sábado, 5 de junho de 2010

Teatro, música e dança sobre a vida
e obra lírica de Luís de Camões

«FOGO QUE ARDE SEM SE VER»

Espectáculo com texto e encenação de José Neto e guarda roupa e direcção coreográfica de «Danças com História». Os espectáculos de 10, 11 e 12 serão apresentados no Salão Nobre da Sociedade Histórica da Independência de Portugal e integram-se nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Assassinado o Presidente da Conferência Episcopal da Turquia

Foi assassinado em Iskenderum, Turquia, Dom Luigi Padovese, Vigário Apostólico de Anatólia e Presidente da Conferência Episcopal da Turquia. Segundo informa a agência turca Anadolu, o Prelado foi apunhalado em sua casa.

A morte deste valente Bispo traz à memória a de outro sacerdote assassinado também na Turquia em 2006, o P. Andrea Santoro. O homicídio de Dom Padovese permite-nos ver como o testemunho da Igreja em certas situações pode pagar-se a preço de sangue.

Este lamentável facto ocorre nas vésperas de uma viagem do Papa ao Próximo Oriente. Este facto permite-nos entender com muita profundidade como a questão da solidariedade da Igreja universal, de apoio para estas comunidades cristãs, é absolutamente urgente, necessária.



A utilização abusiva dos termos «colonial» e «guerra colonial»

João José Brandão Ferreira

Os termos e os conceitos têm, normalmente, um significado preciso. E sendo a língua portuguesa assaz rica, não há razão alguma para que no discurso oficial, nas academias de cultura, nos órgãos de Estado, na comunicação social e nos portugueses em geral, se usar e abusar de termos, fora do seu significado e, ou, do âmbito em que devem ser aplicados.

Vem isto a propósito do abuso e despropósito com que se passaram a usar os termos que servem de título ao escrito.

De facto estes termos passaram a ser utilizados a esmo, no pós 25 de Abril de 1974 e foram-no sobretudo por razões ideológicas. Isto é, quem entende que as campanhas de contra subversão que fomos forçados a conduzir entre 1961 e 1974, em Angola, Guiné e Moçambique eram injustas, utiliza os termos “colonial” e “guerra colonial”; quem, ao contrário, entende que eram justas as acções desencadeadas pelo governo português de então, utiliza os termos “guerra do ultramar”; e quem não se quer conotar com nenhuma das ”facções” ou entrar em polémicas, chama-lhe “guerra de África”, assim à moda de “ponte sobre o Tejo”…

Convém, de uma vez por todas, fazer “doutrina” sobre o assunto e desmistificar ideias feitas (algumas a martelo e … foice).

O termo “colonial” tem a ver com colonialismo, entendido como a exploração de um povo por outro povo – um conceito negativo, portanto.E por “guerra colonial” terá que se entender os esforços, em termos militares, em impôr tal exploração, ou seja o colonialismo.

Em contraponto ao colonialismo existe um outro conceito, que é o de “colonização”, isto é, a transferência de cultura, o desenvolvimento económico e a sucessiva integração de populações tidas por “indígenas” por outros povos mais “avançados” com quem contactaram, ou que se estabeleceram no seu território.

Foi isto que se passou, por exemplo, em Portugal continental durante a reconquista cristã, havendo até no século XX, um organismo (extinto em 1966), que dava pelo curioso nome de Junta de Colonização Interna - com a resalva de que as populações mouras tinham um grau civilizacional identico.

Ora o conceito colonizador tem uma carga positiva, em qualquer parte do mundo, e foi isso que os portugueses fizeram durante a sua extraordinária expansão pelas quatro partes do mundo. E fizeram-no de um modo constante, com fins espirituais e não apenas materiais, integrando e não discriminando e oferecendo a sua protecção e até a sua nacionalidade a todos os que se abrigassem debaixo da bandeira das quinas. Ou seja foi um esforço colectivo, orientado de cima e que assumiu, desde o início, o natural prolongamento da mãe-pátria relativamente a territórios e populações.

