O Sr. MDN continua a insistir na tecla que faz jus ao título. Com tal insistência tem suscitado a incredulidade e a revolta de muitos. Não se percebe esta desintonia pois, por uma vez pensamos que o Dr. Aguiar Branco está, até, a ser muito razoável!
Senão vejamos:
Como é que as FAs podem ser sustentáveis se o Governo continua a meter dinheiro no BPN e quejandos? Claro que não podem, pois é preciso, aparentemente, fazer com que aquela mega vigarice seja «esquecida»; se o Governo, certamente eivado dos mais nobres intentos, quer pôr ordem nas empresas públicas, mas logo abre o flanco declarando «excepções», como se pode sustentar a tropa que, aliás, «eles» nem percebem muito bem para que serve? Ora para a TAP, por ex., continuar a aumentar o passivo e mesmo assim ter comandantes de longo curso a fazerem 2 (dois) voos/mês e a ganharem cerca de 8000 euros (para já não falar no presidente – ainda gostava de saber porque se exporta divisas escolhendo um brasileiro – que parece que ganha mais do que o inquilino da Casa Branca), é óbvio que a Força Aérea não pode continuar a ter aviões de caça…
E, certamente, será necessário cortar o transporte táctico para poder financiar os trabalhadores da CGD – dos mais bem pagos do País – ou para manter o status quo do Banco de Portugal, que se assemelha a um «Estado dentro do Estado». Gente, por sinal, da maior competência a avaliar como deram conta e alertaram o País para o descalabro financeiro que aí vinha…
Por isso o Sr. MDN tem toda a razão: é insustentável manter as FAs, que ainda por cima não «produzem» nada que veja possa ajudar na contagem dos votos, apesar de serem um modelo de contenção e racionalização para o País (muito antes de se ouvir falar em crise), e continuarem a cumprir as suas missões com invulgar pundonor e…. paciência.
Ora se é necessário continuar (será mesmo?), a financiar os Partidos – cuja organização, doutrina e modo de actuação é o verdadeiro cancro da sociedade – para eles andarem em guerra civil permanente, é óbvio que não se pode ter submarinos!
Quando ainda agora não se consegue saber quais as reais dividas das Autarquias, dos Governos Regionais e de toda a parafernália política que sugou e desbaratou a riqueza nacional e endividou a Nação por séculos, é claro que o Exército não pode ter unidades de combate dignas desse nome. «Eles» que ajudem a apagar fogos e cara alegre!
O Sr. MDN é, seguramente, presciente pois olhando para a inqualificável negociata da Parcerias Público-Privadas, percebeu que o Estado vai ter que desembolsar, no futuro, milhões em troca de nada, o que torna insustentável ter qualquer navio de superfície com mais de 500 toneladas (e assim sendo até os podem passar para a Brigada Fiscal…).
Depois, pensem bem, para que é que nós precisamos de FAs, servidas por uns tipos esquisitos, com ideias estranhas, cuja missão primária é a de combater os inimigos em tempo de guerra e dissuadir os amigos em tempo de paz, se ao Estado não lhe interessa ter soberania para nada? Então já não se mudou a CR para dar prioridade à legislação oriunda de Bruxelas; não alienámos a nossa ZEE com a assinatura do Tratado de Lisboa; não queremos diluirmo-nos numa federação europeia (olá Srª Merkel!), e não estamos resignados a ver a Troika passear junto do Martinho da Arcada? Alguém se indigna com algo?
Não? Então para que vamos ter a despesa de ter meia dúzia de «palermas» a brincarem às guerras, que toda a gente está fartinha de saber, que tais maçadas nunca mais nos vão bater à porta?
Penso que já ilustrei o suficiente para deixar o Sr. Ministro bem respaldado.
Deixem lá o coitado do homem, ele apenas está a ser coerente na continuidade do descalabro da acção política das últimas décadas.
Deus lhes perdoe que eu cá não consigo.
Brandão Ferreira
Piloto Aviador
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