quarta-feira, 27 de março de 2013

Reviravolta


Portugueses estão reféns de governo incompetente e não depositam qualquer esperança na oposição

Paulo Morais

A governação de Passos Coelho falhou em toda a linha. Este já só se aguenta no poder porque não há à vista qualquer alternativa credível.

A equipa de Coelho, Portas e Gaspar, não só não conseguiu tirar o País do beco para onde Sócrates nos tinha atirado, como ainda piorou a situação.

As finanças públicas estão num caos. Há milhares de empresas a fechar, o desemprego é galopante. Os mais pobres passam fome, a classe média extingue-se. A coligação PSD-CDS não reduziu a despesa com as estruturas inúteis do Estado. Não se baixaram sequer as rendas das parcerias, como preconizava o memorando com a troika.

Caminhamos para o abismo e o maior drama é que nem sequer há alternativa eleitoral. O PS é inconsistente. Seguro é feito da mesma massa de Passos e Relvas. Vindo das juventudes partidárias, não têm mundividência nem currículo. Não se lhe conhece uma ideia. Apenas se sabe que domina bem o aparelho socialista. Seguro é, afinal, um clone de Passos.

Restaria, como opção, a hipótese de um governo de iniciativa presidencial, apadrinhado por Cavaco Silva. Mas quais seriam as políticas desse seu executivo? Provavelmente, apenas fazer chegar à governação a ala cavaquista do PSD, constituída por gente habituada a bons empregos do Estado, negócios fáceis e privilégios; e que está ávida de poder.

E quem seria o preferido de Cavaco para primeiro-ministro? Talvez Rui Rio ou Guilherme de Oliveira Martins.

Mas das escolhas de Cavaco há que temer. Recorde-se que foi o actual Presidente que, enquanto líder do PSD, nomeou para secretário-geral Dias Loureiro, um dos principais responsáveis pela maior burla financeira do regime, o BPN. Como primeiro-ministro, designou como líder parlamentar um actual presidiário, Duarte Lima. E já recentemente, para liderar o grupo de sua iniciativa «EPIS – empresários pela inclusão social», escolheu João Rendeiro, o responsável pela fraude do BPP. Não se pode pois confiar em quem erra tão clamorosamente em nomeações de tamanha importância.

Os portugueses estão em fim de linha, reféns de um governo incompetente, e não depositam qualquer esperança na oposição. Sabem que o Presidente é desastrado. Só com novos protagonistas poderemos sair deste atoleiro. O regime precisa de uma reviravolta.



terça-feira, 26 de março de 2013

Multidão protesta contra
o casamento invertido em Paris

Centenas de milhares de pessoas foram para as ruas contra lei já aprovada na Assembleia e que vai ser discutida no Senado em Abril.
24/03/2013 Esta é a segunda grande manifestação contra o casamento invertido
em 2013 na França – 
Eric Feferberg/AFP
Centenas de milhares de pessoas foram para as ruas de Paris, este domingo, para protestar contra a lei do casamento invertido que, na França, irá permitir não só a união de pessoas do mesmo sexo como a adopção de crianças pelo casal.

A manifestação decorreu durante algumas horas e teve momentos de maior tensão, nos quais a polícia francesa lançou gás lacrimogéneo contra a multidão. Segundo a polícia, cerca de 300.000 pessoas estiveram na rua. A organização contou 1,4 milhões de pessoas.

Esta é a segunda grande manifestação contra o casamento invertido desde o início de 2013. Nas esferas políticas, a lei elaborada pelo Governo do Presidente François Hollande já foi aprovada na Assembleia da República pela maioria de esquerda e irá agora ser discutida no Senado, a partir de 4 de Abril.

Mas nas ruas, o movimento que defende que as crianças devem crescer numa família com um pai e com a mãe não desistiu de travar aquilo que a ministra da Justiça, Christiane Taubira, descreveu como um «mudança civilizacional», cita a Reuters.

O movimento La manif pour tous – que se opõe ao projecto do Governo e é co-liderado pela humorista Frigide Barjot – e outros opositores da lei argumentam que as crianças de um casal do mesmo sexo irão ter problemas sociais e psicológicos.

Esta posição é defendida também pelos líderes religiosos franceses e pela direita. Na manifestação esteve presente Jean-François Copé, presidente da UMP, o principal partido da oposição.



domingo, 24 de março de 2013

Parlamento tem sido «centro de corrupção»
em Portugal


Lusa, 19 de Junho de 2011

O ex-vice-presidente da Câmara do Porto Paulo Morais afirmou sexta-feira à noite, no Porto, que «o centro de corrupção em Portugal tem sido a Assembleia da República, pela presença de deputados que são, simultaneamente, administradores de empresas».

«Felizmente, este parlamento vai-se embora. Dos 230 deputados, 30 por cento, 70, são administradores ou gestores de empresas que têm directamente negócios com o Estado», denunciou Paulo Morais, num debate sobre corrupção organizado pelo grupo cívico-político Porto Laranja, afecto ao PSD.

Para o professor universitário, o parlamento português «parece mais um verdadeiro escritório de representações», com membros da comissão de obras públicas que trabalham para construtores e da comissão de saúde que trabalham para laboratórios médicos.

