quarta-feira, 2 de setembro de 2009

U.N. Recommends Mandatory Sex Education for Kindergarteners

According to a report at FOX News, the United Nations is recommending that children as young as five receive mandatory sexual education which would teach them about topics such as gender violence and masturbation.

The U.N.'s Economic, Social and Cultural Organization (UNESCO) released a 98-page report in June offering a universal lesson plan for kids ranging in age from 5-18, an "informed approach to effective sex, relationships" and HIV education that they say is essential for "all young people."

The Report is entitled "International Guidelines for Sexuality Education" and separates children into four age groups: 5-to-8-year-olds, 9-to-12-year olds, 12-to-15-year-olds and 15-to-18-year-olds. Children in the 5-to-8-year-old group will be told that "touching and rubbing one's genitals is called masturbation" and that private parts "can feel pleasurable when touched by oneself."

Upon reaching 9 years of age, the children will learn about homophobia, transphobia, the abuse of power, and the positive and negative effects of aphrodisiacs. They will also learn that abortion is safe. At age 12, the children will learn the "reasons for abortion" and by age 15 will be exposed to direct "advocacy to promote the right to and access to safe abortion."

To read a copy of the report, click here.

The U.N. calls its program "age appropriate," but critics such as Michelle Turner, president of Citizens for a Responsible Curriculum, say the program is exposing kids to sex far too early and offers up abstract ideas that the children might not even understand.

"At that age they should be learning about ... the proper name of certain parts of their bodies," said Turner, "certainly not about masturbation." "Why can't kids be kids anymore?" she asks.

Organizações pró vida questionam o funeral católico de Kennedy


A Catholic pro-life leader has some scathing words concerning Senator Ted Kennedy's Catholic funeral.

Thomas Euteneuer, president of Human Life International, released this statement concerning Senator Kennedy. "We must, as a matter of precept, pray for the salvation of heretical Catholics like Senator Edward Kennedy, but we do not have to praise him, let alone extol him with the full honors of a public Catholic funeral and all the adulation that attends such an event."

He adds that while Senator Kennedy called himself Catholic, like Speaker of the House Nancy Pelosi and Vice President Joe Biden, they are actually wolves in sheep's clothing.

"They do not hold to the teaching of the church. They, in fact, take every opportunity seemingly to contradict the teaching of our church," Euteneuer says. "So in the case of Senator Edward Kennedy, he was not only against his church's teaching on the issue of abortion, but the same with embryonic stem cell research, the same with gay marriage and various other issues which set him in diametric opposition to his church's very well-defined and clearly articulated teaching."

Euteneuer says he is speaking out now to remind everyone that Catholics cannot honor a person with a full and public Catholic funeral when, like Senator Kennedy, he really was not.

A educação sexual e D. Afonso Henriques

A questão pode parecer peregrina, mas não é. Com efeito, foi precisamente neste ano, em que se festejam os novecentos anos do primeiro Rei de Portugal, que se implementou no nosso país a educação sexual obrigatória. Uma tão feliz coincidência não pode ser mero acaso, pelo que parece ser pertinente questionar a relação entre aquela efeméride e esta nova vertente da educação em Portugal.

É certo e sabido que D. Afonso Henriques não teve qualquer tipo de educação sexual, muito embora uma tal carência não tenha significado para o nosso primeiro monarca nenhuma especial inaptidão, pois não só foi pai da nação como, também, de onze filhos! Mais ainda: todos os seus contemporâneos que geraram descendentes, fossem eles nobres, burgueses ou filhos do povo, todos, sem excepção, fizeram-no sem que lhes tivesse sido dada nenhuma educação sexual. É incrível, mas é verdade.

E, não obstante esta ignorância sexual generalizada, o país não se extinguiu! É caso para dizer: milagre! Era de esperar que os portugueses tivessem desaparecido do mapa, por desconhecimento da ciência da reprodução, acintosamente omitida pela Igreja e pelo Estado, nos seus respectivos estabelecimentos de ensino. Mas não! De forma absolutamente prodigiosa, os portugueses, sabe-se lá a que custo, lograram trazer filhos ao mundo! Filhos das trevas e da falta da educação sexual! Filhos da iliteracia sexual que o nosso país sofreu durante oito séculos!

