quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

ANA, grávida da nova Lisboa


Ah, sim, o discurso de Cavaco. Talvez, talvez, depende, «eu avisei». Sempre tarde. Adiante. Falemos de coisas concretas e consumadas: o casamento da ANA, uma historieta que tem tudo para sair muito cara. Passo a explicar: a ANA geria os aeroportos com lucros fabulosos para o seu pai, Estado, que, entretanto falido, leiloou a filha ao melhor pretendente. Um francês de apelido Vinci, especialista em autoestradas e mais recentemente em aeroportos, pediu a nossa ANA em casamento. E o Estado entregou-a pela melhor maquia (três mil milhões de euros), tornando lícita a exploração deste monopólio a partir de uma base fabulosa: 47% de margem de exploração (EBITDA).

O Governo rejubilou com o encaixe... Mas vejamos a coisa mais em pormenor. O grupo francês Vinci tem 37% da Lusoponte, uma PPP (parceria público-privada) constituída com a Mota-Engil e assente numa especialidade nacional: o monopólio (mais um) das travessias sobre o Tejo. Ora é por aqui que percebo por que consegue a Vinci pagar muito mais do que os concorrentes à ANA. As estimativas indicam que a mudança do aeroporto da Portela para Alcochete venha a gerar um tráfego de 50 mil veículos e camiões diários entre Lisboa e a nova cidade aeroportuária. É fazer as contas, como diria o outro...

Mas isto só será lucro quando houver um novo aeroporto. Sabemos que a construção de Alcochete depende da saturação da Portela. Para o fazer, a Vinci tem a faca e o queijo na mão. Para começar pode, por exemplo, abrir as portas à Ryanair. No dia em que isso acontecer, a low-cost irlandesa deixa de fazer do Porto a principal porta de entrada, gerando um desequilíbrio turístico ainda mais acentuado a favor da capital. A Ryanair não vai manter 37 destinos em direção ao Porto se puder aterrar também em Lisboa.

Portanto, num primeiro momento os franceses podem apostar em baixar as taxas para as low-cost e os incautos aplaudirão. Todavia, a prazo, gerarão a necessidade de um novo aeroporto através do aumento de passageiros. Quando isso acontecer, a Vinci (certamente com os seus amigos da Mota-Engil) monta um apetecível sindicato de construção (a sua especialidade) e financiamento (com bancos parceiros). A obra do século em Portugal. Bingo! O Estado português será certamente chamado a dar avais e a negociar com a União Europeia fundos estruturais para a nova cidade aeroportuária de Alcochete. Bingo! A Portela ficará livre para os interesses imobiliários ligados ao Bloco Central que sempre existiram para o local. Bingo!

Mas isto não fica por aqui porque não se pode mudar um aeroporto para 50 quilómetros de distância da capital sem se levar o comboio até lá. Portanto, é preciso fazer-se uma ponte ferroviária para ligar Alcochete ao centro de Lisboa. E já agora, com tanto trânsito, outra para carros (ou em alternativa uma ponte apenas, rodoferroviária). Surge portanto e finalmente a prevista ponte Chelas-Barreiro (por onde, já agora, pode passar também o futuro TGV Lisboa-Madrid). Bingo! E, já agora: quem detém o monopólio e know-how das travessias do Tejo? Exatamente, a Lusoponte (Mota-Engil e Vinci). Que concorrerá à nova obra. Mas, mesmo que não ganhe, diz o contrato com o Estado, terá de ser indemnizada pela perda de receitas na Vasco da Gama e 25 de Abril por força da existência de uma nova ponte. Bingo!

Um destes dias acordaremos, portanto, perante o facto consumado: o imperativo da construção do novo grande aeroporto de Lisboa, em Alcochete, a indispensável terceira travessia sobre o Tejo, e a concentração de fundos europeus e financiamento neste colossal investimento na capital. O resto do país nada tem a ver com isto porque a decisão não é política, é privada, é o mercado... E far-se-á. Sem marcha-atrás porque o contrato agora assinado já o previa e todos gostamos muito de receber três mil milhões pela ANA, certo? O casamento resultará nisto: se correr bem, os franceses e grupos envolvidos ganham. Correndo mal, pagamos nós. Se ainda estivermos em Portugal, claro.


.