Paulo Morais acusou os políticos de criarem «legislação perfeitamente imperceptível», com «muitas regras para ninguém perceber nada, muitas excepções para beneficiar os amigos e um ilimitado poder discricionário a quem aplica a lei».

«A legislação vem dos grandes escritórios de advogados, principalmente de Lisboa, que também ganham dinheiro com os pareceres que lhes pedem para interpretar essas mesmas leis e ainda ganham a vender às empresas os alçapões que deixaram na lei», criticou.

Para o vice-presidente da organização não governamental Transparência Internacional em Portugal, «os deputados estão ao serviço de quem os financiou e não de quem os elegeu», sendo a lei do financiamento dos partidos «a lei que mais envergonha Portugal».

«Há uma troca permanente de cadeiras entre o governo e os bancos e construtoras, que são quem financia os partidos», afirmou Paulo Morais, citando os casos de Jorge Coelho e Valente de Oliveira, administradores da Mota Engil, e de José Lello, administrador da BST.

Paulo Morais deu como exemplo de corrupção a renegociação que o governo de José Sócrates fez com as concessionárias das antigas auto-estradas sem custos para o utilizador (SCUT), assinando em Julho de 2010 anexos aos respectivos contractos que substituem a contagem de tráfego por estimativas de passagem.

«As concessionárias das SCUT são as mesmas que financiam os partidos», sublinhou, defendendo que o novo Governo deve renegociar de novo esses contractos, porque apenas beneficiam as construtoras e obrigam o Estado a pagar muito mais.

Paulo Morais criticou também as «vigarices» na área do urbanismo praticadas por muitos municípios, acusando-os de «valorizar terrenos à ordem dos dois mil por cento sem qualquer dificuldade», apenas para beneficiar um determinado «predador imobiliário».

«Este tipo de máfia só existe em dois tipos de negócios em Portugal: no urbanismo e no tráfico de droga», frisou, criticando a «promiscuidade absoluta entre Estado e privados».

O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, que também participou no debate, defendeu que os advogados devem deixar de exercer a profissão quando são eleitos deputados.

Marinho Pinto criticou também que as obras públicas em Portugal sejam pagas sempre por preços superiores aos das adjudicações, afirmando que «isto só é possível num país onde não há opinião pública e os partidos estão comprometidos até à medula».



Air France coloca passageiros em perigo
no Aeroporto de Lisboa

Mário David
O Eurodeputado Mário David questionou a Comissão Europeia e o Conselho Europeu se uma empresa aérea da UE, e no seu espaço aéreo, pode fazer voos de treino em voos comerciais, com passageiros.

Mário David no passado dia 19 de Março viajou de Paris para Lisboa no voo Air France 1924, com chegada prevista às 17h25. Um voo sem história, uma aproximação normal e, surpresa, toque das rodas no chão e aterragem abortada! O Comandante justificou a operação com um golpe de vento. Nova aproximação, calma, e um novo «borregar»! Aí, o Comandante voltou a anunciar «ventos traiçoeiros» e «garante» que «à terceira será de vez»!

Desde há 24 anos no Parlamento Europeu, Mário David tem mais de 1000 aterragens em Lisboa, e nunca tinha «borregado» no aeroporto de Lisboa! O Eurodeputado Social-democrata ao sair do avião reparou na ficha de bordo e comentou com a Chefe de Cabine a coincidência de tal ter ocorrido num dia em que a tripulação incluía 2 co-pilotos chineses. A Chefe de Cabine teve uma reacção intempestiva, arrancando a ficha afixada.

Mário David destaca de tal episódio os seguintes factos: «naquele dia, em Lisboa, nenhum outro voo abortou a aterragem! Quando das duas tentativas «frustradas», o vento era de 10 nós contrários e de 350 graus, as condições ideais para uma aterragem na pista principal de Lisboa, pelo que os Controladores Aéreos ficaram atónitos quando, e por duas vezes, o Comandante comunicou à Torre que tinha «borregado» por se sentir «inconfortável» com um vento inexistente! Consegui também apurar que a Air France tem um contrato de formação de pilotos chineses.»

Após este enquadramento, o Membro do Parlamento Europeu questionou a Comissão Europeia e o Conselho:

«Porquê uma pergunta parlamentar à Comissão, quando poderia apenas depositar uma queixa contra a Air France? Em primeiro lugar porque gostaria de saber se uma empresa aérea da UE, e no seu espaço aéreo, pode fazer voos de treino em voos comerciais, com passageiros?

Caso afirmativo, há ou não a obrigação da concordância das autoridades dos países das rotas em que tais treinos são efectuados? E assiste ou não aos passageiros o direito de saber previamente a existência de tais treinos? E é ética e deontologicamente aceitável que o Comandante minta aos passageiros?

Embora não sendo verdade, vamos assumir que o treino é totalmente isento de perigo: mas se um passageiro com o susto, sucumbir a uma crise cardíaca de quem é a responsabilidade? Do vento?

Finalmente, uma pergunta ainda mais dramática: os pilotos em treino estavam a treinar directamente uma operação de «borregar» ou falharam a aterragem e colocaram a integridade física dos passageiros em perigo, tendo o Comandante sido forçado a abortar as duas aterragens?»