terça-feira, 30 de outubro de 2012

No adeus de um populista


Alberto Gonçalves
 
Durante 13 anos, Francisco Louçã foi o porta-voz do ódio ideológico no Parlamento, mestre de uma demagogia retórica com a qual, por pudor ou inabilidade, nem os deputados do PCP ousaram concorrer. Nesse período, o perigoso moralismo do dr. Louçã gozou nos media de uma popularidade que a dimensão do Bloco não merecia e de uma impunidade que as respectivas falácias argumentativas nunca justificaram. Não há pois nenhuma razão para homenageá-lo no momento em que sai da AR: há que lamentar o momento em que entrou. O que não se pode é passar a vida a recear o hipotético advento do populismo e, em simultâneo, celebrar aquele que, em quase quatro décadas de democracia, melhor o personificou.

Sem comentários: