sábado, 24 de setembro de 2016


Costa usa definição de comunismo

para descrever a sua sociedade ideal


António Costa definiu no debate quinzenal no Parlamento um modelo de «sociedade decente» que é o mesmo definido por Karl Marx como sendo o do estádio supremo do comunismo. Quase palavra por palavra.



José Manuel Fernandes, Observador, 23 de Setembro de 2016

Foi na resposta à última pergunta de Assunção Cristas durante o debate quinzenal desta quinta-feira. A certa altura António Costa quis definir o que, para ele, era uma «sociedade decente». E fê-lo nos seguintes termos: «é uma sociedade onde cada um contribui para o bem comum de acordo com as suas capacidades, e cada um recebe de acordo com as suas necessidades».

A frase, contudo, não é original: é de Karl Marx e foi escrita em 1875 num dos seus panfletos mais influentes, a Crítica ao Programa de Gotha. Aí ele também define a sociedade que deseja: «De cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades».

Pormenor importante: a sociedade a que Marx se referia não era a sociedade socialista, mas sim a utópica sociedade comunista.

Vale a pena ler (e comparar) não apenas aqueles dois extractos, mas as frases inteiras, começando por António Costa, 22 de Setembro de 2016:

Entender que é absolutamente essencial trabalhar, é essencial investir, que é importante poupar, que é boa uma sociedade de iniciativa, mas também quero uma sociedade que seja decente e uma sociedade decente é uma sociedade onde cada um contribui para o bem comum de acordo com as suas capacidades, e cada um recebe de acordo com as suas necessidades. E que a prosperidade gerada por todos possa ser justamente partilhada por todos. Foi esta sociedade que eu aprendi na minha casa a acreditar».

E agora Karl Marx, no Crítica ao Programa de Gotha, 1875:

Quando, com o desenvolvimento dos indivíduos em todos os seus aspectos, crescerem também as forças produtivas e jorrarem em caudais os mananciais da riqueza colectiva, só então será possível ultrapassar-se totalmente o estreito horizonte do direito burguês e a sociedade poderá inscrever em suas bandeiras: De cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades.»

Este texto do autor do Manifesto do Partido Comunista e de O Capital tem um significado especial pois o Programa de Gotha a que se refere é o programa que seria aprovado no congresso que daria origem ao Partido Social-Democrata alemão. Marx considerava, na sua crítica violenta aos socialistas alemães, que esse programa não correspondia a uma plataforma revolucionária, antes a um compromisso reformista baseado no «revisionismo» dos fundamentos essenciais do marxismo. Mais: para Marx era necessário, para chegar ao socialismo e ao comunismo, passar por uma fase que designou como «ditadura do proletariado», conceito que, de resto, desenvolve nessa sua obra.

Vivíamos uma época em que o movimento socialista se começava a dividir: de um lado, os revolucionários que seguiriam a linha mais ortodoxa defendida por Marx na sua crítica à plataforma dos social-democratas alemães; do outro lado, os socialistas reformistas que preconizavam mudanças graduais, favoráveis aos trabalhadores, no quadro de regimes democráticos. Os primeiros dariam origem aos partidos comunistas, os segundos aos partidos socialistas e social-democratas que seriam centrais nas reformas que levariam aos modernos Estados Providência.

Para Marx, na sua Crítica ao Programa de Gotha, uma sociedade que funcionasse de acordo com o princípio «de cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades» corresponderia ao estádio supremo do comunismo, tendo mais tarde Lenine, o fundador da União Soviética, popularizado essa definição. Fê-lo, nomeadamente, numa das suas obras mais conhecidas, O Estado e a Revolução, onde cita aquela passagem do livro de Marx antes de explicar que, para chegar a essa sociedade ideal, era necessário passar por várias fases, nomeadamente a «expropriação dos capitalistas» e o controlo pelo Estado de todas as forças produtivas.

Já o socialismo, mesmo sendo visto como uma fase de transição para o comunismo, caracterizar-se-ia antes por ser aquela sociedade onde cada um receberia de acordo com a sua contribuição. A concretização desse princípio não supunha – o que mereceu a crítica de Marx – a superação daquilo que designava como a «ordem burguesa».

Refira-se ainda que a intervenção de António Costa surgiu depois de Assunção Cristas lhe ter pedido para se diferenciar dos que, na esquerda radical, acham que «para acabar com a pobreza é preciso acabar com a riqueza».

Quanto à referência ao que aprendeu «em casa», recorde-se que António Costa é filho de Orlando Costa, escritor e militante do Partido Comunista, e de Maria Antónia Palla, jornalista que sempre foi próxima do PS.





segunda-feira, 19 de setembro de 2016


VOLTA, LULA!


O actor Marcelo Madureira publicou

o que segue sobre o Lula.


Não deixem de ler e compartilhar!!


Muita gente está pedindo: Volta, Lula!(?)

Volta, Lula! e traga de volta as duas refinarias que você doou à Bolívia!

Volta, Lula! e traga de volta os 1,2 mil milhões de dólares que você «emprestou» a Hugo Chávez!