Emigrantes desesperados à procura do futuro

António Justo

A União Europeia exporta a pobreza para a periferia
 e furta-lhe a mão-de-obra

À imigração precária segue-se a procura da imigração qualificada

A Alemanha que nos anos 60 precisava de trabalhadores desqualificados para dar resposta ao milagre económico alemão necessita hoje de mão-de-obra qualificada para as novas apostas no futuro. Outrora, com a imigração carente provocou a concorrência a nível de classe operária nacional e estrangeira, conseguindo iniciar assim um nivelamento do operariado pela base. Foi a fase da concorrência entre as camadas baixas da sociedade. Disciplinou a classe obreira para o combate económico iniciado com a globalização. Actualmente procura-se disciplinar e dominar a camada social média. A luta passou a dar-se entre a camada média alemã com os seus técnicos e a classe média estrangeira, imigrantes especialistas internacionais. Assim a Alemanha consegue manter-se como o lugar privilegiado da tecnologia e do desenvolvimento, assegurando assim para a Europa a vanguarda do progresso tecnológico e económico.

A crise do sul da EU beneficia os povos mais ricos que, por sua vez, desestabiliza os estados da periferia. Exercita neles possíveis cenários de conflitos laborais e sociais de gerações vindouras dos actuais países fortes. Portugal é o país que exporta mão-de-obra mais qualificada deixando assim um buraco de menor produção no país. Estes emigrantes são altamente motivados e contribuem, pelo seu perfil biológico e currículo para o incremento do nível social alemão (países fortes) e consequentemente para o empobrecimento do nível social português/da periferia. Geralmente emigram os melhores, com maior espírito criativo e de mobilidade.

A Alemanha absorve 400.000 imigrantes por ano

A Alemanha precisa dum contingente de 400.000 imigrantes por ano para equilibrar o défice demográfico. O problema da diminuição da população alemã com os consequentes problemas para o pagamento de reformas futuras, segurança social equilibrada e pagamento das dívidas, anteriormente prognosticado por cientistas, já não mete medo devido à crescente imigração para a RFA.

A crise do sul beneficia os povos mais ricos para onde emigram. Segundo relata a revista «manager magazine» 1/2013 alemã conta-se, pelo menos, com um aumento de 2,2 milhões de habitantes na Alemanha até 2017, e, perante a «tristeza de depressão do sul da Europa», a afluência podia até aumentar. Este ano a imigração para a Alemanha já atingiu os 400.000; isto corresponde a duas cidades médias por ano.

Erro crasso dos governos do Sul

Em 2011 emigraram 44 mil portugueses. Portugal e os países da periferia ficam com as dívidas, com a sangria da sua juventude qualificada, com as pessoas idosas a manter e com um operariado não confrontado com a concorrência operária (entre firmas) mas sim com o receio entre emprego e desemprego. No século passado estados nacionais compensavam a sangria, provocada pela emigração, com uma maior natalidade e com as remessas dos emigrados. Nessa altura as potências europeias viam no incremento da imigração uma espécie de apoio ao desenvolvimento económico dos países pobres considerando as remessas como crédito para estes países poderem pagar as suas encomendas. Hoje esta seria uma conta errada tanto para os estados credores como para os devedores. A situação dos países devedores é tal que para poderem alimentar o povo e evitar revoltas sociais terão de exigir uma nova ordem económica na Zona Euro. Dado os países fortes serem os beneficiados desta zona teria de ser criado um instrumento equilibrador das diferentes regiões económicas. Os países economicamente fortes teriam de efectuar uma transferência solidária de dinheiros para as regiões mais fracas. Além disso na Alemanha unida há o «imposto de solidariedade» que cada empregado paga para que a zona da antiga Alemanha socialista (DDR) consiga atingir o mesmo nível de vida da antiga parte ocidental da Alemanha (BRD). Esta contribuição de solidariedade corresponde a 5% dos impostos que se pagam.

Pelo que se observa os nossos políticos deixam-se enganar hoje com as remessas dos emigrantes como ontem com os apoios da EU.

A mão-de-obra especializada é a melhor «matéria-prima» dum país moderno.

