segunda-feira, 6 de junho de 2016


Não à islamização de Portugal, e da Europa!




Contra a construção de mais uma mesquita em Lisboa 
Para: Ex. Sr. Presidente da Assembleia da República


Ex.mo Sr. Presidente da Assembleia da República:

Os cidadãos abaixo assinados vêm por este meio solicitar à Assembleia da República uma recomendação com vista à revogação imediata da decisão da Câmara Municipal de Lisboa de construir uma nova mesquita na referida cidade (zona do Martim Moniz), tendo em conta os seguintes considerandos:

1.º Sendo Portugal constitucionalmente um estado laico, não se afigura legal que estejam envolvidos dinheiros públicos num projecto que prevê a construção de um complexo que integra um templo religioso. No entender dos signatários, tal situação configura um favorecimento do Islamismo (que, como se sabe, nem sequer é a religião da maioria dos portugueses) em relação às outras religiões.

2.º O referido projecto vai colidir com os tipos de construções existentes na zona, contribuindo para a descaracterização da cidade, já muito ferida por erros anteriores.

3.º A construção do dito templo estará manifestamente a contribuir para o alarme social, tendo em conta a situação de expansionismo do extremismo islâmico que se vive no Médio Oriente e Norte de África e que ameaça Portugal, a partir do momento em que se sabe que existem radicais muçulmanos que defendem a integração da Península Ibérica num grande califado islâmico (cf., p. ex., http://observador.pt/2014/08/12/um-califado-seculo-xxi/) e que já está documentada a presença em Lisboa de muçulmanos que apoiam a entidade terrorista que dá pelo nome de Estado Islâmico (cf., p. ex., programa televisivo «Sexta às 9», de 26 de Setembro de 2014, http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=769655&tm=8&layout=122&visual=61).










O animal spirits e a vaca voadora


Pedro Sousa Carvallho, Público, 2 de Junho de 2016

Uma economia que dependa excessivamente da dinâmica do consumo privado está condenada a definhar.

Quando chegou, António Costa prometeu um tempo novo. «Um tempo novo que traga crescimento e prosperidade, um tempo novo para as famílias e um tempo novo também para as empresas.» Esta semana começaram a chegar as primeiras estatísticas do INE sobre o «tempo novo» e não é que esse «tempo novo» é muito parecido com o tempo antigo?

As estatísticas do INE mostram a economia a desacelerar nos primeiros três meses do ano, com o PIB a crescer 0,9%, o que constitui um abrandamento face aos 1,3% registados no quarto trimestre de 2015. O que explica esta travagem? Portugal está a perder investimento a um ritmo expressivo. Este indicador, que no quarto trimestre de 2015 tinha registado uma variação homóloga de 4,4%, apresentou agora uma queda de 0,6%. Nos últimos 30 meses, o investimento aumentou sempre.

Sem investimento não há economia que aguente. Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, costuma comparar a economia a um avião com quatro motores: as exportações, o consumo público, o investimento e o consumo privado. As exportações, ainda segundo o INE, abrandaram no arranque do ano para 2,8%, quando há um ano as vendas para o exterior cresciam 7,1%. O consumo público há muito estagnou e o investimento está a desaparecer. O consumo privado, graças à reposição de rendimentos, é o único que vai aguentando o avião no ar. É fácil perceber que com tantos problemas nos motores este avião não há-de suster-se muito tempo no ar.

Claro que há muitos que não percebem esta analogia dos aviões. Por isso falemos de vacas voadoras. Uma vaca voadora tem duas asas para se suster no ar. De um lado a procura externa (exportações – importações) e do outro lado a procura interna (consumo + investimento). Como as exportações estão a crescer pouco (2,8%) e menos do que as importações (4,6%), a asa direita da vaca voadora começa a tremelicar. E como a quebra do investimento, com o tempo, vai provocando uma erosão no consumo, a asa do lado esquerdo já começa a tremer. E quem acredita que existem vacas voadoras também tem de acreditar que há vacas que caem do céu.

Uma economia que dependa excessivamente ou quase exclusivamente da dinâmica do consumo privado está condenada a definhar com o passar do tempo. O consumo privado só estimula a economia no curto prazo e, quando não é acompanhado de investimento (que gera emprego e rendimento), rapidamente descamba em mais endividamento, no aumento das importações (que vai desequilibrar mais a balança comercial) e numa reduzida taxa de poupança que retira capacidade às famílias para ajudar a financiar as empresas (o que vai aumentar o défice externo). A taxa de poupança em Portugal ronda hoje os 4%, contra uma média de 12,4% na zona euro.

Com estes números, a previsão do Governo para um crescimento da economia de 1,8% já começa a parecer desajustada. É o próprio Mário Centeno que esta semana veio dizer que a concretização desse valor «está dependente da retoma do investimento». Já se percebeu que será uma questão de semanas até termos um orçamento rectificativo.

O Banco de Portugal também está a antecipar uma travagem a fundo do investimento este ano, cuja previsão passou de 4,1% para 0,7%. A OCDE é ainda mais pessimista, já que em Novembro previa que o investimento em Portugal crescesse 3% em 2016 e esta semana veio dizer que antecipa uma quebra de 1,5%. Os números do Governo apontam para um crescimento de 4,9%.

