Andrzej Duda
No discurso à Assembleia Nacional
por ocasião dos 1 050 anos de baptismo da Polónia
É um momento comovente e extraordinariamente
sublime este, em que estamos aqui 1 050 anos depois dos dias em que,
provavelmente num ambiente solene, o soberano destas terras, na altura o conde
Mieszko, recebeu o baptismo.
O cronista Gall escreveu mais tarde que a luz
iluminou estas terras. A luz iluminou a Polónia. Porque este baptismo, início
da realidade da nossa história polaca, teve duas dimensões. Teve uma dimensão
espiritual extraordinária, pois trouxe para cá uma nova religião. Uma religião
na qual a maioria dos polacos permanece até hoje. Porque deu os fundamentos
para a criação de um estado moderno. Certamente moderno para aqueles tempos,
pois trouxe algo completamente novo. Mas trouxe uma modernidade que tem um
carácter permanente, um carácter universal.
Estes dois elementos, o espiritual e o estatal,
entrelaçaram-se e permanecem. Permanecem
apesar de ter havido momentos na história em que este elemento estatal
desapareceu. Desapareceu como consequência da raiva, desapareceu como
consequência da guerra, desapareceu como consequência da agressão que veio para
a terra da Polónia, que afectou os polacos. Mas foi precisamente graças àquilo
que o baptismo trouxe às almas, às almas das pessoas que aqui vivem, que as
gerações não permitiram que lhes fosse arrebatado o ser polacos. Nunca
permitiram que lhes tirassem aquilo com que construíram a tradição, a cultura,
a comunidade.
E mesmo quando a Polónia desapareceu do mapa,
voltou. Voltou pela força dos polacos e voltou pela força do espírito
que recebiam da fé e do baptismo, e que os ajudou a proteger a Igreja. E
por isso estou imensamente grato a vossas eminências e vossas excelências por
podermos iniciar estas comemorações dos 1 050 anos do baptismo da minha pátria
justamente com este elemento espiritual. Começar com oração, começar
dando graças a Deus por 1 050 anos de cuidado pela nação polaca. Agradecer
pelos santos que surgiram durante estes 1 050 anos da nossa nação.
E, ao inclinar a cabeça aqui em Gniezno, no ninho
da nossa nação e da nossa pátria, na terra que foi em tempos pisada por Mieszko
e depois pelo seu filho, o primeiro rei polaco Bolesław Chrobry, prestar
homenagem a todos aqueles que ao longo destes séculos ganharam a nossa pátria.
Prestar homenagem àqueles que morreram com o grito
«Viva a Polónia» nos lábios. E agradecer a Deus pelo cuidado com a
nossa pátria. E pedir a Sto. Adalberto, aqui, aos pés da sua conversão,
onde estão as suas relíquias, pedir a S. Estanislau de Szczepanowo, bispo da
minha cidade natal, pedir a Sto. André Bobola, meu padroeiro e padroeiro da
nossa pátria, e pedir a Sta. Faustina, apóstola da Misericórdia divina, a
bênção e a intercessão junto de Deus pela nossa pátria, pela nossa nação e por
tudo aquilo que é importante para nós.
Para que permaneçamos na tradição dos antepassados,
na fé, em tudo aquilo que sempre fez e faz com que sejamos fortes. Que
o Senhor abençoe a minha pátria, que o Senhor abençoe os polacos, que o Senhor
abençoe a Igreja.