O Diário de Notícias defende a adopção de crianças por homossexuais?
No passado dia 5 de Outubro o jornal Diário de Notícias publicou uma notícia assinada pela jornalista Céu Neves intitulada Homossexuais são pais "tranquilos e seguros".
Tendo em consideração que na próxima legislatura se discutirá, muito possivelmente, o `casamento homossexual' e, consequentemente, a possibilidade de adopção por casais homossexuais, a notícia publicada merece-nos as seguintes questões:
1. O DN considera que um estudo comparativo com uma pequeníssima amostra de 25 elementos em cada grupo (hetero e homossexuais) é significativo e merecedor de publicação num jornal nacional? Os 25 elementos de cada grupo representam a população portuguesa?
2. Será que a linguagem ambígua e pouco rigorosa usada no artigo (por exemplo, `tranquilidade', `segurança' e `comportamentos educativos adequados') é suficientemente consistente para suportar as conclusões? Ou trata-se de uma mera opinião da investigadora? A exigência e o rigor impõem-se; o respaldo na figura de autoridade "tese de mestrado" não colhe. Uma notícia desta natureza empresta aos dados a expansão indesejável da generalização das conclusões. Um erro grave do jornal que ultrapassa a referida tese, que por certo não terá essa aspiração descabelada.
3. Entende o DN que é credível cientificamente, e merecedor de notícia, um estudo fundado em vagos adjectivos, facilmente manipuláveis ideologicamente, e tão poucos dados objectivos mensuráveis?
4. Sendo a matéria tão sensível, e tantas as fragilidades científicas deste estudo, por que razão a peça do DN não deu lugar ao contraditório?
5. Por tudo isso, é justo perguntar-se: qual a motivação por detrás da publicação tão pouco balanceada de um estudo tão precário?
6. E ainda: será que o DN assume uma posição ideológica favorável à adopção de crianças por homossexuais?
Se for verdade, é tempo de o assumirem, pois o DN deve essa explicação aos seus leitores.
Porto, 7 de Outubro de 2009
Associação Mulheres em Acção
Alexandra Teté
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Cristão turco agredido por distribuir Bíblias
Turquia na Europa?...
Um jovem cristão turco foi agredido em Istambul enquanto distribuía alguns exemplares da Bíblia.
O episódio, último de uma série de manifestações de intolerância religiosa, verificou-se no bairro de Kadikoy.
Yasin Karasu, de 24 anos, vendedor ambulante de CD's, agrediu Ismal Aydin usando uma faca, colocada na garganta da vítima.
Segundo o jornal turco Haber Turk, Karasu gritava no momento da agressão, afirmando que na Turquia não é permitido.
Em Fevereiro de 2006, o missionário italiano, Pe. Andrea Santoro, foi assassinado na Igreja de Santa Maria, de Trabzon, enquanto celebrava a missa. Um anos depois, três pastores protestantes, um missionário alemão e dois turcos, foram assassinados em Malatya.
Um jovem cristão turco foi agredido em Istambul enquanto distribuía alguns exemplares da Bíblia.
O episódio, último de uma série de manifestações de intolerância religiosa, verificou-se no bairro de Kadikoy.
Yasin Karasu, de 24 anos, vendedor ambulante de CD's, agrediu Ismal Aydin usando uma faca, colocada na garganta da vítima.
Segundo o jornal turco Haber Turk, Karasu gritava no momento da agressão, afirmando que na Turquia não é permitido.
Em Fevereiro de 2006, o missionário italiano, Pe. Andrea Santoro, foi assassinado na Igreja de Santa Maria, de Trabzon, enquanto celebrava a missa. Um anos depois, três pastores protestantes, um missionário alemão e dois turcos, foram assassinados em Malatya.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Feministas usam a táctica de chamar «centro oncológico» a clínica abortista
O director para a América Latina do Population Research Institute (PRI), Carlos Pólo, questionou a nova táctica dos promotores do aborto em Medelim que, através de grupos feministas, procuram a aceitação da opinião pública para a polémica Clínica da Mulher, apresentando-a agora como um centro para tratar o cancro.
Pólo recordou que a clínica foi promovida «como o símbolo latino-americano dos direitos reprodutivos feito realidade e especificamente o seu serviço de abortos» mas «hoje, perante o repúdio popular, dizem que o aborto 'é um tema absolutamente secundário pela sua muita escassa frequência'. Agora querem fazer-nos acreditar que o que mais lhes importa é o cancro da mama ou o cancro da cerviz».
