segunda-feira, 19 de setembro de 2016


As perseguições mafiosas

ao juiz Carlos Alexandre


António José Vilela e Fernando EstevesSábado, 26 de Março de 2015


O juiz de instrução Carlos Alexandre não tem tido uma vida fácil. Nos últimos 10 anos, já o ameaçaram, invadiram-lhe a casa, tentaram atropelar-lhe a mulher e agora envenenaram-lhe o cão.

O animal de nome Bart, que lhe tinha sido oferecido pelo procurador João de Melo, morreu envenenado com remédio dos ratos. Durante semanas, o cão agonizou e acabou por morrer na semana passada. Suspeita-se que alguém tenha atirado para o quintal da casa do juiz um alimento misturado com veneno para ratos.

Estes casos já não são estranhos para o magistrado judicial que há mais de 10 anos lida com os processos mais complexos relacionados com criminalidade violenta e económico financeira. Quando estava colocado na Polícia Judiciária Militar, Carlos Alexandre chegou a ser ameaçado e temeu até ser agredido dentro das instalações daquela força policial que dependia hierarquicamente do ministro da Defesa Nacional. Na altura, Paulo Portas era o titular do cargo e o juiz tinha ordenado que o seu chefe de gabinete fosse colocado sob escuta por causa de um alegado negócio de compra de material militar.

Mais tarde, já colocado no Tribunal Central de Instrução Criminal,  invadiram-lhe a residência e deixaram-lhe uma velha pistola à vista que estava guardada numa gaveta. O juiz achou que se tratava de um aviso. Apesar de ter segurança 24 horas por dia, outros dois acontecimentos viriam a deixá-lo bastante preocupado, sobretudo porque em causa esteve a mulher Felisbela, que terá sido objecto de duas tentativas de atropelamento quando passava numa passadeira para peões.

Agora foi a vez do cão da família.






PETIÇÃO



Rogério de Moura enviou-lhe a seguinte Petição.

Caros Amigos,

Acabei de ler e assinar a petição: «APOIO AO JUIZ CARLOS ALEXANDRE » no endereço http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT82973

Pessoalmente concordo com esta petição e cumpro com o dever de a fazer chegar ao maior número de pessoas, que certamente saberão avaliar da sua pertinência e actualidade.

Agradeço que subscrevam a petição e que ajudem na sua divulgação através de um email para os vossos contactos.

Obrigado.

Rogério de Moura

Esta mensagem foi-lhe enviada por Rogério de Moura (rdemoura007@gmail.com), através do serviço http://peticaopublica.com em relação à Petição http://peticaopublica.com/?pi=PT82973







Carlos Alexandre incomoda


A folha de serviço


Eduardo Dâmaso, Sábado, 15 de Setembro de 2016

O juiz Carlos Alexandre já foi alvo de denúncias anónimas sobre contactos com jornalistas que nunca teve. Foi obrigado a um striptease salarial e a relatar a inspectores judiciais todos os rendimentos da família. Foi vasculhado por causa de um empréstimo de 4 mil euros num programa de TV dirigido por Sandra Felgueiras, filha da famosa arguida Fátima Felgueiras, que fez outro programa onde explorava alegadas «coincidências» entre as decisões do juiz e as notícias de um jornalista.

Foi «aconselhado», por superiores, a suavizar decisões sobre o crime de branqueamento em processos relacionados com Angola. Viu processos de obras em casa espiolhados e decisões suas achincalhadas por desembargadores da Relação de Lisboa que passaram mais de uma década em comissões de serviço nomeados pelos amigos políticos, com base em opiniões e não em argumentação jurídica. Viu os filhos ameaçados com pistolas deixadas em cima das respectivas fotografias.

Nunca teve uma repreensão do Conselho Superior de Magistratura. Tem quase trinta anos de serviço público, centenas de decisões acolhidas pelo direito e uma folha de serviço impecável. Tudo isso é indiferente aos pregadores evangélicos como Louçã e a outros que o macaqueiam, que reduzem tudo ao interesse indisfarçável que prosseguem e que não é outro senão safar Sócrates, mesmo que isso leve Ricardo Salgado, Oliveira e Costa e Duarte Lima na mesma água do mesmo banho a deitar fora. Todos vítimas do malandro Carlos Alexandre e do iníquo Estado de direito em que vivemos… Grandes democratas!