Quer isso dizer que não houve latrocínios, erros ou depredações? Houve, mas tem que se ver as coisas à luz da época e da evolução dos conceitos morais dos tempos. E tem que se ver as coisas em termos relativos. Nesse âmbito ninguém se portou melhor do que nós. E as malfeitorias ocorridas, nunca tiveram o beneplácito ou o incitamento das autoridades. Foram combatidos, o pecado não deixou de ter esse nome e o vício nunca foi considerado um bem.

Houve situações de colonialismo? Houve, nomeadamente por parte de algumas grandes empresas. Sobretudo quando algumas pessoas influentes na sociedade portuguesa, se deixaram cativar no fim do século XIX e princípios do século XX, pelo exemplo do colonialismo inglês e pelos lucros que daí poderiam advir… Esqueceram-se assim dos grandes princípios seculares da colonização portuguesa, causando os danos associados e que eram inevitáveis. Mas tais acções não põem em causa os princípios do Estado Português desde que Afonso de Albuquerque instituiu o “mestiço”,e o todo da obra da lusa gente, ao passo que os abusos que ainda havia estavam a ser firmemente combatidos desde o 3º quartel do século XX.

Ora o que aconteceu no pós II Guerra Mundial, foi ter-se inventado o conceito de autodeterminação dos povos – como do anterior já se tinham inventado alguns, e posteriormente se tentou impôr outros.

Este conceito – caro à Guerra Fria – não visava, objectivamente, dar a povos que estivessem integrados noutras unidades políticas, a capacidade de poderem dispôr de si mesmos do modo que entendessem, mas sim a substituição de soberanias e o domínio económico/financeiro/estratégico.

Os países visados foram os europeus, que dispunham de territórios fora da Europa e apenas esses. Para tal, entre outras “armas”, confundiu-se o conceito de colonização em colonialismo e apenas nesse, diabolizando-o. Tudo isto se transformou num monumental embuste a ser aplicado de forma cega.

Ora Portugal que vivia em paz e sossego dentro das fronteiras, há muito estabilizadas e sem fazer má vizinhança a ninguém, viu-se, primeiro atacado em termos político-diplomáticos e depois com extrema violência física.

A resposta que naturalmente foi dada a isto, contemplou várias vertentes e, quando se tornou necessário, a vertente militar.

Ora chamar a isto “guerra colonial” é um despautério sem qualificação que só a defesa de uma ideologia vesga pode justificar.

O termo “guerra do ultramar” aceita-se no sentido em que as operações se desenvolveram em territórios ultramarinos, conceito antigo e sem qualquer carga pejorativa, ou outra.

Mas, pensem bem, o que as FAs portuguesas e as policiais e de segurança, bem como todas as autoridades civis empenhadas, andaram a fazer durante 13 anos, não terá sido a “condução de operações militares e policiais de contra guerrilha, em larga escala, em defesa da integridade do território e salvaguarda das populações, em reforço dos meios das autoridades provinciais”?

E tal esforço não foi feito contra infiltrações vindas do exterior e apoiadas por potências estrangeiras? (lembra-se que em qualquer território português que fosse ilha nunca houve qualquer perturbação).

Será que 36 anos depois e com os ânimos, aparentemente, serenados esta evidência ainda não entra pelos olhos adentro?




“Ética da responsabilidade”

Raquel Abecasis

Está encontrado o significado da novíssima expressão “ética da responsabilidade”. Quer dizer cinismo e/ou hipocrisia.
 
 
Este fim-de-semana, foi José Sócrates que usou a “ética da responsabilidade” para explicar porque decidiu apoiar Manuel Alegre às presidenciais de 2011. Diz o primeiro-ministro que “um partido tem que decidir, não pode decidir não decidir, essa opção nunca fez sentido para o Partido Socialista e não faz sentido para um grande partido como o PS”.
 
Ficamos, portanto, conversados. Sempre que ouvir alguém falar em ética da responsabilidade, já sabe: esse alguém prepara-se para fazer exactamente o contrário daquilo que pensa.
 