Pólo recordou que a clínica foi promovida «como o símbolo latino-americano dos direitos reprodutivos feito realidade e especificamente o seu serviço de abortos» mas «hoje, perante o repúdio popular, dizem que o aborto 'é um tema absolutamente secundário pela sua muita escassa frequência'. Agora querem fazer-nos acreditar que o que mais lhes importa é o cancro da mama ou o cancro da cerviz».
Afinal quem é hipócrita?!
A esquerdalha acusa sistematicamente de hipocrisia os defensores da vida, nomeadamente na questão do aborto. Na esquerdalha toma lugar de destaque a sarjeta do comunismo que são os trotskistas, hoje acantonados em Portugal no Bloco de Esquerda. Pois bem, vejamos a coerência desta gente.
Em discurso para o pagode na sua campanha eleitoral para a Câmara de Lisboa (visto nas televisões em 4 de Outubro), Luís Fazenda apresenta a sua ementa de reivindicações, dizendo, entre outras coisas, sem mais nem menos, que «A cidade precisa de crianças!». Que humano que ele é!
Pois é por isso, para que Lisboa tenha mais crianças, que o indivíduo é um dos mais ferozes defensores do aborto!
A hipocrisia desta gente não fica por aqui.
O Programa político do Bloco de Esquerda declara ser contra touradas, touros de morte e rodeios. Mas depois, em Salvaterra de Magos, a sua candidata à Câmara defende... o contrário. Em zona de tradição de touros, a sujeita revela a sua coerência.
Afinal quem serão os hipócritas? Os defensores dos valores da Civilização ou os trotskistas?
Heduíno Gomes
Em discurso para o pagode na sua campanha eleitoral para a Câmara de Lisboa (visto nas televisões em 4 de Outubro), Luís Fazenda apresenta a sua ementa de reivindicações, dizendo, entre outras coisas, sem mais nem menos, que «A cidade precisa de crianças!». Que humano que ele é!
Pois é por isso, para que Lisboa tenha mais crianças, que o indivíduo é um dos mais ferozes defensores do aborto!
A hipocrisia desta gente não fica por aqui.
O Programa político do Bloco de Esquerda declara ser contra touradas, touros de morte e rodeios. Mas depois, em Salvaterra de Magos, a sua candidata à Câmara defende... o contrário. Em zona de tradição de touros, a sujeita revela a sua coerência.
Afinal quem serão os hipócritas? Os defensores dos valores da Civilização ou os trotskistas?
Heduíno Gomes
Nicabs e Burcas - A Ameaça Velada Continua
por Daniel Pipes, Jerusalem Post
2 de Setembro de 2009
Original em inglês: Niqabs and Burqas - The Veiled Threat Continues
Tradução: Joseph Skilnik
O que há de novo no nicab e na burca?
Só para lembrar, ambos os vestuários foram desenhados para o recato das mulheres muçulmanas; o nicab cobre tudo menos o rosto e a burca cobre inclusive o rosto. No artigo «Proíba a Burca - e o Nicab Também», há dois anos, eu documentei como eles representam perigo de crime e terrorismo.
Isto ainda será verdade?
Criminalidade.
A Jordânia oferece um vislumbre do potencial dos nicabs e das burcas como acessórios ilegais. Uma reportagem indica que 50 pessoas cometeram 170 crimes usando vestuários islâmicos nos últimos dois anos, ou aproximadamente um incidente a cada quatro dias, uma onda de crimes que incitou alguns jordanos a solicitarem a restrição ou mesmo a proibição desses cobrimentos de cabeça islâmicos.
Nenhum outro país registou tantos crimes relacionados com etas vestes. Filadélfia, Pensilvânia, apresenta múltiplos assaltos (três bancos e um escritório de leasing de imóveis) num período de seis meses em 2007-2008, incluindo o assassinato de um oficial de polícia.
Regulamento em uma filial do Citizen's Bank em Cambridge, Mass.
O Reino Unido tem o segundo pior recorde do Ocidente. Joalherias - algumas de propriedade de muçulmanos - foram alvos em West Midlands, Glasgow e Oxfordshire. Duas agências de viagens foram atacadas nas cidades vizinhas de Dunstable e Luton enquanto o motorista de um camião blindado foi atacado em Birmingham. Assalto não é o único motivo; adolescentes em Londres usaram uma cobertura de rosto do estilo nicab ao esfaquearem um rapaz mais jovem.