Portugal, conjuntamente com os países da periferia, repete hoje o mesmo erro que cometeu com a política de fomento da União Europeia limitando-se a dar resposta às imposições do grande capital internacional. Os governos tornaram-se nos servidores do capital internacional aplicando apenas as suas directrizes estruturais. Há porém uma grande diferença entre as pequenas economias e as economias dos estados potências. Estes têm as políticas aferidas às suas elites financeiras enquanto os estados pequenos não têm elites financeiras capazes de estratégia política para concorrer a nível internacional. A EU implementou a construção das infraestruturas da periferia com avultados apoios financeiros, créditos e investimentos a fundos perdidos. As grandes multinacionais europeias em parcerias com os seus estados através da política da EU, conseguiram assim aproveitar-se dos fundos europeus fazendo investimentos nos respectivos países. Passados poucos anos as firmas abandonaram os países levando com elas os lucros para os investirem na competição das firmas a nível global (China, etc.). Provocaram a ruína das firmas autóctones rudimentares e deixaram as economias nacionais destruídas e consumidores exigentes. A colaboração dos Estados fortes com as suas empresas no investimento do desenvolvimento tecnológico faz destes estados os lugares privilegiados na renovação tecnológica, a única estratégia capaz de manter a supremacia sobre os países emergentes. A Alemanha é a nação da EU mais preparada e vocacionada para dar resposta ao desafio do futuro. A criação do euro não passa duma tentativa estratégica e capitalista para disciplinar a política, os estados e o operariado.

Remessas de 2.254,580 milhões de Euros para Portugal em 2012

O maior aumento de remessas dos emigrantes em relação a 2011 foi o da Alemanha que passou de 92,1 milhões para 142,7 milhões €; na França diminuiu de 749,8 milhões € para 712,9 milhões €.

Segundo as estatísticas do Banco de Portugal as remessas dos emigrantes portugueses para Portugal atingiram, nos primeiros dez meses de 2012, os 2.254,580 milhões de Euros. Isto são os números oficiais porque há muito outro dinheiro que se leva directamente para Portugal. Os países de maior envio foram: França 718,934 milhões €, Suíça 540,870 milhões € (230mil portugueses), Angola 219,072 milhões € (100.000 port.), Alemanha 142,732 milhões € (92 mil port.), EUA 113,922 milhões €, Reino Unido 107,708 milhões (84 mil portugueses). Espanha 105,595 milhões € (146 mil port.), Luxemburgo 62,464 milhões €; Bélgica 42,057 milhões €, Canadá 39,370 milhões €.

Numa era em que os estados nacionais se dissolvem, a europeização se alarga e a instabilidade económica aumenta e os emigrados não se sentirão a aumentar remessas para zonas instáveis. Já hoje, muitos dos emigrantes da velha geração, que se encontra reformada, não se sente motivada a regressar e chega mesmo a lamentar o não ter investido atempadamente na nação de residência em vez de o ter feito na nação mãe. Isto nota-se principalmente nas mulheres. A nova geração de emigrantes fará uma aplicação mais racional que emocional das suas poupanças. Prevendo-se isto urge uma nova política nacional e europeia.

A actual política da EU revelar-se-á catastrófica para o sul. Enquanto o sul sofre a Alemanha (e países centrais) esfrega as mãos de contente. Os imigrantes provenientes da periferia europeia são bem-vindos porque são trabalhadores qualificados e não causam os problemas de guetos que os imigrantes muçulmanos criam. Para agora chegam os imigrantes da periferia e têm a vantagem de serem mais qualificados; por isso se reserva para mais tarde o fomento da angariação dos emigrantes da África do Norte, Ásia, etc. Assim não se precisa de prover a uma política de família responsável. Em 2012 a Alemanha deu trabalho a 25.000 especialistas imigrados provindos de Espanha, Portugal e Grécia. As firmas recrutam o pessoal de forma objectivada procurando engenheiros nos ramos de engenharia de construção e engenharia eléctrica. Recrutam os melhores absolventes das faculdades estrangeiras, tal como sempre fizeram os americanos. Principalmente o sudoeste alemão aponta para o futuro apostando na imigração qualificada. Há agências especializadas no recrutamento de engenheiros e profissões qualificadas.

A união do mercado europeu favorece os seus epicentros da economia. Assim podem com os imigrados manter as indústrias no país não precisando de fundar sucursais nas periferias. Muitos médicos e engenheiros emigram também devido à atracção da estabilidade social alemã. Um aspecto interessante de algumas firmas pequenas alemãs é o facto de se preocuparem também com o bem-estar familiar do empregado, apoiando-o, por vezes, no sentido de encontrar lugar de trabalho também para a namorada. Para a nova geração de emigrantes é muito importante a estabilidade.