É mais um tributo que ficamos a dever a Cavaco e a Sócrates. Sabe-se lá o que teremos ainda para aprender com eles.




Cavaco Silva usou-a para justificar porque promulgou a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo, apesar de discordar do diploma e do que ele vai representar para a sociedade.

Tornar-me bonzinho, dizer bem de tudo,
não criticar ninguém, ser tolerante, compreensivo...

João José Brandão Ferreira

Gente amiga azucrina-me de quando em vez os lóbulos parietais, esquerdo e direito, para eu me tornar bonzinho, dizer bem de tudo, não criticar ninguém, ser tolerante, compreensivo, que as coisas não são assim tão más; não se pode ver tudo a preto e branco e toda uma parafernália argumentativa que roça a teoria do bom selvagem do Iluminado Rousseau, quiçá o relativismo moral tão do agrado dos “soissante huitards”.

Alguns quase me tiram do sério quando dão em me apelidar de “excessivo” – nunca se questionando se o que é excessivo são as minhas respostas ou aquilo que lhes deu origem…; ou quando usam o argumento terminal do “era irreversivel”. Curioso argumento este, normalmente usado depois das coisas já terem acontecido, e que se revela um calmante extraordinário de consciências … Fico no entanto por norma sem resposta quando contraponho que irreversível é a gente morrer e mesmo só para aqueles que não acreditam na ressurreição...

São bem intencionados estes meus amigos e eu bem gostaria de lhes ser simpático. A sério que gostaria.

Mas como não vivemos, nem nunca viveremos, nos sonhos quiméricos do sr. Jean Jacques, tão pouco nas utopias idiotas (algumas maléficas) dos que se barricavam no Quartier Latin e como, infelizmente, o bom do Padre Américo não acabou com os malandros todos -- isto para ficarmos por aqui -- eu tenho uma dificuldade imensa em proporcionar aos caríssimos que se cruzam comigo, aquela graça natalícia, no dia- a-dia.

Os trabalhadores do Parlamento Europeu
ou
A elite europeia



segunda-feira, 31 de maio de 2010

Conserve o seu emprego

560
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Não mande gente para o desemprego.


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"Quando o povo tem fome, tem direito a roubar"

Belmiro de Azevedo, Jornal de Negócios Online

Belmiro de Azevedo discorda do aumento dos impostos, diz que prometer e não cumprir é “pecado” e acha que o Governo está “a brincar com o fogo”, avisando que as mais recentes decisões políticas podem ter consequências sociais desastrosas: “Quando o povo tem fome, tem o direito de roubar”.

O presidente do Conselho de Administração da Sonae falava ontem numa conferência organizada pelo Instituto Superior de Gestão, num evento coberto pela TVI, em que criticou de novo, e abertamente, as grandes obras públicas.

Belmiro de Azevedo diz que o país “não tem dinheiro” para financiar grandes projectos e que Portugal tão pouco precisa deles – numa referência ao TGV e ao novo aeroporto de Lisboa. Em sua opinião, a opção do Governo deve centrar-se na promoção de “pequenos investimentos”, porque são estes que, no imediato, podem gerar mais emprego.





Cavaco Silva «ganhava as eleições»
se tivesse vetado a lei do casamento homossexual»

Declarações de D. José Policarpo

«Pela sua identidade cultural, de católico, penso que precisava de marcar uma posição também pessoal», defende Cardeal Patriarca.
O Cardeal Patriarca esperava que Cavaco Silva “usasse o veto político” na lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo e acredita que se o tivesse feito “ganhava as eleições” presidenciais do próximo ano.
“Pela sua identidade cultural, de católico, penso que precisava de marcar uma posição também pessoal”, diz D. José Policarpo, que não compreende as razões invocadas pelo presidente da República quando anunciou a promulgação da lei.
“O discurso levava a uma conclusão que depois não aconteceu. Temos muita dificuldade em ver como é que um veto político vinha prejudicar a crise económica. Aquela relação lógica causa-efeito a mim não me convenceu”, referiu o prelado à Rádio Renascença.
No entender de D. José Policarpo, “o argumento principal não era o da eficácia política, era um gesto dele como pessoa, como presidente que foi eleito pelos portugueses e pela maioria dos votos dos católicos portugueses, que se distanciasse pessoalmente: quando assinasse era mesmo porque tinha de ser e naquela altura não tinha de ser”.