Outros incidentes criminosos no Ocidente incluem ladrões de carteiras do Leste europeu usando acessórios de cabeça islâmicos em Rotterdam e um assalto a mão armada com burcas cor vinho no Banco do Povo em Hiddenite, Carolina do Norte (população: 6000). O homem que sequestrou Elizabeth Smart, 14, de Salt Lake City, forçou-a a usar uma vestimenta do tipo nicab em plena luz do dia por seis meses.
Como resposta, bancos, uniões de crédito, joalherias e escolas limitam o acesso a pessoas que estejam cobertas. Por exemplo, a União de Crédito Federal da Carolina de Cherryville, Carolina do Norte, não longe de Hiddenite, conduz os que usam coberturas a local isolado onde são tomadas medidas especiais de segurança.
Terrorismo.
O apoio do terrorismo Talibã ao uso da burca, frequentemente da variante suicida, faz do Afeganistão o actual epicentro desta táctica. Em duas oportunidades, as autoridades evitaram o ataque de homens-bomba antes que pudessem agir - o primeiro foi um russo convertido ao islão, com 500 kg de explosivos num automóvel na província de Paktia, o segundo uma afegã com uma bomba escondida em Jalalabad.
Um soldado afegão monta guarda em cima de uma burca usada por um homem bomba para atacar edifícios governamentais na província de Paktia.
Normalmente, entretanto, as intenções violentas ficam camufladas pela burca, tornando-se aparentes somente após o ataque começar:
O comandante Talibã, Haji Yakub, foi morto usando uma burca quando tentava fugir de uma casa na província de Ghazni quando atacava as forças dos Estados Unidos.
Um operativo Talibã, Mullah Khalid, atacou uma patrulha da polícia em um mercado lotado na província de Farah matando pelo menos 12 pessoas (7 policiais e 5 civis).
Um homem bomba matou um soldado britânico de língua pachto na província de Helmand antes de ser alvejado na testa.
Aproximadamente quinze homens-bomba com burcas armados com coletes suicidas, Kalatchnikovs e lançadores de granadas dirigidos a edifícios governamentais na província de Paktia mataram 12 pessoas.
O Iraque sofreu três incidentes deste tipo (um insurgente disfarçado de mulher grávida, uma tentativa de assassinato de um governador, e dois homens-bomba que mataram 22 peregrinos Shi'i) enquanto o Paquistão sofria dois (um, operando de uma riquixá, matou 15 pessoas). O ataque em Mumbai que deixou cerca de 200 mortos incluiu uma misteriosa mulher de burca. Noutros lugares, incidentes envolveram um ataque a turistas franceses que faziam um piquenique na Mauritânia e um ataque com coquetel Molotov em Barein.
Oh, e no lado bom, Herve Jaubert, um francês falsamente acusado de apropriar-se indevidamente de US$3,8 milhões conseguiu fugir de Dubai usando um nicab.
Como efeito colateral, novos estudos tanto na Inglaterra quanto na Irlanda descobriram que as mulheres (e seus filhos amamentados no seio) tendem a ter raquitismo devido a insuficiência de vitamina D, que a pele absorve da luz solar.
Eu já havia solicitado a proibição desses vestimentos repugnantes, insalubres, desagregadoras sociais, facilitadoras de terroristas e protectoras do crime em lugares públicos. Agora, juntando-me aos jordanos, reitero este pedido. O islão não exige que as mulheres usem nem o nicab nem a burca, enquanto a saúde pública requer a sua proibição em público. Quantos casos de assalto e terrorismo ainda terão que acontecer até que o bom senso faça com que essa restrição seja aplicada do Afeganistão à Jordânia e do Reino Unido a Filadélfia?
2 de Setembro de 2009
Original em inglês: Niqabs and Burqas - The Veiled Threat Continues
Tradução: Joseph Skilnik
O que há de novo no nicab e na burca?
Só para lembrar, ambos os vestuários foram desenhados para o recato das mulheres muçulmanas; o nicab cobre tudo menos o rosto e a burca cobre inclusive o rosto. No artigo «Proíba a Burca - e o Nicab Também», há dois anos, eu documentei como eles representam perigo de crime e terrorismo.
Isto ainda será verdade?
Criminalidade.