O «caso» Carlos Alexandre


Elogio dos vermes


José Mendonça da CruzCorta-Fitas, 14 de Setembro de 2016


O juiz Carlos Alexandre deu uma entrevista em que explicou quem era, e tudo o que disse de si está solidamente comprovado pela sua vida, a sua carreira, e o testemunho de quem o conhece ou com ele trabalhou. Mas o juiz Carlos Alexandre cometeu um erro grosseiro de avaliação: avaliou mal o país e o tempo em que vive, incomensuravelmente mais rascas do que julga ou desejaria. Compreende-se, pois, que logo lhe tenham caído em cima os barões do país pardo e da corrupção, obviamente acolhidos e aclamados na comunicação social avençada, e inevitavelmente acompanhados daqueles idiotas úteis que seguem qualquer carroça de pruridos politicamente correctos, na ilusão de mostrar equilíbrio e equidistância.

O juiz Carlos Alexandre avaliou mal.

Declarou-se católico praticante, e disse que a fé o estrutura e fortalece. Ofendeu o credo «laico» da redutora acepção socialista, menosprezou jacobinos e maçons.

Contou com alegria que tem uma família sólida e tradicional, com a qual se sente feliz. Desconsiderou, pois, as virtudes fracturantes.

Revelou serenamente que trabalha muito, ganha pouco, e vive uma vida de austeridade e contenção. Mostrou-se, portanto, displicente com uma governação que virou a página da austeridade, que defende a redução do horário de expediente para os trabalhadores (desde que do sector público), e celebra o fausto, (desde que reservado a quem tem políticas para as pessoas). E, pior, desprezou as nobres carreiras daqueles defensores da coisa pública que, à força do seu dinâmico optimismo, saltaram do Clio para o Mercedes S, do apartamento para o palacete e a casa de férias, da mediania para o enriquecimento sem causa ou explicação, do anonimato para a gloriosa inutilidade de algum observatório ou fundação.

O juiz Carlos Alexandre apresentou-se, em resumo, (e a sua vida e carreira, repete-se, parecem confirmar que é assim) como um homem sério e bom, incorruptível, estranho ao deslumbramento das mordomias, do dinheiro a rodos, dos pied à terre em Paris. Mais grave ainda: o juiz pareceu manifestar uma inabalável fé na Justiça, mesmo naqueles casos a que o programa do PS chama perseguição a políticos (seus).

Eis, pois, em pormenor e por extenso, o mais álacre manifesto contra o tempo novo português.

Que juiz deve servir, então, se Carlos Alexandre, que vai tão ao arrepio do miasma, não serve?

É fácil. Algum magistrado fiel como Santos Silva ou Silva Pereira; impoluto como Rocha Andrade; sensato, contido e escrupuloso como Costa; intocável como Ferro Rodrigues; polido como Galamba; sério como César; equidistante como Rangel; insuspeito como Nascimento; trabalhador como Nogueira; crível como Centeno; e que, no entanto, fosse frugal... como Sócrates.





