terça-feira, 30 de setembro de 2014


«A Plan for the Improvement of English Spelling»


A Plan for the Improvement of English Spelling by Mark Twain or M. J.Shields

For example, in Year 1 that useless letter «c» would be dropped to be replased either by «k» or «s», and likewise «x» would no longer be part of the alphabet. The only kase in which «c» would be retained would be the «ch» formation, which will be dealt with later.

Year 2 might reform «w» spelling, so that «which» and «one would take the same konsonant, wile

Year 3 might well abolish «y» replasing it with «i» and Iear 4 might fiks the «g/j» anomali wonse and for all. Jenerally, then, the improvement would kontinue iear bai iear with Iear 5 doing awai with useless double konsonants, and Iears 6-12 or so modifaiing vowlz and the rimeining voist and unvoist konsonants.

Bai Iear 15 or sou, it wud fainali bi posibl tu meik ius ov thi ridandant letez «c», «y» and «x» — bai now jast a memori in the maindz ov ould doderez — tu riplais «ch», «sh», and «th» rispektivli.

Fainali, xen, aafte sam 20 iers ov orxogrefkl riform, wi wud hev a lojikl, kohirnt speling in ius xrewawt xe Ingliy-spiking werld.

Mark Twain (1), 1835-1910

«The heart of our trouble is with our foolish alphabet.
It doesn't know how to spell and can't be taught.» – Mark Twain

[Transcrição (e imagem de ecrã) de «The I18n Guy web site», página A Plan for the Improvement of English Spelling by Mark Twain or M. J. Shields.]

(1) – Não existem provas irrefutáveis de que este texto seja mesmo da autoria de Mark Twain. Outras citações do mesmo referem M. J. Yilz como autor, em carta ao jornal «The Economist» (1971).



[Uma adaptação possível]


Plano para melhorar o sistema ortográfico do Português

Por exemplo, no 1.º ano, essa letra inútil que é o «C» akabava e seria substituída ou pelo «K» ou pelo «S», da mesma forma que o «X» deixaria de fazer parte do alfabeto. O úniko kaso em que «C» se manteria seria na forma «CH», a qual se eliminaria também mais tarde.

No 2.º ano poder-se-ia reformar a letra «U», por forma a que «quem» e «um» fikassem kom a mesma konsoante, enquanto no 3.º ano também se poderia abolir o «U», trokando-o por «O»,

e no 4.º ano já se poderia akabar kom a konfozão entre «G» e «J» de oma vez por todas. De forma jeral, por konseginte, teríamos então melhorias kontínoas, ano após ano,

e xegaríamos ao 5.º ano já sem a xatise das konsoantes doplas, até qe nos anos 6 a 12, o asim, já poderíamos finalmente akabar kom o oso das restantes vogais e konsoantes sonoras e modas.

Aí pelo désimo qinto ano seria finalmente posível pasar a otilizar as letras redondantes «C», «L» e «N» — nesa altora já oma simples recordasã dos velos do Restel — em sobstitoiçã de «CH», «LH» e «NH», respektivamente. Por fim, segados ao term de 20 ans de reform.





segunda-feira, 29 de setembro de 2014


Os laços de longa data

que unem Cavaco e Salgado


Tudo começou na década de 60, quando Ricardo Salgado foi aluno do professor Aníbal Cavaco Silva. Desde então, o actual Presidente da República e o ex-presidente do BES não mais voltaram a quebrar laços. Uma amizade que o jornal i detalha (10 de Setembro de 2014 – jornal i online) e que coloca dúvidas em relação ao conhecimento de Cavaco sobre a situação que o banco atravessou.


As críticas à actuação do Presidente da República em relação à crise do BES não têm fim à vista, mesmo depois da divisão do banco em dois. Ainda na noite passada, Augusto Santos Silva acusou o chefe de Estado de «sacudir a água do capote» no que a este assunto diz respeito, por alegar conhecer apenas o que lhe foi transmitido pelo Governo.

Mas a amizade entre Cavaco Silva e Ricardo Salgado, que esteve mais de 20 anos à frente da instituição bancária, é de longa data e não é segredo para ninguém.

O jornal i recua no tempo, na sua edição de (10 Setembro de  2014 – jornal i online), relembrando como tudo começou, na década de 60. Nessa altura, Cavaco Silva foi professor de Ricardo Salgado no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (actual ISEG).

Desde então, os dois nomes que os portugueses tão bem conhecem não mais perderam contacto. Entre encontros no estrangeiro e jantares privados, a relação entre ambos foi-se fortalecendo, com Ricardo Salgado a incentivar Cavaco Silva a concorrer às eleições presidenciais de 2006.

O banqueiro financiou, inclusivamente, a campanha em 22 482 euros, o limite máximo estipulado por lei. A família Espírito Santo foi, de resto, a que deu o maior contributo a nível de financiamento.

