dizem que querem poupar e reduzir nas despesas, quando aumentam impostos, quando aumentam os transportes, a saúde e anunciam qua ainda agora começaram os sacrifícios, não têm vergonha de aumentar o número de administradores da CGD de sete para onze. Há que haver lugares para todos e aos Barões não serve qualquer um. Têm de ser lugares de luxo e prestigio que são gente importante.

terça-feira, 26 de julho de 2011

As estrelas cadentes e decadentes

João J. Brandão Ferreira

A actriz Amy Winehouse morreu.

Numa sociedade “equilibrada” ler-se-ia no seu epitáfio o cristianíssimo “paz à sua alma”. Epitáfio cristão, simples e … pudico.

Em vez disto a morte da jovem cantora – que alguém agora descobriu pertencer à maldição dos artistas que morrem aos 27 anos (!!) - viu-se rodeada de uma imensa homenagem pública e mediática, nalguns casos com cenas de histerismo e choro convulsivo.

Eventos semelhantes têm sido recorrentes, o que passa a ter significado sociológico, sobretudo se tivermos em conta as multidões que arrasta, sobretudo jovens. O fenómeno merece alguma reflexão, creio, para além da sempre presente “psicologia das massas” e de algumas psicopatias avulsas.

Vejamos, em síntese, o caso vertente: segundo os versados em vozes e cantorias, o talento da moça cedo se revelou e possuía características únicas que levaram a classificar, mais tarde, a sua performance como “original”. A sua carreira foi assim tão curta quanto fulgurante.

Em simultâneo a sua vida pessoal foi pasto de muitas conturbações – o que também acontece a uma grande parte, senão à maioria das pessoas – o que a terá feito resvalar para os excessos do álcool e das drogas, o que já não sendo maioritário, sucede a muito boa gente.

São dramas pessoais que existem desde o princípio dos tempos e que se devem tentar perceber e resolver numa esfera pessoal e privada.

Ainda segundo os entendidos – porque aí não metemos prego nem estopa – Amy teria todas as condições para ter uma boa carreira e o que se convencionou apelidar de ter “o mundo a seus pés”.

Winehouse usou, também, de toda a parafernália de clichés e usanças, que encontram aconchego nos mais baixos instintos humanos e são adorados (pudera!), pela imprensa “cor-de-rosa” e não só: trajes identificadores e ousados; pinturas e adereços que desfeiteavam a sua beleza natural; entrevistas provocatórias e de “nonsense”; letras indecorosas ou subversivas; coreografias a roçar o pornográfico; poses aberrantes, etc.

Tudo isto se passou na sua curta vida, a que não é difícil imaginar um fim voluntário, misturado com escândalos vários e, a partir de certa altura, a omnipresença (até explicita) de estupefacientes – a que se foi dando a mais copiosa divulgação pública.

Ora tudo o que é explícito e publicitado, sem haver referências morais e cívicas que o enquadrem, pode passar a ser um exemplo a seguir, para o vulgo. Amy parece-nos, porém, a antítese de qualquer exemplo que deva ser passado para a sociedade. A prova disso, se a quisesse - mos tirar, seria perguntar aos leitores e, inclusive, aos seus fãs, se a gostariam de ter como filha, irmã ou mulher…

Os seus vícios privados, mesmo que não fossem intentados ser tornados públicos, viriam inevitavelmente a público, nos dias de espectáculos interrompidos ou cancelados por indecente ou má figura. O que, traduzido na prática, revela uma enorme falta de profissionalismo e respeito por quem paga o bilhete.

Mas a vedeta do palco insiste em destruir-se até que vira cadáver e é o que se vê!

A venda de discos dispara, fecha-se a quadratura do círculo…

Todos os dias, pelo mundo inteiro, existem exemplos de santidade; de pessoas que dedicam a vida à investigação em prol da Humanidade; heróis que arriscam a vida pelas suas Pátrias ou por causas nobres que abraçam, etc., ou simplesmente os muitos milhares de pessoas “normais”, que vivem sem alardes, mas trabalham com dedicação, cuidam da família, pagam os seus impostos, isto é são cidadãos de corpo inteiro e são, efectivamente, quem faz a civilização avançar e não regredir.

Todos estes comparados com a Amy, e outros como ela, à luz do ocorrido, não valem nada.

A mim, pelo menos, parece-me que há algo de errado nisto tudo.



domingo, 24 de julho de 2011

É urgente despolitizar a Segurança Social

Camilo Lourenço, Jornal de Negócios

O Instituto de Gestão dos Fundos de Capitalização da Segurança Social quer alterar a legislação que obriga a investir pelo menos 50% dos fundos em títulos de dívida pública portuguesa ou em títulos garantidos pela República. A ideia é obrigar a que pelo menos 50% seja investido em dívida dos países da OCDE.

A medida é sensata. Se o Fundo de Estabilização Financeira serve para rentabilizar valores que podem ser necessários para colmatar o défice do sistema de pensões, as regras que disciplinam a sua gestão devem ser… à prova de bala. Ou seja, a gestão não pode ser influenciada por critérios políticos, como tudo indica que aconteceu nos últimos meses.

É pena que o Instituto só agora tenha proposto uma medida que devia ter tomado em 2010, quando ficou claro que Portugal ia precisar de ajuda externa (e quando os investidores estrangeiros já despejavam a nossa dívida, com grandes descontos). Se o tivesse feito nessa altura ficaríamos a saber que pretendia proteger o sistema de pensões de influências políticas (traduzido na pressão para comprar mais dívida pública nacional). Não o fez e aumentou a exposição do fundo a títulos que podem ser afectados por um "default".

A gestão da Segurança Social deve estar protegida dos interesses conjunturais dos governos (o FEFSS não recebe transferências há quatro meses…). Razão suficiente para conferir maior independência a quem gere os seus dinheiros. Começando pela forma de nomeação dos seus responsáveis (envolvendo a AR e o Presidente?) e acabando na necessidade de prestar contas na AR. Caso contrário corremos o risco de fragilizar ainda mais um sistema de pensões que já está sob enorme pressão.