E por que razão é que os investidores deixaram de querer investir em Portugal? Quer os neoclássicos, quer a teoria keynesiana fazem depender o nível de investimento do produto marginal do capital e da taxa de juro. John Maynard Keynes, no seu livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, acrescenta um outro factor que influencia e de que maneira as decisões de investir dos empresários – o chamado «animal spirits», ou seja, um impulso psicológico que está para além da análise quantitativa dos juros e da rentabilidade do capital que faz com que um empresário decida não investir num determinado momento. Essa decisão faz travar o emprego e a procura, conduzindo a um ciclo de recessão. Ao contrário dos neoclássicos que acreditavam na auto-regulação dos mercados, os keynesianos defendem a intervenção do Estado na economia, através do aumento dos gastos públicos, para inverter o ciclo.

Este «animal spirits» («estados de ânimo») não tem nada que ver com vacas voadoras. É Keynes a introduzir na equação do investimento uma componente emocional ou de impulso que pode determinar ciclos económicos e gerar incertezas na evolução da economia. Por isso é que o economista e ex-governador do Banco de Portugal Jacinto Nunes descrevia a economia de Keynes como «a economia da incerteza».

É a incerteza que afasta o investimento. Ainda esta semana a OCDE veio dizer que «o investimento caiu de forma brusca e continua a ser um entrave para o crescimento, devido ao elevado endividamento das empresas, aos balanços frágeis dos bancos, à incerteza nas políticas e ao menor ímpeto na execução de reformas». Em relação aos dois primeiros pontos, os problemas não são de agora e são de difícil resolução – apesar de os bancos continuarem a dizer que têm dinheiro para emprestar aos bons projectos.

Já quanto à incerteza nas políticas e ao menor ímpeto nas reformas depende de o Governo desfazer essa imagem que tanto assusta os empresários e prejudica a economia. A OCDE não deixa de criticar, por exemplo, a suspensão da descida do IRC que «poderia dar um empurrão ao investimento e ao crescimento», uma suspensão à revelia de um acordo alargado feito no passado recente entre PS, PSD e CDS. António Costa veio esta semana, perante uma plateia de empresários, pedir-lhes o seu envolvimento para a construção de «uma imagem e uma percepção de um país moderno, de um país de confiança. Só com confiança se conseguirá atrair mais investimento». Mas a confiança não se decreta. Constrói-se.






Pedro Barroso confessa

não conseguir ser «gay»

e penitencia-se...


O CERCO 
    Venho aqui pedir desculpa
    de não ser evoluído,
    apesar destas campanhas
    na rádio, na televisão,
    em toda a parte, insistindo
    na urgência do assunto…
    Eu não consigo gostar;
    – não consigo mesmo, pronto.
    Sei que pertence ser gay,
    toda a gente deve ser.
    Mas eu, lamentavelmente
    não sou como toda a gente;
    Como aconteceu... não sei,
    peço desculpa por isso,
    mas confesso: sou… diferente.
    Sei que vos pode ofender
    esta minha enfermidade,
    pois um gajo que assim pensa
    hoje em dia, não tem nexo;
    deveria ser banido,
    expulso da comunidade.
    É uma vergonha indecente
    Gostar de mulher, ter filhos
    Casar, afagar, perder-se
    Com pessoa doutro sexo!
    Uma nojeira repelente;
    Dar-lhe, até, beijos na boca
    em público! E declarar
    Esta sua preferência
    Que eu nem sei classificar!
    Tenho uma vergonha louca
    E desejo penitência
    por tal desconformidade,
    retardamento, machismo,
    doença, fatalidade!
    Já tentei tudo: – inscrevi-me
    em saunas, aulas de dança
    cursos de perfumaria
    origami, greco romana,
    ioga – para ter ousadia
    boxe – p’ra ganhar confiança...
    Mas quando chega o momento
    De optar… sou… decadente,
    Recorrente e insistente.
    Opróbrio raro e demente,
    Ver uma mulher seduz-me,
    Faz-me vibrar, deslumbro.
    Vê-la falar, elegante;
    Vê-la deslizar, sensual
    Como vestal, deslumbrante
    Seu peito assim, saltitante
    Sua graça embriagante
    olho com gosto, caramba,
    lamento ser tão ...normal.
    Mas eu confesso que sinto
    – neste corpo tão cansado
    Que da vida já viu tanto...
    Ainda sinto um desejo
    Que m’ envergonha bastante
    Por ser já tão deslocado
    tão antigo, assim tão fora
    do mais moderno critério.
    Valia mais estar calado
    Mas amigos, já agora
    Assumo completamente:
    – Tenho esse problema sério.
    Nunca integrarei partidos
    Onde não sou desejado.
    No planeta das tais cores
    não tenho dia aprazado,
    nem bandeira, nem veado,
    nem «orgulho» especial!
    Sou mesmo do «outro lado»
    dito «heterossexual»
    e já me chateia um bocado
    Ter que dizer, embaçado,
    que me atrai o feminino
    e sou apenas «normal»!
    – e, portanto, avariado.
    Mas… mesmo assim, – saudosista,
    imensamente atrasado,
    terrivelmente cercado,
    conservador nesse ponto,
    foleiro, desajustado...
    perdoai-me tal pecado
    – Não me sinto ...assim tão mal!