EU actualmente ao serviço do grande capital

A União Europeia (EU), desde o início, desenvolveu uma estratégia de fortalecimento das suas elites financeiras através do fomento da EU e da criação do Euro para elas poderem fazer frente às elites financeiras americanas e mundiais. As nações fortes da Europa elaboram as suas políticas com base em prognoses e programas económicos científicas a longo prazo. Assim asseguram o bem-estar dos seus cidadãos dando resposta adequada aos problemas do seu futuro económico. As nações mais débeis, porque não têm grandes elites económicas, limitam-se a reagir às macropolíticas sem pensar nos verdadeiros objectivos a elas subjacentes.

Nos anos oitenta e noventa a Alemanha seguiu uma política de fortalecer as grandes empresas nacionais para estarem preparadas para o combate económico da globalização; essa política revelou-se nacionalmente inteligente por dar resposta ao grande problema da concorrência com os países emergentes e a fortaleza da sua indústria atrair imigrantes técnicos que compensam a falta de mão-de-obra devida à baixa natalidade (o grande problema do futuro).


.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O craque Victor Gaspar


Com tanta versão de Excel e ainda não acertou…

Ano de 1993: com a economia portuguesa a ruir, um alucinado Braga de Macedo, então ministro das Finanças, foi à Assembleia da República gritar a plenos pulmões que o País era um «oásis». Este sketch parlamentar resistiu à passagem do tempo. Quem não resistiu foi Braga de Macedo: após um breve compasso de espera, Cavaco «calçou-lhe uns patins».

Quem era o homem que, em 1992, fez as previsões para Braga de Macedo? Um tal Vítor Louçã Rabaça Gaspar, que chefiava o Gabinete de Estudos do Ministério das Finanças. Onde falhou ele nas previsões? Falhou em tudo — na evolução da economia e na arrecadação das receitas fiscais.

Veja-se:

• Gaspar previu um crescimento do PIB de 2% em 1993, mas a economia acabou por recuar 0,7%, ou seja, o pretenso «oásis» que Braga de Macedo anunciava, acabou numa recessão; o Orçamento do Estado para 1993 previa um encaixe à volta de 3.340 milhões de contos (16.660 milhões de euros) com as receitas correntes, mas houve necessidade de fazer um orçamento rectificativo que já estimava menos 364,7 milhões de contos (1,8 milhões de euros), porque a receita fiscal teve um desempenho bem pior do que «se» estava à espera.

Vinte anos depois, o tal Vítor Louçã Rabaça Gaspar, que levou Braga de Macedo a estatelar-se contra a parede em 1993, não vos lembra ninguém?


.

Ideologia de género destroça a família
alerta bispo de Córdoba


O bispo de Córdoba (Espanha), Don Demetrio Fernández, adverte que «a ideologia de género destroça a família, rompe os laços do homem com Deus através da sua própria natureza», como é o sexo com que se nasce, «coloca o homem acima de Deus, Deus já não é necessário para nada, e temos que prescindir d’Ele, porque Deus é um obstáculo para a liberdade do homem».
Assim o manifesta o bispo na sua carta semanal, publicada pela Europa Press, e na qual faz uma alusão à frase de Simone de Beauvoir (1908-1986), esposa de Jean Paul Sartre: «Não se nasce mulher: torna-se.», que, a seu ver, «expressa que o sexo é aquilo que a pessoa decide ser», de modo que «já não valeriam as ecografias que detectam o sexo da pessoa antes de nascer».
Deste modo, lamenta que embora a ecografia diga «claramente que é menina, o que vale é o que o sujeito decida», de maneira que «se quer ser homem, pode sê-lo, embora tenha nascido mulher» e vice-versa.
Também acrescenta que «a serviço desta ideologia existe uma série de programas formativos, médicos ou escolares, que procuram fazer com que todo o mundo mentalize esta ideologia, fazendo um dano tremendo na consciência das crianças, adolescentes e jovens».
Neste sentido, considera que «a ideologia de género não respeita em nada a própria natureza na qual Deus deixou inscrita a sua marca: sou varão, sou mulher, por natureza. Aceito-o e vivo-o com alegria e com gratidão ao Criador».
E que, «relacionar com a natureza e, portanto com Deus, a minha identidade sexual é uma escravidão da qual a pessoa tem que libertar-se», segundo esta ideologia «errada», como sublinha Don Fernández.
Um feminismo «radical» que se estende nas escolas.
Do mesmo modo, o bispo refere que desta ideologia vem «um certo feminismo radical, que rompe com Deus e com a própria natureza, tal como Deus a fez». Um feminismo, segundo ele, que «vai estendendo-se implacavelmente, inclusive nas escolas».
Além disso, Don Fernández menciona que «a Igreja Católica é odiada pelos promotores da ideologia de género, mais precisamente porque se opõe rotundamente a isto».
E, entretanto, adiciona, «uma das realidades mais bonitas da vida é a família», segundo a sua «estrutura originária, onde existe um pai e uma mãe, porque há um homem e uma mulher, iguais em dignidade, distintos e complementares», e igualmente «onde há filhos, que brotam naturalmente do abraço amoroso dos pais», e acrescenta que «Deus quer o bem do homem, e por isso inventou a família».
Ainda que a ideologia de género «tente destruir» a família, «a força da natureza e da graça é mais potente que a força do mal e da morte».
Por isso, considera que «a família precisa da redenção de Cristo, porque Herodes continua vivo, e não mata somente os inocentes no seio materno, mas também tenta mentalizar as nossas crianças, adolescentes e jovens com esta ideologia, querendo fazer com que vejam que há outros tipos de família».
O bispo de Córdoba acredita que «é a ocasião para pedir às famílias que atravessam dificuldades, para dar uma mãozinha às famílias que tenho por perto e cujas necessidades não são somente materiais, mas às vezes de sofrimentos por conflitos de todo tipo», ao mesmo tempo que assegura que «só na família, tal como Deus a instituiu, encontra o homem o seu pleno desenvolvimento pessoal e, portanto, a felicidade no seu coração».
Para Don Fernández, «na família está o futuro da humanidade, na família que responde ao plano de Deus».