Quatro anos passados, Ricardo Salgado apoiou, mais uma vez, a recandidatura de Cavaco Silva a Belém, cadeira que este veio a reconquistar em 2011 e em que ainda hoje se mantém «sentado».

Os laços de amizade que unem os dois homens acentuam as dúvidas em relação ao conhecimento que o Presidente da República teria sobre a situação que o BES atravessava quando disse, em Julho, que o banco estava estável.


Conheça a história da relação entre Cavaco e Salgado


O Presidente da República tem sido criticado por ter dito em Julho que o banco estava estável. No domingo justificou que só pode saber do que se passa verdadeiramente no banco quando o governo ou as entidades oficiais lhe comunicam

O Presidente da República respondeu este fim de semana a quem o acusa de ter induzido em erro os pequenos investidores que compraram acções do BES poucos dias antes da decisão de recapitalização do banco. Cavaco Silva justificou que as suas declarações de Julho, dando conta que o BES estava estável, tinham por base a informação oficial de que dispunha e adiantou mesmo que espera ter sido avisado atempadamente pelo executivo de Passos Coelho e pelas entidades oficiais assim que houve conhecimento dos reais problemas do banco. Os canais de informação, porém, entre Cavaco e o universo Espírito Santo sempre existiram. Nesta última declaração, o chefe de Estado disse não ter «ministérios», «serviços de execução política», nem «serviços de fiscalização ou investigação» para conseguir informação além da que o executivo lhe disponibiliza. Mas desde há muitos anos que são conhecidas as ligações com a família Espírito Santo e a amizade com Ricardo Salgado.

O i foi recuperar o início de uma relação entre professor e aluno que começou na década de 60 e os encontros que mais tarde começaram a traçar uma maior proximidade: desde jantares privados a apoios financeiros à corrida a Belém de 2006.

A REUNIÃO DAVOS O mediático encontro de 1989 num hotel da Suíça foi um marco nas relações entre o banqueiro e o então primeiro-ministro, mas não o início. Salgado já havia sido aluno de Cavaco no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (actual ISEG) na década de 60. É, no entanto, naquela reunião que é comunicada por Salgado e Manuel Ricardo Espírito Santo a Cavaco Silva a intenção da família de retomar parte do império perdido. O chefe do executivo encontrava-se naquele país para estar presente no Fórum Mundial de Davos. Nos últimos 20 anos muita coisa tinha mudado e é ali – no bar do pequeno hotel encerrado para aquela reunião – que Cavaco fica a conhecer os planos da família Espírito Santo para o futuro próximo. Queriam regressar a Portugal com o objectivo de ganhar a privatização do Banco Espírito Santo Comercial de Lisboa – nacionalizados em 1975 – no âmbito da política de liberalização económica promovida pelos governos de Cavaco.

PRESSÃO PARA CANDIDATURA A BELÉM O retorno em força dos Espírito Santo ao país acontece dois anos depois da reunião no hotel da Suíça, ainda durante o executivo liderado por Cavaco Silva. Mas se até então as conversações poderiam não passar de meras formalidades, as dúvidas ficam desfeitas quando anos mais tarde, em 2004, Salgado convida Cavaco para um jantar na casa do Estoril, onde em Julho deste ano foi detido no âmbito da Operação Monte Branco.

Aníbal Cavaco Silva chegou com a sua mulher ao jantar onde além de Ricardo Salgado estava Durão Barroso – então primeiro-ministro –, Margarida Sousa Uva, Marcelo Rebelo de Sousa e Rita Amaral Cabral. Na altura o semanário «Expresso» adiantou que o convite tinha como objectivo «pressionar Cavaco a candidatar-se às eleições presidenciais [de 2006]». O banqueiro terá referido nesse encontro que a presença de Cavaco em Belém seria importante para o país, uma vez que se encontrava numa situação económico-financeira cada vez mais complicada.

A conversa privada rapidamente se tornara pública, uma vez que dentro do PSD havia movimentações para a corrida a Belém e alguns sectores do partido estavam preocupados com a possibilidade de Pedro Santana Lopes avançar.

Contactado então pelo «Expresso», Ricardo Salgado confirmou o encontro e admitiu a existência de uma relação de amizade: «[Tratou-se] de um jantar privado de casais que têm laços de amizade.»

MAIS QUE AMIZADE Mas o apoio à candidatura não se ficou pelas palavras dessa noite. Ricardo Salgado fez questão de, no ano seguinte, doar o máximo permitido por lei à candidatura de Cavaco – que entretanto já havia anunciado que estava na corrida a Belém. De acordo com o «Diário de Notícias», que consultou as contas das campanhas de 2006, a família Espírito Santo foi uma das grandes financiadoras do actual Presidente da República, tendo doado 104 928 euros – o que representa mais de 5% do total. Só Salgado doou 22 482 euros, o máximo então permitido por lei. O banqueiro foi mais longe que Oliveira Costa, então presidente do BPN, que apenas doou 15 mil euros.

