João José Brandão Ferreira
Gente amiga azucrina-me de quando em vez os lóbulos parietais, esquerdo e direito, para eu me tornar bonzinho, dizer bem de tudo, não criticar ninguém, ser tolerante, compreensivo, que as coisas não são assim tão más; não se pode ver tudo a preto e branco e toda uma parafernália argumentativa que roça a teoria do bom selvagem do Iluminado Rousseau, quiçá o relativismo moral tão do agrado dos “soissante huitards”.
Alguns quase me tiram do sério quando dão em me apelidar de “excessivo” – nunca se questionando se o que é excessivo são as minhas respostas ou aquilo que lhes deu origem…; ou quando usam o argumento terminal do “era irreversivel”. Curioso argumento este, normalmente usado depois das coisas já terem acontecido, e que se revela um calmante extraordinário de consciências … Fico no entanto por norma sem resposta quando contraponho que irreversível é a gente morrer e mesmo só para aqueles que não acreditam na ressurreição...
São bem intencionados estes meus amigos e eu bem gostaria de lhes ser simpático. A sério que gostaria.
Mas como não vivemos, nem nunca viveremos, nos sonhos quiméricos do sr. Jean Jacques, tão pouco nas utopias idiotas (algumas maléficas) dos que se barricavam no Quartier Latin e como, infelizmente, o bom do Padre Américo não acabou com os malandros todos -- isto para ficarmos por aqui -- eu tenho uma dificuldade imensa em proporcionar aos caríssimos que se cruzam comigo, aquela graça natalícia, no dia- a-dia.
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