Volta, Lula! e traga de volta os mil milhões de dólares que você mandou para Cuba, Haiti e outros, porque aqui também há crianças morrendo de anemia;

Volta, Lula! e traga de volta os 10,6 bilhões de reais que você emprestou para o Eike Batista (seu testa de ferro) e que agora está em situação pré-falimentar!

Volta, Lula! e traga de volta os 25 milhões de euros que você levou com a Rose para Portugal;

Volta, Lula, e explica o Mensalão, que você planeou e que tinha o «Quartel General» ao lado da sua sala...

Volta, Lula, e explica o fenómeno «Rose»;

Volta, Lula, e explica os 6 000 médicos cubanos;

Volta, Lula, e explica a falência do SUS;

Volta, Lula e explica onde foi parar a reabilitação da indústria naval brasileira;

Volta, Lula e explica os 4,8 mil milhões gastos na transposição do Rio São Francisco e que hoje está tudo abandonado...

Volta, Lula, e explica os 0,20 centavos mais caros do planeta;

Volta, Lula e explica os 39 ministérios;

Volta, Lula, e explica a falência da Petrobras;

Volta, Lula e explica os 20% de inadimplência do programa eleitoral «minha casa minha vida», que os brasileiros que trabalham terão que pagar. Observe também que a taxa de inadimplência de 16% gerou a crise imobiliária de 2007 dos Estados Unidos.

Volta, Lula e explica o que aconteceu com o óleo de mamona que ia ser a independência energética do Brasil;

Volta, Lula, e explica, o PRE-SAL;

Volta, Lula, e explica essa sua criação, o poste «DILMA» que você plantou em Brasilia...

Volta Lula e explica porque o ministro do supremo Roberto Barroso passou a semana passada tentando explicar o contrato milionário que o governo por meio da Eletronorte, concedeu recentemente sem licitação, a seu escritório de advocacia do Rio de Janeiro.

Milhões de brasileiros estão decepcionados: O Lula está mudo!

Todos sabem que, se o Lula se explicar, o PT e os aliados serão trancafiados!

Volta logo e vá pra cadeia também!!!!!!

Peço maciça divultação!

Começou a rodada de pizza. Tenha coragem e encaminhe esta mensagem para cada contato seu. Não podemos deixar essa situação acontecer e enfraquecer o Juiz Sergio Moro. Vamos provar para os ladrões que o povo brasileiro está do lado do Sr Dr Sergio Moro e não vamos aceitar e presenciar mais está pizza e ficar calados. Seja patriota e proteste enviando esta mensagem para conhecimento de todos. Vamos reagir povo. Por favor, vamos dar uma resposta para esses ladrões. Vamos salvar nossas futuras gerações. Repassem... 🇧🇷🇧🇷🇧🇷

Não fique chateado se essa mensagem chegar a você mais de uma vez... Isso significa que está surtindo efeito....

Vamos compartilhar!!!

Quanto mais melhor!!!!!






As perseguições mafiosas

ao juiz Carlos Alexandre


António José Vilela e Fernando EstevesSábado, 26 de Março de 2015


O juiz de instrução Carlos Alexandre não tem tido uma vida fácil. Nos últimos 10 anos, já o ameaçaram, invadiram-lhe a casa, tentaram atropelar-lhe a mulher e agora envenenaram-lhe o cão.

O animal de nome Bart, que lhe tinha sido oferecido pelo procurador João de Melo, morreu envenenado com remédio dos ratos. Durante semanas, o cão agonizou e acabou por morrer na semana passada. Suspeita-se que alguém tenha atirado para o quintal da casa do juiz um alimento misturado com veneno para ratos.

Estes casos já não são estranhos para o magistrado judicial que há mais de 10 anos lida com os processos mais complexos relacionados com criminalidade violenta e económico financeira. Quando estava colocado na Polícia Judiciária Militar, Carlos Alexandre chegou a ser ameaçado e temeu até ser agredido dentro das instalações daquela força policial que dependia hierarquicamente do ministro da Defesa Nacional. Na altura, Paulo Portas era o titular do cargo e o juiz tinha ordenado que o seu chefe de gabinete fosse colocado sob escuta por causa de um alegado negócio de compra de material militar.

Mais tarde, já colocado no Tribunal Central de Instrução Criminal,  invadiram-lhe a residência e deixaram-lhe uma velha pistola à vista que estava guardada numa gaveta. O juiz achou que se tratava de um aviso. Apesar de ter segurança 24 horas por dia, outros dois acontecimentos viriam a deixá-lo bastante preocupado, sobretudo porque em causa esteve a mulher Felisbela, que terá sido objecto de duas tentativas de atropelamento quando passava numa passadeira para peões.

Agora foi a vez do cão da família.






PETIÇÃO



Rogério de Moura enviou-lhe a seguinte Petição.

Caros Amigos,

Acabei de ler e assinar a petição: «APOIO AO JUIZ CARLOS ALEXANDRE » no endereço http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT82973

Pessoalmente concordo com esta petição e cumpro com o dever de a fazer chegar ao maior número de pessoas, que certamente saberão avaliar da sua pertinência e actualidade.

