Heduíno Gomes
O Conselho de Estado, reunido em Arcos de Valdevez, no âmbito do Centenário da República, prestou homenagem a Mário Soares. O elogio ao homenagiado ficou a cargo de Sócrates. Lendo um discurso que alguém lhe escreveu --, ou seja, Sócrates travestiu-se com o discurso de alguém --, abundava a erudição e a graxa.
A erudição deu para citar Kant (acho que era Kant, mas, se não era, fica na mesma a erudição do engenheiro dos mamarrachos) -- a partir da cadeira de filosofia técnica, feita certamente na Universidade Independente! E deu ainda para -- calcule-se -- falar em latim técnico! Sim, em latim técnico.
Quanto à graxa a Mário Soares, também deu vontade de rir. Enquanto ouvia a graxa, Mário Soares esboçava um daqueles sorrisos de gozo que só ele sabe, como que a dizer: -- A mim não me enganas tu!
Sócrates com o seu diploma de filosofia técnica e latim técnico
da Universidade Independente.
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