A Capelania dos Imigrantes Ucranianos Católicos de Rito Bizantino em Portugal emitiu um comunicado, enviado esta quinta-feira à Agência Ecclesia, no qual pede orações pela paz na Ucrânia, que há dois meses vive um clima de manifestações.
O padre Ivan Hudz, coordenador nacional da capelania, apela a «uma corrente de oração que reflicta uma verdadeira comunhão entre a Igreja de Portugal e da Ucrânia» para que assim, «unidos pela oração, seja feita a denúncia desta situação opressiva e injusta que fustiga o povo ucraniano».
«Desde há dois meses que o povo ucraniano se tem vindo a manifestar no sentido de reivindicar a paz e o respeito pelos direitos humanos, sociais, culturais e religiosos, que permitam a promoção de uma vida melhor na Ucrânia»», mas «a única coisa que o governo tem feito, até ao presente, foi ordenar uma repressão violenta das forças policiais e de segurança contra os cidadãos ucranianos, tendo já, vitimado cinco cidadãos», lamenta a comunidade ucraniana em Portugal.
«Devido a estes acontecimentos e havendo em Portugal uma grande Comunidade Ucraniana, partilhando não apenas o espaço geográfico comum mas, acima de tudo, uma pertença aos valores universais do Cristianismo, atendendo a esta comum partilha de fé em Cristo, é com extremo respeito que vimos pedir-lhe, em nome da Capelania e do povo ucraniano, alguma iniciativa de oração e comunhão com a Comunidade Ucraniana residente em Portugal, nestes dias que queremos que sejam de oração pela Paz na Ucrânia», refere o comunicado.
A Ucrânia tem sido palco desde há cerca de dois meses de manifestações, suscitadas pela decisão do seu presidente, Viktor Yanukovitch, de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo com a União Europeia e optar por estreitar os laços comerciais com a vizinha Rússia.
Estas são as maiores manifestações antigoverno desde a revolução laranja em 2004. A praça da independência, no centro de Kiev, tornou-se o campo de batalha, onde os opositores de Viktor Yanukovich enfrentam a polícia. Cinco pessoas morreram esta quarta-feira, acusa a oposição. Duas vítimas mortais é a contabilidade oficial.
Paulo Sadokha, Presidente da Associação de Ucranianos em Portugal, diz que num quadro como este não há diplomacia possível e avisa que a Ucrânia vive um clima de pré-guerra civil.
«Infelizmente não acredito que haja saídas diplomáticas», lamenta.
Os protestos na Ucrânia arrastam-se há já dois meses, depois de o
presidente ucraniano ter recusado um acordo de adesão à União Europeia,
preferindo uma aproximação à Rússia, de Vladimir Putin.