domingo, 8 de março de 2015


A minha abordagem à ideologia de género


João Pedro Cabral Valente

Em primeiro lugar quero desde já esclarecer que sou um básico.

Não sou um intelectual, um artista, um filósofo. Digamos que o meu pensamento está ao nível de um chofer de praça médio (sem ofensa aos chofers de praça, bem entendido).

Mas às vezes dá-me para matutar em certas coisas, que hei-de eu fazer?

A última foi aquilo da ideologia do género. Se bem percebi, as crianças nascem sem um sexo predefinido e mais tarde hão-de fazer uma escolha.

Ora isto anda-me cá a queimar os neurónios. Então se o Joãozinho nasce com um pirilau e a Ritinha com um pipi porque raio ele há-de escolher ser uma Ritinha ou vice-versa?

Quando eu andei na Escola, bem sei que já foi há muito tempo, ensinaram-me que o primeiro instinto de qualquer animal, cão, gato, aranha ou homem, é o da conservação da espécie, ou seja: um animal faz tudo para que a espécie sobreviva e se propague. Só depois vem o instinto da conservação do próprio.

Tenho visto naqueles documentários da televisão as mães leoas a atacarem hordas de hienas para salvarem as crias pondo em risco a própria vida. Para elas é mais importante defender a prole do que a elas próprias. E as avezinhas que voam quilómetros e quilómetros para procurarem comida para os filhotes e a defendê-los dos predadores. E o mesmo com todos os animais, pequenos ou grandes. Toda a gente sabe que não é boa ideia chegarmo-nos a uma cria quando a mãe está por perto. Era muito mais fácil e menos perigoso para as mães (e pais em certas espécies) porem-nos no mundo e dizerem: agora desenrascam-se. Mas não, até algumas espécies de salmão vêm do oceano salgado, sobem com enorme esforço rios de água doce para irem desovar onde nasceram. E a seguir morrem. O importante está feito, continuar a espécie!

No meu fraco entendimento, também acho fácil perceber porque é que os machos procuram em primeiro lugar as fêmeas que lhes parecem capazes de gerar melhores crias e as fêmeas entregam-se aos machos mais fortes, mais saudáveis, mais belos ou vistosos e com mais poder. O resultado desse cruzamento vão ser crias com maior probabilidade de sobreviver e vingar na vida. Mais uma vez o instinto da conservação da espécie.

E eu, cá para mim, o ser humano é um bicho, um animal, pronto (sem ofensa). Qual é o homem que não gostava de ter uma Angelina Jolie a jeito? Ou a mulher que virava a cara ao Brad Pitt? Ambos são belos, fortes, poderosos, à partida bons reprodutores. As suas três «crias» biológicas têm todo o potencial para continuarem a espécie humana nas melhores condições.

Bom, voltando ao Joãozinho e à Ritinha. Se os seus atributos sexuais ficam definidos no momento em que foram gerados (aquela coisa dos cromossomas X e Y), por que raio haviam eles de resolver mais tarde que querem ser uma Joãozinha ou um Ritinho? É o instinto de conservação da espécie? Claro que não.

À excepção de casos patológicos raros e complicados, o que acontece é um desvio comportamental, ou seja: uma alteração a esse instinto de conservação da espécie na sua componente reprodutiva que pode ser resultado de grande variedade de razões: pais ou mães excessivamente dominadores ou pelo contrário ausentes ou desinteressados, outros traumas sofridos desde a mais tenra infância, violência doméstica, abandono, aquilo que agora se chama bullying e que no meu tempo se chamava levar pancada dos colegas e ser alvo da chacota da escola (refúgio de relações desiguais de poder), dificuldade de abordagem ao sexo oposto, pressão social de grupos com o mesmo tipo de problemas, no caso de adultos relações heterossexuais fracassadas e traumatizantes, enfim: há um grande número de razões que, à medida que as pessoas crescem, se combinam, adicionam e se misturam com outras vivências e sentimentos, dando origem a esses desvios.

Este assunto veio-me à ideia depois de ter lido um artigo segundo o qual, só na cidade de Paderborn, na Alemanha, um conjunto de pais já tinha passado, no total, 210 dias presos, ou porque não tinham deixado os filhos irem às aulas de educação sexual, ou porque as próprias crianças se recusavam a ir, aulas nas quais entre outras coisas, se ensina a tal «ideologia do género».

Não julguem que sou homofóbico (acho este termo ridículo). Tenho alguns bons amigos e muitos conhecidos que são homossexuais, que estimo como a todos os que não o são. Não os acho culpados de nada. Quando muito serão vítimas.

Mas confesso que me assusta quando, como se não bastasse já a comunicação social, os estados, por meio das escolas, quererem formatar a cabeça das crianças, não só em assuntos tão sensíveis como este, mas também noutros como por exemplo na História ou nas Ciências.

Para mim que, repito, sou básico, a família é o núcleo da sociedade. A família é que deve educar e a escola limitar-se a ensinar. Uma sociedade sã e livre não resulta com certeza daquilo que os governos querem fazer de nós mas antes começa por uma família sã e equilibrada que ama, cuida e acompanha o crescimento e desenvolvimento dos seus filhos.





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