sábado, 17 de setembro de 2016

segunda-feira, 8 de agosto de 2016


Os amorais


João Gonçalves, Jornal de Notícias, 8 de Agosto de 2016

Costa move-se sempre no limiar do delito político. Começou por derrubar Seguro depois de este ter dado duas vitórias ao partido. A seguir, recuperou algum pessoal do «socratismo», desprezando ostensivamente Sócrates, quando percebeu que a «teoria do poucochinho» se ia virar contra si. O poucochinho das legislativas levou-o a arranjar comparsas que lhe dessem o que faltava. Começou, aliás, a tratar disso mal leu o destino na opinião pública. Arranjou uma maioria parlamentar, esquadrinhada em três ou quatro papeletas bilaterais, que lhe permitiu um Governo minoritário, um programa, um Orçamento falacioso e outras bizarrias que vão saindo no «Diário da República». Os comparsas do Bloco e do PC não se preocupam excessivamente com detalhes. O que ainda há menos de um ano seria alvo de intensa berraria e «luta», agora faz-se de conta que não existe. Para estes beneméritos, não há aumento directo ou encapotado de impostos, não há caciquismo PS e não existem reclamações acerca do estado geral da nação. A ausência da «direita» do poder basta a estas almas hipócritas como consolo. A tolerância destes novos beatos, sobretudo os invertebrados e laicos do Bloco, para com o Governo de Costa também se nota em coisas como as que envolveram o ministério do dr. Brandão e três secretários de Estado por causa da bola e de uma empresa privada. Do primeiro, veio a «fonte» que induziu este jornal a um título, desmentido adequadamente na edição seguinte, sobre um juiz que alegadamente seria «interessado» numa sentença desfavorável ao ministério. Este episódio induzido deu azo a um artigo repelente do «Público» que mais parecia um relatório pidesco sobre a vida privada do juiz. O assunto, não encerrado, dos secretários de Estado seria simplesmente grotesco e irrelevante, se as reacções oficiais não tivessem sido o absurdo que foram, revelando uma falta de escrúpulos pela inteligência do comum dos cidadãos. Não existem «usos e costumes» que desculpem atitudes, activas ou passivas, que anulam qualquer tipo de autoridade política ou administrativa e que desprestigiam o Estado. Tudo e todos somados, parece estarmos entregues a amorais simples, ou seja, a políticos que ignoram o imperativo categórico da interiorização, da vinculação absoluta e da espontaneidade dos deveres éticos. É o Portugal contemporâneo de que Oliveira Martins narrou, como ninguém, o «exemplo singular de desordem moral», das «podridões do egoísmo» e dos «defeitos próprios de aventureiros».





segunda-feira, 25 de julho de 2016


Cantão suíço de Ticino

Burqa proibida e sujeita a pesada multa



O parlamento do Cantão de Ticino, na Suíça, aprovou uma lei que pune as mulheres que usem burqa ou niqab com multas que variam entre os 92 e os nove mil euros.

A decisão foi tomada depois de um referendo ter provado que a proibição de cobrir a cara em espaços públicos é defendida por dois em cada três eleitores.

A lei, que entra em vigor nas próximas semanas, aplica-se também a turistas, pelo que a informação vai ser difundida em estações rodoviárias e ferroviárias e em aeroportos.

Desta forma – inspirada na lei francesa – pretende-se promover a integração social naquela região da Suíça, onde 2% dos 350 mil emigrantes é muçulmano.






quinta-feira, 21 de julho de 2016


ATENTADO EM NICE


Mas queremos mesmo isto na Europa?




Maria João Marques, Observador, 20 de Julho de 2016

A culpa é dos indivíduos que escolhem matar e violar, bem como da religião e da ideologia que a tal os inspira. Mas têm cúmplices, que os tratam como crianças inimputáveis e ainda dão lições de moral.

É daquelas pessoas que dá palmadinhas compadecidas nas costas do muçulmano que violou a rapariga ocidental de minissaia, afinal veio de uma cultural onde é normal maltratar mulheres, e por cá está desempregado? Acha, como Ana Gomes, que a culpa dos atentados terroristas na Europa é da austeridade? Defende que os pobres diabos, sejam violadores ou terroristas, têm de ser compreendidos, assimilados, receber muito dinheiro dos estados sociais europeus e, sobretudo, desculpados? Considera que os vilões verdadeiros são os que denunciam que os costumes islâmicos são aberrantes, concretamente para a condição feminina, e não podem ser tolerados na Europa? De cada vez que há denúncia de vilanias islâmicas, prefere escrutinar o mensageiro para tentar repudiar a mensagem? Vê como de uma lógica cristalina clamar contra o patriarcado e o heteropatriarcado e, simultaneamente, recusar aceitar que as comunidades islâmicas na Europa têm propensão para violar e brutalizar mulheres, e acumular com defesa de regimes que enforcam ou afogam gays? Repete vinte vezes por dia o mantra «o islão é uma religião de paz»?

Pois bem, é conveniente reconhecer que as pessoas iluminadas que responderam sim a dez por cento destas questões são cúmplices do caldo culpabilizante das vítimas que propicia os crimes dos islâmicos. Duvido que o à vontade criminal fosse tão grande se não notassem a solidariedade dos iluminados. Se não desconfiassem que a sua origem os vai livrar de investigações ou acusações mal um idiota útil grite xenofobia. Se não percebessem que a sociedade europeia se deixa vitimizar.

