quinta-feira, 19 de janeiro de 2017


UM KAMASUTRA PARA CRIANÇAS?








Um Kamasutra para crianças?


Este estranho psiquiatra é o ideólogo da chamada «educação sexual»

Um Kamasutra para crianças?

Graça Canto Moniz

Não faltará muito para que, copiando o exemplo brasileiro, o governo distribua um kit de prevenção contra a homofobia recheado de «manuais escolares» e outro tipo de «material» que estimula experiências auto-eróticas e homossexuais.

O leitor não deve ficar chocado com a pergunta que coloco no título. É que, em rigor, o Kamasutra para crianças existe. E, imagine, goza do alto patrocínio do Estado português na sua qualidade de grande educador das massas. Ainda assim, nem tudo está perdido: pelo menos, do conteúdo do dito manual não constam imagens explicativas. Refiro-me a um documento datado de Outubro de 2016 cujo título é «Referencial de Educação para a Saúde», carimbado pela Direcção-Geral da Saúde e pela Direcção-Geral da Educação, com o objectivo de promover «a educação para a saúde em meio escolar». É neste pedaço de prosa que se encontram as directrizes e orientações no que respeita, entre outros temas, aos «Afectos e Educação para a Sexualidade», dissecados em subtemas, objectivos e metas a atingir.

No que respeita à educação para a sexualidade (em relação aos afectos sabemos bem quem é o titular da cátedra...), o referencial pedagogicamente explica que, apesar da ubiquidade do sexo, a escola é o local onde os alunos [do pré-escolar e do ensino básico] manifestam, de forma mais impressiva, os desenvolvimentos sexuais nos vários ambientes, incluindo «na relação com os docentes e trabalhadores». A prosa social construtivista desenvolve-se entre orientações várias no que respeita às «relações afectivas» e aos «valores» até ao subtema 4, sob o manto diáfano do «desenvolvimento da sexualidade», onde se prevê, em antecipação precoce do processo de erotização natural de desenvolvimento infantil, o objectivo de os alunos do pré-escolar adquirirem «uma atitude positiva em relação ao prazer e à sexualidade». O Estado quererá ensinar bebezinhos de três anos a ter prazer? Por fim, o referencial propõe ainda ensinar os alunos do 2.º Ciclo (5.º e 6.º anos) a distinção entre interrupção voluntária e involuntária da gravidez.

Não faltará muito para que, copiando o exemplo brasileiro, o governo distribua um kit de prevenção contra a homofobia recheado de «manuais escolares» e outro tipo de «material» que estimula experiências auto-eróticas e homossexuais. É, contudo, lamentável que o Estado arrogue para si o direito de, através de um manual de instruções, construído de forma centralizada, definir unilateralmente um modelo único de educação para a sexualidade. Profundamente relacionadas com o conjunto de valores que cada família escolhe, em liberdade, as escolhas quanto à educação sexual devem, impreterivelmente e em primeira instância, passar pelo crivo familiar, pelo respeito pela sensibilidade, pelas questões de consciência e pela autonomia dos pais.