sexta-feira, 23 de abril de 2010

Que é isso da língua portuguesa
no norte da Extremadura?



Uma opinião oportuna de um galego sobre a presença da língua portuguesa no norte da Extremadura e a situação vivida em Olivença («se empregaram a fundo os espanhois com -jugo e vara – para apagar...»).
                                                                                           A. Marques

O Português de Castela

São infelizmente poucos os portugueses que conhecem que a raia leste de Portugal não é exatamente uma fronteira linguística, que a fronteira política deixou em Espanha territórios bem portugueses onde a nossa fala vive em estado de depauperação.

Estou-me referindo aos concelhos espanhois de Olivença http://olivenca.org/ e Tálega (a Olivença portuguesa) ocupados por Espanha em 1801, e que a pesar de ser mandato do tratado de Viena de 1815, o seu retorno à pátria, seguem ocupados e o português neles perseguido. Os territórios de Valência de Alcântara, Ferreira de Alcântara e Cedilho que cantou Pessoa, - e que bem se lembrou deles Afonso V ao assinar Portugal um tratado secreto com Filipe de Anjou, (neto de Luis XIV da França), intervindo Portugal a troca desses territórios, na longa guerra de sucessão em apoio do Bourbon, frente ao aspirante austríaco-; porém, obtida a vitória polo Bourbon (Filipe V da Espanha) este negou-se a cumprir o tratado –não tornando esses territórios bem portugueses a Portugal-, comportando-se assim dum jeito muito espanhol. Estão logo os territórios do vale do Xalma- concelhos espanhois de Valverde do Freixo, Sam Martim de Trevejo, e Eljas. Mais ao norte estão os concelhos de Almedilha e Calabor. Todos esses territórios são contíguos de Portugal e afastados geograficamente das falas galegas do português, ainda que a pressão do castelhano e a sua imposição, dá a estas falas uma farda muito galaica http://www.pglingua.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1906:o-galego-ou-a-caminhada-do-portugues-para-o-castelhano&catid=8:cronicas&Itemid=69 Um grupo de professores galegos membros do coletivo glu glu, realizaram um interessante filme sobre esta realidade, que pode ser adquirido na Loja on-line imperdível http://imperdivel.net/documentarios/60-entrelinguas.html , e que estou seguro vai ser todo um descobrimento para o público português em geral, e para entender de jeito muito mais claro que as falas galegas são parte da sua própria língua.

O documental é acompanhado com outro DVD com dados, inclui uma entrevista -de muito interesse- com um professor da universidade de Vigo – Henrique Costas –, que seguindo as teses espanholas, defende que as falas galegas não são português e por tanto algumas das falas portuguesas da raia leste e pela mesma razão – são galegas – é dizer espanholas (e não portuguesas)

A obra é uma pequena joia que vai servir para os portugueses recuperarmos algum aspecto da complexidade da nossa formação nacional, pois a fronteira do tratado de Alcanhizes não é exatamente uma fronteira linguística.

Só mais uma cousa, se o português destes territórios vive uma dura situação, onde pior está, é no mais recente território roubado de Portugal – Olivença – , onde se empregaram a fundo os espanhois com – jugo e vara – para apagar a nossa língua.

A. Banhos



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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Intifada em Nice

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quarta-feira, 21 de abril de 2010

terça-feira, 20 de abril de 2010

A história da rã cozida

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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Quem te fez nascer, Portugal?

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domingo, 18 de abril de 2010

Cavaco e a dignidade do Estado português

Heduíno Gomes

O País assistiu pelas televisões ao enxovalho a que Vaclav Klaus, aquele brutamontes, casca grossa e chefe do semipaís e dejecto serôdio dos grandes impérios da Europa, a Chéquia, sujeitou o Estado da Europa com as fronteiras mais antigas. A assistir ao vivo a esse enxovalho, e sem reagir, a figura mansa do Chefe de Estado português.

Para mim não constitui novidade nenhuma a mansidão de Cavaco. Aquela fortaleza é só fachada. Na realidade, e como mais uma vez se viu, é um fraco. Como conta a senhora sua esposa, ele é daqueles que faz malandrices à socapa e diz que foram os outros. Já sabíamos. Já conhecíamos a sua falta de frontalidade e fraqueza na hora da verdade.

Porém, no caso, torna-se muito grave. Nas funções que desempenha, tem o dever de defender a soberania e dignidade do Estado, mesmo que presidido por um tecnocrata de oportunidades e desgovernado por um aldrabilhas qualquer. A nossa roupa suja não é para ser tratada por um checo, alemão ou francês, em Bruxelas ou em Praga.

Então o anfitrião, ainda por cima Presidente de um estado teenager, permite-se dizer o que disse ao convidado, ainda por cima Presidente de um estado com quase 900 anos?!

A imagem de Portugal é enxovalhada na cara de Sua Excelência, que se esquecera da coluna vertebral no Poço de Boliqueime. Um Chefe de Estado como deveríamos ter, ao ouvir as palavras mal educadas desse anfitrião casca grossa, deveria partir a loiça – muito diplomaticamente, claro –, fazer as malas e tomar o primeiro avião. Mas Cavaco, como um manso, preferiu amochar e comentar que «É conhecida em toda a União Europeia as posições às vezes pouco ortodoxas do Presidente da República Checa».

Não gosto do Cavaco – infelizmente não me faltam (não nos faltam!) razões para isso. Mas como eu ficaria contente se ele se tem comportado à altura das suas funções e defendido a dignidade do Estado português!






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Elevemos um pouco mais o grau de exigência,
por favor...

Heduíno Gomes

O gesto do Chefe de Estado checo diz tudo sobre a noção que tem das suas funções. As palhaçadas de Vaclav Klaus, presidente da República Checa, não encontram hoje paralelo na Europa. Apenas em Hugo Chávez.

Não basta ser anticomunista ou antifederalista na Europa para prestar. Aliás, a oposição deste palhaço ao tratado de Lisboa não era pelas melhores razões.

Elevemos um pouco mais o grau de exigência, por favor...




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