Vamos rever a matéria. O mais importante religioso muçulmano de Portugal é acusado pela mulher (que aparece com a cara ensanguentada em fotografias – certamente foi contra uma porta, como é costume) de violência doméstica. O que sucede? Os jornais param rapidamente de falar sobre o assunto e o Presidente da República dos afectos escolhe fazer na mesquita do acusado uma cerimónia no início do seu mandato.

Na Suécia, as violações por imigrantes de primeira e segunda geração, sobretudo de origem islâmica, são de tal ordem que o país já é conhecido por «capital de violações do Ocidente». Mas as autoridades escondem tanto quanto podem a origem dos violadores e chegam a culpar as mulheres por serem violadas: é que as desmioladas adoptam comportamentos não tradicionais ao papel do género feminino. Há até uma política sueca de esquerda – Barbro Sorman, em gritante necessidade de transplante cerebral – que defendeu no twitter que uma violação feita por um sueco é mais grave do que outra cometida por um imigrante. Afinal é «normal os refugiados quererem violar mulheres» e que aos suecos se exige que cumpram «standards mais altos que os imigrantes».

Deixemos de lado o tom colonialista deste discurso: são uns selvagens que não cabem nos altos padrões da civilização Ocidental. Iluminemos antes uma política de esquerda de um país europeu que vê como menos grave um imigrante não querer cumprir o articulado legal para crimes violentos do país que o acolhe – e os jornalistas que não incomodem mais os violadores muçulmanos.

Na Alemanha os abusos sexuais na passagem de ano foram abafados tanto quanto se pôde: os números, a origem dos abusadores, a existência dos crimes. No norte de Inglaterra a polícia preferiu conviver com adolescentes abusadas e prostituídas a investigar homens de origem paquistanesa.

Estamos nisto. Os atentados terroristas são culpa de George W. Bush e Tony Blair e Durão Barroso e da invasão do Iraque – esta é a tese desse equívoco parlamentar do PS que se chama Tiago Barbosa Ribeiro. Que França seja particularmente visada pelos terroristas, quando de forma ostensiva criticou e se distanciou e não participou da invasão do Iraque, não atormenta estas almas intelectualmente desafiadas. (Que se lembre que o 11 de Setembro de 2001 venha antes da dita invasão em 2003 também só se pode atribuir a picuinhice de gente islamofóbica da minha extracção.)

As violações e os abusos sexuais são culpa das mulheres, claro, que não se tapam nem facilitam nesta tarefa de permitir aos homens islâmicos lidar com as mulheres na Europa da maneira como estavam acostumados nos países de origem das suas famílias. Não somos acomodatícias e é bem feito que sejamos punidas por isso.

Um muçulmano que batia na mulher mata dezenas com um camião na Promenade des Anglais em Nice. Não teve nada a ver com ser islâmico: o pobre coitado devia sofrer com o patrão e tinha objecção de consciência ao fogo de artifício. Um refugiado afegão de 17 anos mata uns tantos num comboio na Alemanha. Apesar da surpreendente coincidência de ser islâmico (ninguém estava à espera), aposto que não foi religiosamente motivado, devia enjoar quando anda de comboio, ou o maquinista não o deixou visitar a locomotiva ou outra razão semelhante. E já temos um muçulmano (hein? quem diria?) a esfaquear uma mulher e meninas porque estavam com roupa escassa. Mas – novamente – não houve motivações religiosas nenhumas, ora essa, deve ter sido algum caso de bikinifobia.

A culpa, evidentemente, é dos indivíduos que escolhem matar e violar, bem como da religião e da ideologia que a tal os inspira. Mas têm cúmplices, que os tratam como crianças inimputáveis e ainda dão lições de moral. Pessoalmente não estou acima de sugerir a atribuição vitalícia de bolsas compulsivas para estudarem pinguins de Humboldt (nas ilhas de guano) a quem me periga a segurança e os direitos elementares com a apologia do islão na Europa.





quinta-feira, 14 de julho de 2016


A nova parábola dos talentos


Laurinda Alves, Observador, 12 de Julho de 2016

Mesmo os cépticos militantes e os cínicos mais incorrigíveis sabem que nestes momentos há uma matemática infalível: a da confiança que gera sempre mais confiança. Foi essa a lição de Fernando Santos.