.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

«Acordo» Ortográfico:
Nem gregos nem troianos: assim-assim

Helena Buescu

Há dias, a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, adiou a obrigatoriedade de implementação do «Acordo» Ortográfico para 2016. Fê-lo com base numa petição que reuniu 20 000 assinaturas. Em Portugal, uma igual petição reuniu mais de 130 000, e não teve qualquer eco. 130 000 assinaturas num país cuja população é incomparavelmente menor do que no Brasil.

Devemos aproveitar para reflectir seriamente sobre o «A»O e os seus efeitos em Portugal. O exemplo vem-nos, aliás, do próprio Brasil. Nesse país, os argumentos aduzidos apontam para críticas de ordem científica ao «A»O. E junta-se a essas críticas o argumento da necessidade de uma «maior simplificação» da ortografia da língua portuguesa. Além de que por exemplo o linguista Evanildo Bechara assegura que o «A»O precisa de ser revisto. Revisto – e nem ainda entrou em vigor! Isto diz bem da consistência científica de um dos maiores atentados feitos à língua portuguesa.

Naturalmente, este adiamento sublinha a bondade das críticas feitas ao «Acordo», mostrando que nem em Portugal nem no Brasil (nem nos outros países lusófonos, que mostraram grandes reticências, sendo que Angola ainda não o ratificou) ele conseguiu um consenso mínimo em termos científicos.

A grande questão, agora, é saber se realmente há base científica para que algum dia ele venha a existir. Com este ponto suplementar: a partir do momento em que várias declarações, no Brasil, apontam para a necessidade de uma maior «simplificação» da língua portuguesa, o que se impõe perguntar em Portugal é: queremos nós, em Portugal, «simplificar» (seja o que for que isto queira dizer!) a língua? Ou privilegiamos (legitimamente também) a história da língua portuguesa na Europa, guardando por exemplo alguns traços etimológicos da sua origem e evolução ao longo dos séculos?

Simplificando a pergunta: haverá base, em termos de uma política científica do Português, para um acordo que não parece agradar nem a gregos nem a troianos? A resposta talvez seja: «Assim-assim». Em Portugal, é sob esta fórmula que se costuma esconder a falta de coragem e a aceitação tristonha do império da realidade, quando mais vale não pensar.

Em 2016, eis um cenário muito possível: Angola manterá a ortografia existente anterior ao «Acordo». Portugal seguirá, se não conseguir inverter o statu quo, o pobre «acordês». E o Brasil terá entretanto revisto e certamente «melhorado» o «Acordo», escrevendo numa terceira ortografia. Resumindo: cada qual escreverá de sua maneira, e ter-se-á esfrangalhado a ortografia comum que, até agora, era seguida por todos os países lusófonos, com excepção do Brasil. Ou seja: será um verdadeiro «acordo português», em que ninguém sabe acordar.


.