Temo que seja esta a ancestral razão pela qual muito se gaba, e com razão, a proverbial capacidade lusitana de improvisar: não havia aulas, os homens e as mulheres não sabiam educação sexual e, contudo, apareciam filhos, tantos filhos que se espalharam pelas sete partidas do mundo! Se a ignorância sexual foi tão prolífica para Portugal, será que a educação sexual esterilizará o nosso país? Será que o que se pretende, com a nova disciplina curricular, é que os portugueses mirrem e se extingam, em vez de se expandirem e multiplicarem?!

Seja como for, a verdade é que o governo entendeu por bem pôr termo a esta atávica falta de educação sexual nacional. Mas, se pega a moda do Estado pretender ensinar o que é óbvio e natural, em vez do que é elevado e racional, é de esperar que a reforma educativa não se fique pela sexualidade. Falta, por exemplo, uma disciplina de educação respiratória, porque há quem não saiba inspirar e expirar em condições. O mesmo se diga da educação digestiva e de todas as outras expressões das mais básicas necessidades do nosso organismo. Em suma: a introdução da educação sexual não é uma simples alteração cosmética da política educativa, mas o início de uma nova era, a vanguarda de uma autêntica revolução. Abaixo o português e a matemática e viva a educação sexual! Abaixo a cultura e viva a educação animal! Abaixo a educação humanista e viva a educação «bestial»!

A propósito, não será por falta de educação sexual que o lince ibérico está em vias de se extinção?! Se os homens, que em princípio são animais racionais, têm necessidade, no sábio e prudente entendimento dos nossos governantes, de uma aprendizagem que assegure a sua reprodução, com mais razão os animais irracionais precisam de uma formação específica que os ensine a procriar. Crie-se, pois, sem mais demora, a Escola C+S da Malcata e imponha-se aos linces a frequência obrigatória das respectivas aulas de educação sexual: é a única solução capaz de impedir o seu dramático desaparecimento.

Gonçalo Portocarrero de Almada

domingo, 30 de agosto de 2009

O Sistema não tem inimigos

Torna-se importante notar que, desde o Bloco de Esquerda até ao CDS, passando portanto pelo PCP, PSD e PS, não há qualquer posição que desafie o Sistema Político Instalado. Todos se dizem democratas e declaram aceitar as regras do jogo. Parece simples, mas não é.

Em 1974 e 1975, o PCP, como partido revolucionário, jogou para impor um Sistema diferente deste e semelhante ao que existia ao tempo na URSS. Vieram a perceber que não conseguiam e passaram a entrar no Sistema, que os seu dirigentes só formalmente criticam com um lista previsível de acusações, todas elas feitas ao nível prático. Segundo esse relato, o Sistema não está aperfeiçoado porque não garante uma lista enorme de direitos dos trabalhadores. O discurso não tem substância porque não ataca o sistema directamente numa linha leninista ou mesmo marxista, como devia ser a matriz do dito partido vermelho da foice e do martelo.

O recém-criado Bloco, formado pelos trânsfugas de três partidos de extrema esquerda, cujo triunvirato ainda se nota com a hegemonia do demagogo Francisco Louçã, não teve senão que aceitar o Sistema e lutar por votos segundo «as regras do jogo». Mas mais: vindos de um pensamento totalitário e claramente antidemocrata, passaram imediatamente ao acto de adoração latrêutica à democracia, que segundo eles está imperfeita.

Cadeia alimentar

O Partido Socialista, vindo dos exagerados excessos dos jovens exilados na Alemanha, como bem descreve Rui Mateus, perceberam desde cedo o significado da riqueza e o peso do dinheiro. E essa compreensão era incompatível com o marxismo que diziam professar. Por consequência, tiveram que enfrentar num combate mortal a máquina treinada e subversiva do PCP, que queria o poder em Portugal e julgava isso possível instrumentalizando o poder militar, e em seguida definir o Sistema em seu favor. Meteram o marxismo e até o socialismo na gaveta da secretária e banquetearam-se, quando no controle do Sistema, com os recursos do Sistema. Definiram a exploração a seu favor, colocando-se no topo da cadeia alimentar. Foram anos em que o Sistema tomava forma e em que quem passava pelo círculo do poder ficava rico, como é hoje manifesto. A diferença de pecúlio entre o momento da chegada ao círculo e o momento de saída é verdadeiramente notável e não se explica pelos ordenados. Com vocação para o Sistema, o PS ajudou fortemente a erguer o Sistema de que beneficia agora. É um defensor do Sistema.