Agradeço que subscrevam a petição e que ajudem na sua divulgação através de um email para os vossos contactos.

Obrigado.

Rogério de Moura

Esta mensagem foi-lhe enviada por Rogério de Moura (rdemoura007@gmail.com), através do serviço http://peticaopublica.com em relação à Petição http://peticaopublica.com/?pi=PT82973







Carlos Alexandre incomoda


A folha de serviço


Eduardo Dâmaso, Sábado, 15 de Setembro de 2016

O juiz Carlos Alexandre já foi alvo de denúncias anónimas sobre contactos com jornalistas que nunca teve. Foi obrigado a um striptease salarial e a relatar a inspectores judiciais todos os rendimentos da família. Foi vasculhado por causa de um empréstimo de 4 mil euros num programa de TV dirigido por Sandra Felgueiras, filha da famosa arguida Fátima Felgueiras, que fez outro programa onde explorava alegadas «coincidências» entre as decisões do juiz e as notícias de um jornalista.

Foi «aconselhado», por superiores, a suavizar decisões sobre o crime de branqueamento em processos relacionados com Angola. Viu processos de obras em casa espiolhados e decisões suas achincalhadas por desembargadores da Relação de Lisboa que passaram mais de uma década em comissões de serviço nomeados pelos amigos políticos, com base em opiniões e não em argumentação jurídica. Viu os filhos ameaçados com pistolas deixadas em cima das respectivas fotografias.

Nunca teve uma repreensão do Conselho Superior de Magistratura. Tem quase trinta anos de serviço público, centenas de decisões acolhidas pelo direito e uma folha de serviço impecável. Tudo isso é indiferente aos pregadores evangélicos como Louçã e a outros que o macaqueiam, que reduzem tudo ao interesse indisfarçável que prosseguem e que não é outro senão safar Sócrates, mesmo que isso leve Ricardo Salgado, Oliveira e Costa e Duarte Lima na mesma água do mesmo banho a deitar fora. Todos vítimas do malandro Carlos Alexandre e do iníquo Estado de direito em que vivemos… Grandes democratas!






O «caso» Carlos Alexandre


Elogio dos vermes


José Mendonça da CruzCorta-Fitas, 14 de Setembro de 2016


O juiz Carlos Alexandre deu uma entrevista em que explicou quem era, e tudo o que disse de si está solidamente comprovado pela sua vida, a sua carreira, e o testemunho de quem o conhece ou com ele trabalhou. Mas o juiz Carlos Alexandre cometeu um erro grosseiro de avaliação: avaliou mal o país e o tempo em que vive, incomensuravelmente mais rascas do que julga ou desejaria. Compreende-se, pois, que logo lhe tenham caído em cima os barões do país pardo e da corrupção, obviamente acolhidos e aclamados na comunicação social avençada, e inevitavelmente acompanhados daqueles idiotas úteis que seguem qualquer carroça de pruridos politicamente correctos, na ilusão de mostrar equilíbrio e equidistância.

O juiz Carlos Alexandre avaliou mal.

Declarou-se católico praticante, e disse que a fé o estrutura e fortalece. Ofendeu o credo «laico» da redutora acepção socialista, menosprezou jacobinos e maçons.

Contou com alegria que tem uma família sólida e tradicional, com a qual se sente feliz. Desconsiderou, pois, as virtudes fracturantes.

Revelou serenamente que trabalha muito, ganha pouco, e vive uma vida de austeridade e contenção. Mostrou-se, portanto, displicente com uma governação que virou a página da austeridade, que defende a redução do horário de expediente para os trabalhadores (desde que do sector público), e celebra o fausto, (desde que reservado a quem tem políticas para as pessoas). E, pior, desprezou as nobres carreiras daqueles defensores da coisa pública que, à força do seu dinâmico optimismo, saltaram do Clio para o Mercedes S, do apartamento para o palacete e a casa de férias, da mediania para o enriquecimento sem causa ou explicação, do anonimato para a gloriosa inutilidade de algum observatório ou fundação.

O juiz Carlos Alexandre apresentou-se, em resumo, (e a sua vida e carreira, repete-se, parecem confirmar que é assim) como um homem sério e bom, incorruptível, estranho ao deslumbramento das mordomias, do dinheiro a rodos, dos pied à terre em Paris. Mais grave ainda: o juiz pareceu manifestar uma inabalável fé na Justiça, mesmo naqueles casos a que o programa do PS chama perseguição a políticos (seus).

Eis, pois, em pormenor e por extenso, o mais álacre manifesto contra o tempo novo português.

Que juiz deve servir, então, se Carlos Alexandre, que vai tão ao arrepio do miasma, não serve?

É fácil. Algum magistrado fiel como Santos Silva ou Silva Pereira; impoluto como Rocha Andrade; sensato, contido e escrupuloso como Costa; intocável como Ferro Rodrigues; polido como Galamba; sério como César; equidistante como Rangel; insuspeito como Nascimento; trabalhador como Nogueira; crível como Centeno; e que, no entanto, fosse frugal... como Sócrates.