E agora, que já todos conseguimos dormir umas horas seguidas, e os 23 rapazes mais o seu Mister também já voltaram a pousar a cabeça nas suas almofadas, depois de tocarem o céu e atravessarem oceanos de multidões dentro e fora dos estádios, agora sim, estamos em condições de retomar certas rotinas com mais alegria e confiança.

A vitória da Selecção não resolve nenhum dos nossos problemas, é certo, mas ajuda-nos a viver. Nem sabemos exactamente de que forma nos ajuda a enfrentar a vida, só sabemos que esta grande vitória nos resgata para o dia-a-dia tantas vezes previsível e chato. Faz-nos mais leves e torna-nos mais unidos, mesmo que a união seja efémera, e ao fim do dia cada um vá para seu lado. Acredito que hoje todos voltamos a ser quem éramos, excepto na alegria. E numa certa leveza.

Falo do alívio que resulta de não termos perdido perante adversários tão arrogantes e territoriais como os franceses. É impossível ser insensível à absurda presunção de superioridade de comentadores obliterados pelos nervos das vésperas da grande final. O alívio também nasce da certeza de que a vida nem sempre é justa e raras vezes evolui numa lógica de merecimento. Merecíamos ganhar, mas podia não ter acontecido. A bola podia não ter batido na trave. Mais, podíamos ter quebrado quando Payet tentou e conseguiu derrubar Ronaldo. Podíamos ter ficado derrotados logo ali, podíamos ter-nos revoltado, redobrado a agressividade ou, até, termos ficado para sempre desorganizados. Aquilo que aparentemente nos fragilizaria, foi o que nos tornou mais fortes.

Sei, e sabemos todos, de equipas inteiras que não teriam sobrevivido a uma baixa tão colossal como a saída do Cristiano Ronaldo, a pouco mais de vinte minutos de jogo. O alívio que gera leveza, emoções transbordantes e certezas crescentes é este mesmo, de sabermos tudo o que nos podia ter acontecido por sucessivos cúmulos de azar, mas felizmente não aconteceu. Tudo graças a uma incrível união que gerou uma incrível força. E, claro, porque felizmente o Éder estava lá e tinha a crença de que faria o golo. E tal como disse Pepe, «man of the match», na sua entrevista final: «Deus só dá grandes batalhas aos grandes soldados».

A Taça é nossa e foi inteiramente merecida. Desejada e sonhada, foi ganha com lucidez e garra, esforço e sacrifício, inteligência e humildade. Nunca será demais sublinhar a humildade inteligente dos jogadores e do Selecionador, aliás. A mim enche-me de orgulho esta atitude de uns e outros, pois detestaria torcer por uma selecção que não soubesse estar à altura dos acontecimentos. Custa sempre ver uma falta grave não assinalada, especialmente quando arruma com um grande jogador prévia e oficialmente proclamado como «alvo a abater». Mas custar-me-ia ainda mais se os nossos jogadores tivessem optado por retaliar, se tivessem desatado a jogar numa lógica «olho-por-olho» ou tivessem perdido a cabeça, pois na verdade perderam o seu maior general na batalha mais decisiva da campanha.

Gosto de gente de coração inteligente. Nunca ninguém nos pediu nem pedirá para sermos bons e parvos, muito pelo contrário! Do outro lado do campo havia jogadores apostados em derrubar a qualquer preço, mas deste lado todos se aguentaram nos embates e todos tiveram tamanho para os adversários. Dá gosto perceber a estatura moral dos homens, quando são postos à prova. E Ronaldo foi atingido no joelho mas não na alma. Assim como Éder, o novo herói galáctico, também não se deixou vencer por comentários daninhos e alcunhas feias. Ou Fernando Santos não perdeu o nervo nem deixou de defender cada um dos seus jogadores do primeiro ao último dia. E por aí adiante, porque cada jogador deu realmente o seu melhor e foi isso que festejamos torrencialmente na noite de domingo, foi isso que continuamos a celebrar massivamente durante todo o dia de ontem e é isso que mantém o nosso coração em festa hoje.