O PSD fez uma longa caminhada com os mal vistos pelo Sistema. Forçou a entrada no Sistema contra o PS e o PCP e tratou de colaborar na adequação do Sistema às suas necessidades alimentares. Na realidade, é um defensor do Sistema, porque o Sistema é também uma criação sua. Também entende que o Sistema tem que ser melhorado, com menos corrupção, mais transparência, mais emprego, mais seriedade. É o discurso do costume. Os slogans são pobres nesta campanha e todos intrinsecamente falsos ou ambíguos. A sua máquina desatinada defende o Sistema, só com alguns não alinhados a apontar o dedo ao sítio certo. São defensores do Sistema.

O CDS, depois de muitas mutações, conseguiu sair de uns pequenos papéis colados nas bocas de Metro da cidade de Lisboa e entrar no Sistema como parente pobre. Ensaiou na sua área de interesses todas as estratégias possíveis com Freitas do Amaral, Lucas Pires, Adriano Moreira, Ribeiro e Castro e Paulo Portas. Foi do Centro (de quê?), foi partido democrata-cristão fora de tempo, foi a direita possível no Sistema, foi conservador, foi neoliberal, tornou a ser cristão e de direita. Bom, mas é do Sistema. Propõe mudanças no Sistema, mas é democrata.

Não se vê no espectro de partidos políticos com representação na Assembleia quem não seja do Sistema e esteja ali para derrubar o Sistema.

Oligarquia satisfeita

Isto significa o êxito da democracia em Portugal, mas não uma democracia de êxito, de sucesso. É o sucesso do Sistema, mas o Sistema não nos leva ao sucesso. É caro, inoperacional, pouco eficiente, facilmente corrompido e, acima de tudo, proporcionou a formação de uma oligarquia política que se alimenta do Estado e que desempenha essa função sem sentido de serviço a não ser o serviço que faz a si mesma.

A oligarquia existente tem mudado muito lentamente no tipo de pessoas, mas revela-se incapaz de se renovar verdadeiramente até pela presença de famílias, cujos descendentes parecem que herdam a faculdade de subir ao círculo do poderio político.

É interessante estudar o modo como a oligarquia reage a uma ameaça de expulsão ou de renovação. A primeira feita com sentido foi a do partido dito PRD, que aproveitou a figura do General Eanes para se desenvolver e ganhar uma parte substancial da Assembleia, preparando-se, como é lógico, para partilhar os bens disponíveis no Sistema. Todos os partidos (claro que queremos significar os dirigentes contentes dos partidos) identificaram o inimigo: os despojos do dia, o festim, estava ameaçado porque chegavam uns sujeitos esfomeados. Tocaram as trombetas e o partido, depois de umas manhosas habilidades, desapareceu por onde veio, espalhando-se o pessoal dirigente por uns tachos adequados para os manter longe da grande gamela, mas satisfeitos. A mais recente experiência é a sanha com que tratam a rapaziada pouco cristã, cabeça rapada, fatos pretos, correntes, do partido nacionalista. Crêem piamente que ali há nazismo, xenofobia, que os miúdos e as miúdas têm quartos que em vez de exibir cartazes dos Bandemónio, ou dos figurões do heavy metal, têm é o preocupante hábito de pintar suásticas nas paredes, talvez meter umas fotos do tio Adolfo em vez do sorumbático e doente Lenin, e para mais são capazes de ter escondido algumas cópias proibidas do Mein Kampf. É tão preocupante que todos querem eliminá-los e nem sequer os querem deixar ter acesso ao Kindergarten político. Isto já é maldade ou querer mostrar serviço, quando o serviço deveria consistir em prender os criminosos que infestam o País e que, contra a opinião dos abalizados e indocumentados comentadores, no Sistema, na minha opinião só vai piorar.

Em jeito de resumo: o Sistema só pode ter inimigos nas cabeças quentes dos miúdos enquadrados pelo partido declarado inimigo. Os dependentes do Sistema: são os desempregados com subsídio, ciganos financiados, emigrantes assaltantes, bandidos, funcionários da máquina, enfim, tudo pequena gente. O que consta é que as alternativas a este Sistema nem sequer foram enumeradas ou formulados ou enunciadas. Isto significa que a oligarquia política está satisfeita. Não luta entre si, entende-se. O povão vê o espectáculo mediático da luta política que parece um jogo de futebol morno e sem craques. A oligarquia, depois da festa, vai fazer o festim. O que é importante para a oligarquia é enganar sistematicamente o povão composto infelizmente por uma percentagem razoável de gente boa que ainda não passou à floresta. Só isso preocupará a oligarquia impávida e arrogante.


António Marques Bessa