domingo, 18 de abril de 2010

Cavaco e a dignidade do Estado português

Heduíno Gomes

O País assistiu pelas televisões ao enxovalho a que Vaclav Klaus, aquele brutamontes, casca grossa e chefe do semipaís e dejecto serôdio dos grandes impérios da Europa, a Chéquia, sujeitou o Estado da Europa com as fronteiras mais antigas. A assistir ao vivo a esse enxovalho, e sem reagir, a figura mansa do Chefe de Estado português.

Para mim não constitui novidade nenhuma a mansidão de Cavaco. Aquela fortaleza é só fachada. Na realidade, e como mais uma vez se viu, é um fraco. Como conta a senhora sua esposa, ele é daqueles que faz malandrices à socapa e diz que foram os outros. Já sabíamos. Já conhecíamos a sua falta de frontalidade e fraqueza na hora da verdade.

Porém, no caso, torna-se muito grave. Nas funções que desempenha, tem o dever de defender a soberania e dignidade do Estado, mesmo que presidido por um tecnocrata de oportunidades e desgovernado por um aldrabilhas qualquer. A nossa roupa suja não é para ser tratada por um checo, alemão ou francês, em Bruxelas ou em Praga.

Então o anfitrião, ainda por cima Presidente de um estado teenager, permite-se dizer o que disse ao convidado, ainda por cima Presidente de um estado com quase 900 anos?!

A imagem de Portugal é enxovalhada na cara de Sua Excelência, que se esquecera da coluna vertebral no Poço de Boliqueime. Um Chefe de Estado como deveríamos ter, ao ouvir as palavras mal educadas desse anfitrião casca grossa, deveria partir a loiça – muito diplomaticamente, claro –, fazer as malas e tomar o primeiro avião. Mas Cavaco, como um manso, preferiu amochar e comentar que «É conhecida em toda a União Europeia as posições às vezes pouco ortodoxas do Presidente da República Checa».

Não gosto do Cavaco – infelizmente não me faltam (não nos faltam!) razões para isso. Mas como eu ficaria contente se ele se tem comportado à altura das suas funções e defendido a dignidade do Estado português!






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