Fernando Santos impressiona pela fortaleza de carácter e pela convicção de aço. Lúcido e discernido, manteve a palavra até ao fim. Livre, muito livre na sua fé, não desperdiçou nem um segundo a disparar argumentos ou tácticas contra trincheiras inimigas. Fez o seu silêncio interior diário de reflexão, oração e comunhão para poder focar no seu círculo (ou perímetro, como tanto gostam de dizer os comentadores desportivos), mantendo-se firme na aposta de multiplicar os talentos dos homens que escolheu. Assim como o fiel jardineiro dobra os joelhos sobre a terra para a cuidar e adubar, também Fernando Santos cultivou pacientemente nos seus rapazes a confiança, a coesão e a união.

Presumo que mesmo os cépticos militantes e os cínicos mais incorrigíveis sabem que nestes momentos há uma matemática infalível: a da confiança que gera sempre mais confiança. Foi essa a lição de Fernando Santos, o homem que sabe que o fundamental não é cada homem acreditar em Deus, mas cair na conta de que Deus acredita em cada homem. Santos esforçou-se por traduzir esta verdade bíblica à letra e conseguiu. Não fingiu ser Deus, mas agiu à maneira de Deus: acreditou profunda e radicalmente em cada um dos seus eleitos. E transformou o tempo do Europeu num tempo de oportunidades. Sem queixas nem lamentos, sem acusações nem censuras, juntou as pedras que outros foram atirando e colocou-as longe do caminho.

O tempo do Europeu não era apenas um tempo de competição e rivalidades. Fernando Santos sabia isso e agiu em conformidade. Tratava-se de trabalhar muitas outras coisas ao mesmo tempo na equipa, mas também nos portugueses: projectar confiança, trabalhar a competência, conter os excessos da agressividade, combater o negativismo, elevar o moral de uma nação inteira, reforçar a união e… fazer a força. Na terminologia cristã, tão cara a Fernando Santos, este tempo serviu para juntar pedras e fazê-las desaparecer, pois foram lançadas pedras suficientes e este era, para ele, o tempo de nos aproximarmos, de criarmos união e proximidade.

Numa era de excessos e provocações, num mundo de «irracionalismo, relativismo pós-modernista e fundamentalismo religioso», para usar as palavras de Bento XVI, na célebre conferência de Regensburg, não é fácil ser cristão e começar um discurso final, transmitido à escala planetária, por agradecer a Deus. Fernando Santos começou e acabou a falar de um Deus que lhe pede para pôr os seus talentos a render ao serviço dos outros, mas também para multiplicar os talentos dos que estão à sua volta. E deu a entender que é a centralidade de Deus na sua vida que gera nele a urgência de fazer mais e melhor. A sua missão foi conduzir a Selecção (e todos os portugueses!) à vitória, mas não se esgota aqui. Fernando Santos trouxe muito mais que uma Taça para casa. Encheu-nos de certezas sobre as nossas capacidades, fez-nos transbordar de emoção e orgulho, mas também nos deixa agora a responsabilidade individual de não deixarmos que outros nos derrubem. Ou pior, que nos tornem duros como pedras por frustrações, desavenças, desilusões mútuas ou ofensas não perdoadas.

O rastilho da alegria que explodiu no domingo e mantém o País em festa desde o fabuloso petardo de Éder, não se pode apagar. Cabe a cada um de nós tentar manter a chama acesa, pois graças a esta vitória milhões de portugueses espalhados pelo mundo acordam e adormecem mais felizes e, acima de tudo, mais confiantes nas suas capacidades. E muitos milhares de emigrantes chegam aos seus empregos mais orgulhosos da sua identidade.

No final da campanha, podemos dizer deste Fernando o que o seu homónimo poeta escreveu na Mensagem:

     Cheio de Deus, não temo o que virá,
     Pois, venha o que vier, nunca será
     Maior do que a minha alma





quarta-feira, 13 de julho de 2016


Jornalista espanhol arrasa

ao defender a selecção das críticas


Javier Martin, jornalista do diário desportivo espanhol As, saiu em defesa da Selecção Nacional, depois das muitas críticas a que a equipa das quinas foi sujeita ao longo deste Europeu. Na sua crónica intitulada de «O normal é que ganhe Portugal», o jornalista espanhol começa por definir os pontos a favor.

