terça-feira, 19 de abril de 2011

Nobre Boaventura!

Blasfémias

                                           « A excelente escolha de Passos Coelho

                                                          Fantástico»

Acabei de ouvir, na TSF, o Professor Boaventura Sousa Santos – que, para além da reconhecida carreira internacional de investigador junta, também ao seu curriculum e entre outras coisas, o facto de ser consultor de Chàvez e de Evo Morales – criticar FERNANDO NOBRE pelo facto de este ter aceitado ser cabeça de lista, em Lisboa, pelo PSD. E, sobretudo, por NOBRE poder vir a ser (caso o PSD vença as eleições) o próximo Presidente da Assembleia da República.

Boaventura acha que NOBRE “sucumbiu à vertigem do poder” e, em toda crítica Boaventuriana, nota-se, subjacentemente, uma elevada censura ética e moral. Não se percebe bem se essa censura resulta de NOBRE poder vir a ser o próximo Presidente da Assembleia da República ou se deriva, implicitamente, do facto de se ter associado, como independente, ao PSD….

É, no mínimo, curiosa, a acusação de “vertigem do poder”, vinda de quem é próximo (e apoia) os “desprendidos” (do poder) Chávez e Morales….

No entanto, o que parece, sobremaneira, injusto e mesmo contraditório é o tom de censura moral com que tenta estigmatizar NOBRE. Vertigem do poder? Por poder ocupar o cargo de Presidente da Assembleia da República? Então NOBRE que, em termos de resultados, surpreendeu nas últimas Presidenciais, não pode, agora, ser candidato nas legislativas? Deixa de ter moral, por se apresentar pelo PSD?

Afinal, se há um partido que se abriu a independentes (independentes até mesmo com um discurso “anti-partidos”) poderá, pelo menos, dar-se o crédito de que algo de novo em relação ao que tradicionalmente se critica nos “aparelhos”, estará a suceder… O mérito - com muita pena de Boaventura, imagino eu - é que os partidos portugueses mais “Chavistas” e “Moralesistas” não tenham tido a coragem de fazer o mesmo!

Dois pesos e duas medidas (e um enorme preconceito), também para a tal “moral” política de Boaventura, consoante, na sua cabeça, os actos vêm da “sua” esquerda ou não?




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