Caros amigos,
Rubén Espinosa, repórter fotográfico mexicano, acabou de ser encontrado morto, e o seu corpo tinha marcas de tortura. Junto a ele estavam Nadia Vera, activista dos direitos humanos, e três outras mulheres.
A liberdade de expressão está sob ataque numa das mais antigas democracias da América Latina. Rubén é o 14.º jornalista assassinado no estado sulista de Veracruz, cujo governador Javier Duarte tem feito ameaças abertas contra jornalistas. Praticamente nenhum destes crimes foi solucionado.
O repórter fotográfico mexicano Rubén Espinosa acabou de ser encontrado morto, depois de ter sido torturado. Uma das mais antigas democracias da América Latina, o México é hoje um dos lugares mais perigosos do planeta para quem denuncia. Assine esta carta aberta exigindo o fim da violência contra jornalistas que estão apenas a cumprir o seu dever! Quando um número suficiente de pessoas assinar, a Avaaz vai publicá-la na primeira página dos principais jornais mexicanos:
Este caso, porém, levou milhares de pessoas às ruas e detonou uma bomba na imprensa nacional e internacional. Agora pessoas como o actor Gael García Bernal, o jornalista Caco Barcellos, o escritor John Green e centenas de outros jornalistas, escritores e artistas assinaram uma carta aberta pedindo justiça para os jornalistas assassinados no México por causa do seu trabalho.
A carta já está a causar repercussão dentro do governo, mas se a gente acrescentar mais de um milhão de assinaturas e publicá-la nas primeiras páginas dos jornais mexicanos, será possível conseguir justiça e mostrar que pessoas de todo o mundo estão do lado da liberdade de expressão no México. Adicione a sua voz agora:
https://secure.avaaz.org/po/ruben_global_l/?bknmhdb&v=63680
O México aparece como um dos países mais perigosos do mundo para exercer a profissão de jornalista, em pé de igualdade com nações arrasadas pela guerra, como o Iraque, Afeganistão e Somália. E desde que o presidente Peña Nieto assumiu o poder, os ataques contra a imprensa aumentaram em 80%.
O México é assolado por um nível de violência inacreditável há mais de uma década. Cartéis travam uma verdadeira guerra pelo controle do lucrativo tráfico de drogas. Uma quantidade enorme de jornalistas foi assassinada por denunciar esses grupos criminosos, embora especialistas afirmem que muitas das mortes podem ser atribuídas a denúncias contra a corrupção política. Eu sofri isso na minha própria pele. Após ameaças de morte por causa da minha cobertura política no México, fui forçada a fugir do país mais de uma vez. Já fui torturada e presa por políticos corruptos.
Em Veracruz, estado ao sul do país onde Rubén trabalhou vários anos, outros 13 jornalistas foram assassinados recentemente, sob o governo detestável de Javier Duarte. Conhecido por ameaçar jornalistas constantemente, ficou aparentemente muito irritado por causa de uma foto tirada por Rubén mandando tirar a revista, onde ela foi publicada, de circulação por toda a capital.
Em Junho, Rubén Espinosa disse a alguns colegas que ele estava a ser seguido e ameaçado por homens que usavam uniformes da segurança do estado de Veracruz. Também afirmou que alguém no governo do estado o ameaçou directamente, dizendo que ele devia «parar de tirar fotos se não quisesse acabar como a Regina», referindo-se a Regina Martinez, jornalista assassinada em 2012.
Mas a trágica morte de Rubén pode ser um marco contra toda essa violência, pois milhares de pessoas uniram-se na cidade do México, lamentando o assassinato e exigindo justiça. Se ficarmos ao lado dessas pessoas e publicarmos esta carta impactante, vamos mostrar ao governo mexicano que ele está no centro das atenções e que o mundo inteiro pede justiça e medidas urgentes para acabar com esses assassinatos. Junte-se ao apelo: jornalistas no México e em qualquer parte do mundo devem fazer o seu trabalho sem pagar por isso com as suas próprias vidas:
https://secure.avaaz.org/po/ruben_global_l/?bknmhdb&v=63680
Quando a liberdade de expressão esteve sob ataque, a comunidade de Avaaz reagiu incansavelmente. Agora é a hora de nos unirmos para apoiar os corajosos repórteres e activistas mexicanos. Vamos mostrar-lhes que não estão sozinhos: este é o verdadeiro sentido de solidariedade global. Sabemos que isto pode fortalecer-los na linha da frente e virar a página de forma surpreendente.
Não seremos silenciados,
Lydia Cacho, jornalista mexicana e activista pelos direitos humanos,
com a equipe da Avaaz.
PS: Se você é jornalista ou escritor, clique neste link especial para aderir à campanha.
FONTES:
Fotojornalista e quatro mulheres são encontrados mortos na cidade do México
(Portal Imprensa)
http://portalimprensa.com.br/noticias/internacional/73587/fotojornalista+e+quatro+mulheres+sao+encontrados+mortos+na+cidade+do+mexico
Morte de fotojornalista estabelece novo marco na violência contra a imprensa no México
(O Público)
http://www.publico.pt/mundo/noticia/morte-de-fotojornalista-estabelece-novo-marco-na-violencia-contra-a-imprensa-no-mexico-1703892
Rubén Espinosa, o número 88. A primeira morte de um jornalista deslocado na capital do México
http://expresso.sapo.pt/internacional/2015-08-04-Ruben-Espinosa-o-numero-88.-A-primeira-morte-de-um-jornalista-deslocado-na-capital-do-Mexico
Morte de jornalista gera protestos no México (DW)
http://www.dw.com/pt/morte-de-jornalista-gera-protestos-no-m%C3%A9xico/a-18624307
Presidente Peña Nieto: investigue assassinatos de jornalistas no México e estabeleça mecanismos para proteger as suas vidas (PEN) (em inglês)
http://www.pen.org/blog/president-pe%C3%B1a-nieto-investigate-murders-journalists-mexico-and-establi…
«Querem apagar jornalistas no México» (The Observer) (em inglês)
http://www.theguardian.com/world/2015/apr/11/mexico-fearless-journalist-lydia-cacho
Escritores criticam «censura na base da bala» no México (FT) (em inglês)
http://www.ft.com/intl/cms/s/0/982885d2-4501-11e5-af2f-4d6e0e5eda22.html#axzz3j6oRq2tO
«Jornalistas estão sendo abatidos» – O problema do México com a liberdade de imprensa (The Guardian) (em inglês)
http://www.theguardian.com/world/2015/aug/04/journalists-mexico-press-freedom-photographer-ruben-espinosa-murder