Alan Ghani, InfoMoney, 26 de Agosto de 2016
O casamento aparentemente contraditório
entre um bilionário capitalista com grupos de esquerda desperta a seguinte
pergunta: como um bilionário capitalista, especulador no mercado financeiro,
decidiu financiar grupos de esquerda? E porquê? Basicamente, porque muitos
movimentos de esquerda não são necessariamente contra o capitalismo de George
Soros, mas contra valores e princípios conservadores, base da Civilização
ocidental, que representam obviamente uma resistência aos anseios globalistas
de Soros e outros grandes capitalistas – tema muito discutido noutros países e
totalmente obscuro no Brasil.
Recentemente, tivemos um facto marcante que
nos ajudaria a entender a realidade do mundo actual e, para variar, passou
despercebido pelos média: o esvaziamento de informações da fundação do
bilionário George Soros, Open Society Foundation, a qual doa milhares de
dólares para organizações de modelo esquerdista (progressista). Até 25 de Agosto, a lista completa dos documentos e das organizações de esquerda financiadas
por Soros estava aqui (fonte primária).
O casamento aparentemente contraditório entre um
bilionário capitalista com grupos de esquerda desperta a seguinte pergunta:
como um bilionário, especulador do mercado financeiro, decidiu financiar grupos
de esquerda? E porquê? Para quem acompanha os textos de Olavo Carvalho (aqui) e Flávio Morgenstern, esse casamento entre os metacapitalistas e as
esquerdas não traz grandes surpresas, pelo contrário, é perfeitamente
compatível com os movimentos progressistas de hoje.
De acordo com o intelectual Flávio
Morgenstern (em óptimo Podcast sobre o tema, no qual resumo parte das ideias abaixo), para
compreender o casamento entre George Soros e grupos de esquerda, é fundamental
entender quais são os objectivos da esquerda hoje e o que é Globalismo,
fenómeno muito debatido no mundo, mas pouco discutido no Brasil.
Segundo Morgenstern, o grande objectivo da
esquerda é um mundo de paz entre as pessoas. Assim, para se alcançar a PAZ, na
lógica esquerdista, seria necessário um Estado forte, além das fronteiras de um
país, capaz de destruir todas as fontes de desigualdades na sociedade, seja ela
racial, sexual ou até de rendimento. Mais do que isso, se tivéssemos um Estado
com controle absoluto sobre a sociedade, acima das forças locais de um país,
não haveria motivos para as nações entrarem em guerra. E é exactamente aí que
entra o Globalismo de George Soros.
Teoria da conspiração? O brilhante filósofo
inglês, Roger Scruton (ver obra Como
ser um Conservador), diz-nos que não. Segundo ele, a União Europeia foi
criada justamente para ser um Estado acima dos governos locais a fim de evitar
mais guerras na Europa. O
ponto chave é que a união entre os povos não ocorreu de maneira espontânea,
popular, de baixo para cima, mas imposta por uma agenda globalista onde as pessoas comuns não
se vêm representadas pelas novas normas e leis impostas para a sociedade pelos
burocratas de Bruxelas. A saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) só
mostrou este descontentamento popular com a agenda globalista.
Se de um lado, a União Europeia é um exemplo
real que nos ajuda a entender o Globalismo; por outro, a relação entre o
financiamento dos globalistas (George Soros) com movimentos de esquerda não
parece ser tão óbvia. Porque a Fundação de George Soros financia ONGs,
«colectivos» e movimentos que defendem ideologias que hoje caracterizam a nova
esquerda (new left): feminismo, ideologia de género, black lives matter, gayzismo, abortismo,
legalização das drogas, livres fronteiras para imigração, desarmamentismo,
descriminalização da pedofilia, etc?
A razão é simples, muitos destes movimentos
de esquerda não são necessariamente contra o capitalismo de George Soros, mas contra valores e princípios conservadores, base
da Civilização ocidental, que representam obviamente uma resistência aos
anseios globalistas das famílias Soros, Rockfeller, Ford, entre outras.
Uma hipótese plausível é que para estes
metacapitalistas, colarem em prática o seu projecto de governo global – novamente,
tema amplamente discutido no primeiro mundo – é necessário enfraquecer qualquer
resistência a esse super governo. Evidentemente que todos os elementos
defendidos pela direita, principalmente pelos conservadores, são uma
resistência ao poder global, tais como a família, a religião judaico-cristã, os
poderes locais, o respeito às tradições, aos costumes e à liberdade individual.
Por exemplo, é muito difícil um governo moldar um comportamento numa sociedade em que os valores são
transmitidos pela família ou pelo convívio social, e não pelo Estado. Na mesma
linha, é quase impossível um governo impor a sua agenda diante de costumes e
tradições tão enraizadas na sociedade. Por outras palavras, estes elementos
conservadores representam uma resistência a qualquer tentativa de CONTROLE de governos sobre a sociedade civil.
Por isso, o que é perfeitamente compreensível
que George Soros, um super capitalista, financie agendas progressistas mundo
afora: os movimentos de esquerda de hoje lutam contra princípios conservadores,
que são elementos d resistência ao projecto globalista de George Soros. Mais do
que isso, muitos destes movimentos progressistas não lutam pelos mais
oprimidos, mas vendem-se como bem-intencionados, politizando problemas de facto
reais, para imporem a sua ideologia sobre a sociedade. Por exemplo, é evidente
que existe machismo em diversas partes do mundo; o problema é politizar o tema
para impor uma ideologia e um CONTROLE sobre a sociedade, transformando todo
o homem num potencial machista e toda a mulher numa potencial vítima. Por
outras palavras, por meio de uma guerra de narrativas, exploram-se
ressentimentos para imporem uma agenda antiliberal e anticonservadora sobre a
sociedade, financiada com o dinheiro de Soros.
Por fim, será que é mera coincidência que uma pessoa adepta da ideologia de género defenda também o desarmamento da sociedade civil, o aborto, o poliamor, ridicularize o cristianismo e admire o Obama? Porque será que é tão previsível saber a opinião dos Gregórios Duviviers e dos cools da Vila Madalena e do Leblon sobre imigração, legalização das drogas, aborto, cotas, etc? Porque será que tantas pessoas pensam em bloco sobre todos estes temas? Não sei. Talvez George Soros saiba a resposta.
Por fim, será que é mera coincidência que uma pessoa adepta da ideologia de género defenda também o desarmamento da sociedade civil, o aborto, o poliamor, ridicularize o cristianismo e admire o Obama? Porque será que é tão previsível saber a opinião dos Gregórios Duviviers e dos cools da Vila Madalena e do Leblon sobre imigração, legalização das drogas, aborto, cotas, etc? Porque será que tantas pessoas pensam em bloco sobre todos estes temas? Não sei. Talvez George Soros saiba a resposta.
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