Revista Times: Promotores do aborto têm
perdido as batalhas contra os pró-vidas
nos EUA

Na capa da sua edição de Janeiro de 2013, a famosa revista americana Times, assegura que «há 40 anos, os activistas do direito ao aborto obtiveram uma épica vitória com (a sentença da Corte Suprema no caso) Roe vs. Wade», que permitiu a legalização do aborto nos Estados Unidos, «desde então eles estão perdendo» para os pró-vidas.

Conforme explica Kate Pickert, autora do artigo de capa, desde que em Janeiro de 1973 a Corte Suprema dos Estados Unidos converteu num direito federal o acesso ao aborto, «o movimento pro-choise (abortista) vem perdendo» as suas lutas.

«Em muitas partes do país, actualmente, recorrer a um aborto é mais difícil do que na década de 1970».

Pickert referiu que «há menos médicos dispostos a realizar o procedimento e menos clínicas abortistas no negócio».

«Os activistas pro-choice (abortistas) foram ultrapassados por os seus adversários pró-vidas, que pressionaram com sucesso obtendo regulações estatais que limitam o acesso» ao aborto, acrescentou.

«Muitos estados pedem actualmente que as mulheres passem por aconselhamento, períodos de espera ou ultra-sons antes de se submeterem a abortos», referiu.

Para a jornalista americana, «a causa pró-vida está ganhando a guerra do aborto, em parte, porque utiliza uma estratégia organizada e bem executada».

Além disso, reconheceu, «a opinião pública está crescentemente» do lado pró-vida.

Graças ao ultra-sons pré-natal e aos avanços da neonatologia, os americanos podem agora saber como se vê um feto e que os bebés nascidos tão prematuramente como às 24 semanas agora podem sobreviver», afirmou Pickert.

A jornalista da Times disse que «apesar de três quartos dos americanos acreditarem que o aborto deveria ser legal em alguns ou todos os casos, a maioria apoia leis estatais que regulem o procedimento, e cada vez menos se identificam como ‘pro-choice’ nas pesquisas de opinião pública».

Pickert também retratou a divisão geracional que destrói por dentro a causa abortista, pois «os jovens activistas do direito ao aborto reclamam que as líderes das organizações feministas», que tinham 20 ou 30 anos quando se legalizou o aborto nos Estados Unidos, «não estão dispostas a passar a tocha às novas gerações».

Entretanto, para Kate Pickert, um dos principais motivos da derrota dos promotores do aborto é que «numa democracia dinâmica como a dos Estados Unidos, defender o status quo é sempre mais difícil do que lutar para mudá-lo».

Uma das expressões mais claras do avanço da causa pró-vida nos Estados Unidos é a multitudinária marcha nacional pela defesa da vida que mobilizam centenas de milhares de pessoas, com frequência ignoradas pelos média, todos os anos em Janeiro, no aniversário da sentença de Roe vs. Wade.

A última marcha, em 2012, reuniu mais de 400 mil pessoas que durante várias horas suportaram frio intenso, neblina e até chuva enquanto percorriam as principais ruas da capital Americana até à sede do Capitólio.


.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Igrejas católicas incendiadas
na Áustria e na França no Natal

Próximo do Natal de 2012 templos católicos foram queimados na Áustria e na França. Os incidentes poderiam ter sido originados por ódio à fé.

Na cidade de Amstetten (Áustria) três igrejas foram queimadas no dia 23 de Dezembro, enquanto que a representação do presépio do Menino Jesus foi queimada numa Igreja da localidade de Barby, na região de Saboia (França), no dia 18 de Dezembro.

Um jovem, que as autoridades consideram o principal suspeito do incêndio das igrejas na Áustria, não soube explicar os motivos às autoridades ao ser interrogado, e parecia confuso.

Não se exclui que esta tenha sido uma agressão anticristã, já que só as igrejas foram atacadas.

No caso de França, o presépio no interior da Igreja foi queimado entre as 7 e 8 da noite do dia 18 de Dezembro, sem nenhum vestígio de que se tratou de um acidente.

O sacristão do templo referiu aos meios de comunicação que não é a primeira vez que acontece um ataque contra a igreja.

Com efeito, em anos anteriores, a porta da Igreja foi danificada, um dos vidros do salão de reuniões da paróquia foi quebrado, diversos livros foram queimados, entre outros danos.

Nos dias seguintes os pais e crianças da paróquia construiram um novo presépio para substituir o que fora queimado.


.

Parlamento europeu em sessão.
Verdadeiramente vergonhoso…