domingo, 31 de janeiro de 2010

O Orçamento de Estado e a falsa questão
da competência ou incompetência
de Teixeira dos Santos


Heduíno Gomes

Muitas vezes, na apreciação política, as pessoas envolvem-se em questões laterais e desviam-se da realidade, muito mais simples do que a que consta nas grandes e supostamente profundas análises.

Nos programas de televisão, os comentadores dividem-se sobre a competência ou incompetência de Teixeira dos Santos como Ministro das Finanças de Sócrates. O homem falha previsões. Mete as suas galgas. Conduz o País para a bancarrota. Défice. Carga fiscal. Etc... Matéria não falta.

Competência ou incompetência: eis a falsa questão.

A verdadeira e simples questão é: Teixeira dos Santos estará lá para ser competente ou para ser Ministro?

Na verdade, ele está apenas disposto a desempenhar o papel encomendado pelo patrão Sócrates a troco de ser Ministro -- aquilo a que Luís Campos e Cunha, com sentido de Estado e muito honestamente se recusou.

Efectivamente, Teixeira dos Santos diz e desdiz, não cumpre promessas eleitorais, faz o contrário daquilo que qualquer economista ou financeiro, por mais incompetente que seja, sabe... Seria um «incompetente»...

Sendo Ministro das Finanças de Sócrates e querendo continuar no barco, coitado, nunca poderá ser «competente». Fosse ele Ministro das Finanças de alguém com sentido de Estado e decente e poderia eventualmente ser um bom ou razoável Ministro, e então, aí, poder-se-ia colocar a questão de avaliar o valor técnico da pessoa.

Aliás, o caso deste Ministro não é o único deste Governo.

Efectivamente, não acredito que todos os membros do Governo sejam invertidos. Mas duma coisa tenho a certeza: ao aprovarem os chamados «casamentos» entre invertidos, os que não o são estão a colocar o seu tacho acima da sua própria consciência. Moralmente, todos incompetentes.



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