Alberto Gonçalves
Durante 13 anos, Francisco Louçã foi o porta-voz
do ódio ideológico no Parlamento, mestre de uma demagogia retórica com a qual,
por pudor ou inabilidade, nem os deputados do PCP ousaram concorrer. Nesse
período, o perigoso moralismo do dr. Louçã gozou nos media de uma popularidade
que a dimensão do Bloco não merecia e de uma impunidade que as respectivas
falácias argumentativas nunca justificaram. Não há pois nenhuma razão para
homenageá-lo no momento em que sai da AR: há que lamentar o momento em que entrou.
O que não se pode é passar a vida a recear o hipotético advento do populismo e,
em simultâneo, celebrar aquele que, em quase quatro décadas de democracia,
melhor o personificou.
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