A Jordânia oferece um vislumbre do potencial dos nicabs e das burcas como acessórios ilegais. Uma reportagem indica que 50 pessoas cometeram 170 crimes usando vestuários islâmicos nos últimos dois anos, ou aproximadamente um incidente a cada quatro dias, uma onda de crimes que incitou alguns jordanos a solicitarem a restrição ou mesmo a proibição desses cobrimentos de cabeça islâmicos.
Nenhum outro país registou tantos crimes relacionados com etas vestes. Filadélfia, Pensilvânia, apresenta múltiplos assaltos (três bancos e um escritório de leasing de imóveis) num período de seis meses em 2007-2008, incluindo o assassinato de um oficial de polícia.
Regulamento em uma filial do Citizen's Bank em Cambridge, Mass.
O Reino Unido tem o segundo pior recorde do Ocidente. Joalherias - algumas de propriedade de muçulmanos - foram alvos em West Midlands, Glasgow e Oxfordshire. Duas agências de viagens foram atacadas nas cidades vizinhas de Dunstable e Luton enquanto o motorista de um camião blindado foi atacado em Birmingham. Assalto não é o único motivo; adolescentes em Londres usaram uma cobertura de rosto do estilo nicab ao esfaquearem um rapaz mais jovem.
Outros incidentes criminosos no Ocidente incluem ladrões de carteiras do Leste europeu usando acessórios de cabeça islâmicos em Rotterdam e um assalto a mão armada com burcas cor vinho no Banco do Povo em Hiddenite, Carolina do Norte (população: 6000). O homem que sequestrou Elizabeth Smart, 14, de Salt Lake City, forçou-a a usar uma vestimenta do tipo nicab em plena luz do dia por seis meses.
Como resposta, bancos, uniões de crédito, joalherias e escolas limitam o acesso a pessoas que estejam cobertas. Por exemplo, a União de Crédito Federal da Carolina de Cherryville, Carolina do Norte, não longe de Hiddenite, conduz os que usam coberturas a local isolado onde são tomadas medidas especiais de segurança.
Terrorismo.
O apoio do terrorismo Talibã ao uso da burca, frequentemente da variante suicida, faz do Afeganistão o actual epicentro desta táctica. Em duas oportunidades, as autoridades evitaram o ataque de homens-bomba antes que pudessem agir - o primeiro foi um russo convertido ao islão, com 500 kg de explosivos num automóvel na província de Paktia, o segundo uma afegã com uma bomba escondida em Jalalabad.
Um soldado afegão monta guarda em cima de uma burca usada por um homem bomba para atacar edifícios governamentais na província de Paktia.
Normalmente, entretanto, as intenções violentas ficam camufladas pela burca, tornando-se aparentes somente após o ataque começar:
O comandante Talibã, Haji Yakub, foi morto usando uma burca quando tentava fugir de uma casa na província de Ghazni quando atacava as forças dos Estados Unidos.
Um operativo Talibã, Mullah Khalid, atacou uma patrulha da polícia em um mercado lotado na província de Farah matando pelo menos 12 pessoas (7 policiais e 5 civis).
Um homem bomba matou um soldado britânico de língua pachto na província de Helmand antes de ser alvejado na testa.
Aproximadamente quinze homens-bomba com burcas armados com coletes suicidas, Kalatchnikovs e lançadores de granadas dirigidos a edifícios governamentais na província de Paktia mataram 12 pessoas.
O Iraque sofreu três incidentes deste tipo (um insurgente disfarçado de mulher grávida, uma tentativa de assassinato de um governador, e dois homens-bomba que mataram 22 peregrinos Shi'i) enquanto o Paquistão sofria dois (um, operando de uma riquixá, matou 15 pessoas). O ataque em Mumbai que deixou cerca de 200 mortos incluiu uma misteriosa mulher de burca. Noutros lugares, incidentes envolveram um ataque a turistas franceses que faziam um piquenique na Mauritânia e um ataque com coquetel Molotov em Barein.
Oh, e no lado bom, Herve Jaubert, um francês falsamente acusado de apropriar-se indevidamente de US$3,8 milhões conseguiu fugir de Dubai usando um nicab.
Como efeito colateral, novos estudos tanto na Inglaterra quanto na Irlanda descobriram que as mulheres (e seus filhos amamentados no seio) tendem a ter raquitismo devido a insuficiência de vitamina D, que a pele absorve da luz solar.