Os apoios da banca a Cavaco não foram exclusivos da família de Ricardo Salgado, mas os dos Espírito Santo foram exclusivamente para Cavaco. Segundo o mesmo jornal, por exemplo, a candidatura de Mário Soares – ainda que tenha tido financiamento da banca – não recebeu qualquer donativo proveniente do universo Espírito Santo.

Ainda assim, no livro «O Último Banqueiro» é referido que Ricardo Salgado também terá incentivado Soares a concorrer contra o social-democrata. Apesar de haver mais apoios para uns que para outros, a obra refere que o objectivo do banqueiro era que o BES fosse «o banco de todos os regimes».

UMA RELAÇÃO QUE SE MANTEVE Apesar de  dizer várias vezes que o banco agradava a todas as cores políticas, a verdade é que Salgado volta a dar a mão a Cavaco em 2010. Num evento organizado pelo «Económico» o banqueiro defendeu a recandidatura: «O presidente Cavaco Silva é uma referência nacional. Acho que se deve recandidatar.» As contas das presidenciais de 2011 ainda aguardam publicação de acórdão, pelo que não são conhecidos os valores das doações.

Outros factos comprovam a proximidade entre o Presidente da República e os Espírito Santo. Um deles foi a compra do Pavilhão Atlântico pelo consórcio liderado por Luís Montez, o empresário de comunicação genro de Cavaco Silva, numa operação financiada pelo BES Investimento.


Cronologia

1989 Cavaco Silva, então primeiro-ministro, e Ricardo Salgado encontram-se na Suíça, juntamente com Manuel Ricardo Espírito Santo. Os membros da família Espírito Santo revelam que têm vontade de regressar ao país e assumir novamente a Tranquilidade e o Banco Espírito Santo.

2004 Um jantar na casa do Estoril de Ricardo Salgado juntava o primeiro-ministro Durão Barroso, Marcelo Rebelo de Sousa e Cavaco Silva. O «Expresso» noticiou que o encontro tinha a finalidade de mostrar apoio à candidatura de Cavaco nas eleições presidenciais de 2006.

2004 Cinco membros da família Espírito Santo doaram mais de 104 mil euros à Campanha de Cavaco. Segundo o «Diário de Notícias», a família Espírito Santo foi mesmo uma das grandes financiadoras, representando mais de 5% do total doado a Cavaco Silva. Salgado doou o máximo permitido, na altura, por lei: 22 482 euros.

2010 Ricardo Salgado pressiona Cavaco a recandidatar-se à presidência da República. E chega a dar a sua posição em público, num evento organizado pelo «Negócios»: «O Presidente Cavaco é uma referência nacional. Acho que se deve recandidatar». Cavaco respondeu, numa entrevista à RTP a partir de Luanda, dizendo que irá pensar em família nesse cenário.

2014 21 Julho – Durante uma viagem à Coreia do Sul, Cavaco acalma os ânimos e diz que o BES está estável. Adianta que a entidade bancária não é permeável aos problemas do Grupo Espírito Santo.

03 Agosto – É anunciada a recapitalização do Banco Espírito Santo e a sua divisão em dois bancos: um bom e um mau.

07 Setembro - Após criticas de que terá induzido investidores em erro ao dizer que o banco estava estável, Cavaco reage dizendo que as suas declarações tinham em conta as informações que lhe foram prestadas pelo executivo de Passo Coelho, bem como pelas entidades oficiais. Disse esperar que o Governo lhe tenha dado as informações assim que teve acesso às mesmas.





domingo, 28 de setembro de 2014


Onde estão as famílias?


Inês Teotónio Pereira, Jornal i, 27 de Setembro de 2014

O problema da família, a fatalíssima crise da família, é só um: a família eclipsou-se. Não é tida nem achada em tema nenhum

Quando se fala de crianças, de educação ou de idosos, o link automático direcciona-nos para o Estado ou para a escola. A família é raramente mencionada. Diz-se que a família, tal como os valores, está em crise. Diz-se que a família é um conceito dinâmico, e de tal forma dinâmico que até já se criou uma nova espécie, as novas famílias – como se não fosse tudo a mesmíssima coisa. Diz-se que é o Estado que deve educar as crianças através de programas curriculares herméticos, fechados e idênticos para todas as elas no conteúdo, na forma e no tempo. O Estado é a nossa grande família. Ao Estado cabe proteger os avós, educar as crianças, empregar os pais, integrar os imigrantes, travar os emigrantes, garantir a igualdade das mulheres, inverter da curva da natalidade e até melhorar os rankings internacionais do sucesso escolar. Às famílias cabe votar e pagar impostos.



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