Henrique Raposo, Expresso
Caro primeiro-ministro,
V. Ex.a deve evitar -- para já -- a reestruturação da dívida. Isso é a bandeira branca. Ora, para evitarmos chegar a esse ponto, para evitarmos atingir essa tragédia grega, V. Ex.a devia, isso sim, reestruturar a dívida que o Estado tem com as construtoras e concessionárias.
Ou seja, o meu caro amigo não pode pagar tudo aquilo que foi prometido à Mota-Engil & Cia. A despesa que a dupla Sócrates & Lino nos legou em termos de PPP é um ultraje que não pode ficar impune. Portanto, V. Exa. tem de dizer o seguinte ao dr. Jorge Coelho e demais homens do alcatrão: “amiguinhos, não temos dinheiro para pagar estas PPP e essas SCUT por inteiro”. O Tribunal de Contas afirmou que a última negociata das SCUT não tem fundamento legal. Mas, antes de ser um caso de polícia, este negócio é um caso, digamos, de bolso vazio: não há dinheiro.
Nós não podemos pagar isto tudo. Não é uma questão de opinião: é um facto matemático e fiscal. Como dizia Medina Carreira, o país vai ter de escolher: ou pagamos a saúde, ou pagamos as PPP e SCUT; ou aguentamos a saúde em níveis decentes, ou continuamos a alimentar o fetiche socialista pelo betão e alcatrão.
Os melhores cumprimentos,
um contribuinte idiota (e peço desculpa pelo pleonasmo)
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