quinta-feira, 17 de março de 2011

Demografia, problema de defesa nacional

João Xavier Louro

A China prepara-se para rever a sua política de «um casal, um filho»[1], preocupada com o acelerado envelhecimento da população, apesar de ser o país mais populoso do Mundo. Pode dizer-se que o regime chinês, apesar dos seus defeitos, tem uma visão de longo prazo em que procura assegurar um futuro para o país.

Deu uma lição ao Ocidente iludido na fantasiosa «Inovação sem Produção» (com honrosas excepções), como demonstra o gigantesco excedente comercial que lhe permite até aparecer como benfeitor generoso a adquirir dívida soberana de vários países-cigarra pelo mundo fora.
Prepara-se agora para dar mais uma lição, esta de primordial importância: O primeiro pilar da Defesa Nacional é a Segurança Nacional Demográfica. Não está aqui em causa questões raciais ou de outra discriminação injustificada. Está em causa a perenidade da nação, já que a imigração massiva como solução para a baixa taxa de natalidade (e admitindo que se consegue atrair essa mesma imigração) tem como consequência a impossibilidade de integração pacífica na sociedade destino, resultando na criação de guetos incontroláveis onde nem se fala a língua do país, ou de uma colonização (note-se uso do castelhano nos EUA). O resultado a longo prazo será um país que do original só terá o nome.

Portugal, país já com sinais claros de envelhecimento acelerado e com uma taxa de natalidade que foi recentemente a terceira mais baixa da UE, apresentava já em 2008 cerca de 17,4% da população acima dos 65 anos e projecta para 2030 um valor aproximadamente de 24% (cenário central do INE)[2]. Note-se que o governo chinês está preocupado[1] por em 2030 a população idosa atingir o valor que nós já atingimos em 2008!!!

Não querendo em nenhum momento relativizar a crise financeira e económica em que a III República mergulhou Portugal, convém notar que já ultrapassámos momentos de crise bem mais graves ao longo da nossa longa história, dando suporte factual ao ditado popular «Enquanto há vida há esperança».

A grande crise da qual já se vislumbram sinais claros e cujo impacto ultrapassará em breve qualquer crise financeira pontual é a crise demográfica para a qual o regime devorista actual muito tem contribuído e no qual se tem que dar especial destaque aos executivos liderados pelo «Eng.» José «Espanha, Espanha, Espanha» Sócrates: a introdução da pena de morte para os nascituros, o abandalhamento do casamento, a perseguição fiscal às famílias (especialmente às numerosas), o empenho quase fanático colocado na promoção da agenda homossexual (note-se a produção legislativa nesta área quando o executivo deveria era estar preocupado em produzir um orçamento credível e sem os erros-gralhas-omissões-atrasos verificados). Parece-me uma clara demonstração de que os inimigos de Portugal, bem representados na nossa alienada elite política, resolveram atacar o «problema» na sua raiz: Sem portugueses não há Portugal.

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