A lei nasceu coxa

Comunicado da Plataforma Cidadania e Casamento

A Plataforma Cidadania Casamento assistiu com alguma surpresa à tomada de posição do Presidente Cavaco Silva na promulgação da lei ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Não conseguimos compreender a indiferença do Presidente perante aquele que é o sentir da sociedade portuguesa seja na rejeição do casamento entre pessoas do mesmo sexo, seja na defesa da realização de um referendo sobre a matéria.
Para se aperceber desse sentir bastaria ao Presidente ter presentes os seguintes factos:100 Mil pessoas de norte a sul de Portugal em três semanas apenas subscreveram uma Iniciativa Popular de Referendo numa época do ano entre todas a mais desaconselhada para a obtenção deste resultado (o mês de Dezembro);
21 Presidentes de Câmara Municipal pertencentes a diversos partidos assinaram essa mesma Iniciativa Popular de Referendo e numa iniciativa inédita 20 capitães de Abril subscreveram uma carta aberta sobre esta proposta de lei expressando a sua adesão à ideia de um referendo;
Não há desde o inicio desta discussão uma só sondagem (por telefone, online ou outro qualquer meio) em que os resultados saiam do seguinte padrão: mais de 50% de opiniões adversas ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, percentagens maiores de rejeição da permissão de adopção por estes "casais" e mais de 50% de opiniões favoráveis à realização de um referendo sobre a matéria;
A maioria da opinião publicada (gente da cultura, protagonistas da sociedade civil e políticos de vários partidos) manifestou-se no mesmo sentido de exigência do referendo e rejeição da modificação do regime do casamento;
onsideramos mais "compreensível" que o governo socialista tenha imposto a ditadura do silêncio no parlamento no momento de voto do referendo impedindo a realização do mesmo, do que o Presidente de todos os portugueses ter tomado uma posição que viabiliza a todo o custo esta lei, não defende o verdadeiro interesse das famílias nem o interesse nacional, (a)funda a sua posição em "razões" desconexas e defrauda aqueles que em si votaram.
Procedendo dessa forma o Presidente abriu uma verdadeira crise política que em consequência da ética da responsabilidade por si invocada não deixará de produzir os seus efeitos: a divisão da sociedade portuguesa num momento em que é tão necessária a coesão nacional.
Neste quadro a Plataforma Cidadania Casamento, cuja presença em todas as nossas cidades não cessa de crescer, saberá estar à altura das suas responsabilidades e continuará sem cessar, pelas formas que em cada circunstância política forem as mais adequadas, a dar corpo e voz ao clamor popular de um referendo sobre esta matéria, preparando inclusivamente as soluções jurídicas que forem necessárias na sequência da eventual revogação desta lei, se esse for o sentido da decisão que vier a ser tomada.
Esta Lei nasceu coxa, sem as muletas do Presidente arrisca-se a tropeçar, mais tarde ou mais cedo será referendada.
Lisboa, 18 de Maio de 2010



O superior interesse de Portugal. A eleição

Nuno Serras Pereira

29. 05. 2010



Hoje, ou terá sido ontem?, ficámos a saber, por alguém que se diz católico praticante, que a liberalização do homicídio/aborto, o genocídio de pessoas na sua etapa embrionária, a clonagem, o divórcio sem culpa (unilateral), a perversão sexual de crianças nas escolas e o pseudo-casamento entre pessoas homossexuais são do superior interesse de Portugal. De facto, todas estas determinações/promulgações são da responsabilidade do presidente cujas decisões, segundo o próprio, são feitas sempre nesse sentido.