Eu já havia solicitado a proibição desses vestimentos repugnantes, insalubres, desagregadoras sociais, facilitadoras de terroristas e protectoras do crime em lugares públicos. Agora, juntando-me aos jordanos, reitero este pedido. O islão não exige que as mulheres usem nem o nicab nem a burca, enquanto a saúde pública requer a sua proibição em público. Quantos casos de assalto e terrorismo ainda terão que acontecer até que o bom senso faça com que essa restrição seja aplicada do Afeganistão à Jordânia e do Reino Unido a Filadélfia?
Como vamos sair deste grande sarilho
A conferência anual da revista "Exame" é sempre um espaço privilegiado de reflexão sobre a situação económica e social do país - e algumas pistas do que lá foi dito merecem ser compartilhadas.
Primeiro aspecto: o país está a perder capacidade de atrair e reter talentos. Todos contribuímos para isso. Nós, na comunicação social, com as notícias negativas sobre o país, não dando relevo aos factos positivos, que também os há. O discurso político que insiste nas nossas chagas sociais. Os dados estatísticos que empolam a nossa má posição internacional. E as famílias que começam a dizer aos filhos para irem viver e trabalhar no exterior. Esta é uma tendência dramática.
Segundo aspecto: o endividamento externo líquido do país pulou de 10% do PIB em 1995 para 50% em 2000 e 100% em 2005. Não é um crescimento exponencial, é uma tragédia nacional. Para simplificar, é como se um cidadão se fosse endividando até chegar a um ponto em que fica completamente incapaz de pagar os seus compromissos. Nessa altura, é obrigado a negociar com os credores, a cativar todos os meses parte significativa dos seus rendimentos para pagar as dívidas e passa a viver muito pior. É desse ponto que, enquanto país, nos estamos a aproximar.
Terceiro aspecto: como é que se resolve esta situação? Uma via é, como pretende o PSD, a de suspender todos os investimentos públicos, mesmo que, como lembrou Eduardo Catroga, ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva, os compromissos do Estado português a partir de 2012 ascendam já a mais €55 mil milhões, em consequência dos projectos das SCUT, novas concessões rodoviárias, mais dez hospitais públicos, expansões das redes do metro de Lisboa e Porto, novos campus da justiça e de novas prisões. A outra é aquela em que aposta o PS: manter os investimentos públicos, pois serão eles o motor de arranque da economia.
O problema é que, entretanto, a carga fiscal aumentou durante a governação de José Sócrates. E aumentou pelo alargamento da base fiscal, mas também porque o Governo reduziu de forma sistemática as deduções fiscais dos contribuintes individuais (e hoje em dia a classe média paga muito mais impostos, com o IRS e o IMI à cabeça). Mas nas empresas, apesar dos muitos avanços, o regabofe continua. Em 2007, só 36% das 379.772 empresas que existem no país pagaram IRC. 64% não pagaram nada. Um escândalo! Mais escandaloso ainda é que apenas um em cada quatro hotéis e restaurantes pagou alguma coisa ao fisco. 74% não contribuíram com um cêntimo para os cofres do Estado. E também há 56% das famílias que não pagam IRS devido aos seus baixos rendimentos.
Ora é impensável continuar a sangrar os trabalhadores de maiores rendimentos, que já têm de trabalhar em média cinco meses por ano para o Estado para pagar o IRS, o IMI, a taxa de esgoto e mais não sei quantas alcavalas públicas - sem que a fuga de talentos e quadros para o exterior se acentue. Por isso, ou se fazem investimentos públicos muito criteriosos ou o nosso futuro será muito negro - até porque, como lembrou Catroga, o nosso acesso à poupança externa dos outros será cada vez mais cara, difícil e escassa.
Parte da solução pode estar no programa que o economista Álvaro Santos Pereira, professor em Vancouver, Canadá, apresentou. 1º) lançamento de um grande pacote anticorrupção; 2º) fortíssima aposta no empreendedorismo nacional, com o fim de todas as peias burocráticas que o tolhem; 3º) desenvolver uma política económica radical, dando total prioridade ao aumento da produtividade da economia; 4º) renegociar em Bruxelas regimes de isenções fiscais e de apoio do Estado à economia, descendo as taxas de imposto no interior do país e dando incentivos às empresas inovadoras. E, claro, diversificar a nossa estrutura produtiva e apostar radicalmente nas exportações.
Não é fácil? Não. Exige repensar o tamanho do Estado? Exige. Mas a alternativa é caminharmos tristemente para um enorme desastre colectivo.
Nicolau Santos, Expresso Economia, 25-9-2009
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