«Portugal tem tudo a favor: joga em casa do adversário, com um público contra, um árbitro contra (já o vimos na semifinal) e o ex-chefe da casa de apostas, Platini contra».

Depois realçou os pontos contra, com muitas farpas à prestação francesa neste Europeu.

«Tem também contra toda a crítica desportiva europeia, que vê no futebol da França a quintessência, embora a Roménia os tenha assustado, tal como a Albânia e a Alemanha bailou diante deles, antes e depois de uma grande penalidade suspeita».

De seguida Martin arrasou a crítica francesa e espanhola que se atiraram a Portugal. Em relação aos franceses, Martin recorda Thierry Henry e Jerôme Rothen, que praticamente disseram que os gauleses já venceram. Já os espanhóis, o jornalista ataca-os defendendo que estes mudam de opinião demasiado depressa.

«A crítica francesa está com nojo de Portugal porque, dizem, é aborrecido, certamente arrebatados com o jogo francês nos meinhos nos treinos; Rothen, um medíocre, fala mal de Portugal e o exemplo de desportivismo, Henry – o mão da vergonha –  também subestima Portugal; e o que dizer da crítica espanhola? A Croácia tornou-se a melhor selecção quando venceu a Espanha, mas três dias depois defraudou as expectativas. É que Portugal tinha-os vencido. Transmutação semelhante aconteceu com o País de Gales, da excelência à vulgaridade, segundo os críticos, depois de passar pelo filtro português».

Martin remata com a seguinte frase:

«Os jogadores portugueses não são os melhores, ainda que alguns de segunda linha brilhem na Liga francesa; nem são mediáticos, mas são bons, alguns muito bons e um extraordinário. Com tal desprezo e o pouco que acompanha a sorte dos campeões, é normal que ganhe Portugal».

Veja mais em: http://www.adeptosdebancada.com/nacional/jornalista-espanhol-arrasa-ao-defender-a-selecao-das-criticas/#sthash.1kc1gQn8.dpuf






Carácter português supera

a fragilidade francesa



Portugal e os Portugueses vistos por um estrangeiro, por ocasião da vitória
de Portugal sobre a França na final do Euro 2016.

(Original em inglês)


. . . . .

(Tradução automática)

Carácter português supera
a fragilidade francesa

Uma equipe tinha a vontade de vencer.
O outro teve apenas je ne sais quoi.

Tunku Varadarajan

CET 7/11/16, 01:04

Actualizada 7/11/16, 14:01 CET

O simplista e superficial será tentado a descartar as finais do Euro 2016 como um final monótono a um torneio monótona e pobre. Eles vão estar faltando uma enorme ponto sobre finais de campeonatos - e cerca de futebol em si.

Portugal derrotou a França por 1-0, e a modéstia do placar obscurece uma infinidade de coisas: drama, fortaleza, pungência, perversidade, resistência e determinação. O que não obscurecer o fato de que esta foi a maior conquista de Portugal como nação desde o dia em que foi admitido na Comunidade Económica Europeia em 1986.

Com todos os pré-match falar deste jogo sendo uma colisão de frente entre as estrelas as duas equipes "- Antoine Griezmann e Cristiano Ronaldo - que era fácil esquecer que o futebol é um jogo de equipa. Um lembrete de que a verdade veio cruelmente aos 25 minutos, quando Ronaldo estava maca para fora do campo.Portugal, você teria pensado, era agora uma equipa órfão. O que seria dos homens deixados no campo, sem o seu jogador da estrela, sua cintilante talismã?

Ronaldo tinha sido ferido no 8º minuto depois de um robusto, mas não extravagante, resolver por Dimitri Payet. Seu joelho dobraram e ele caiu no relvado, provocando uma luta grotesca de vaias dos torcedores franceses. Ele saiu a coxear do campo para o tratamento, então mancou de volta novamente, apenas para diminuir para o relvado mais uma vez. Os fãs franceses repetiu sua erupção de vaias - cacophonic e implacável, uma forma hedionda para tratar um homem ferido; mas o cavalheirismo não é a força de multidões franceses, que poderia aprender uma coisa ou duas a partir de alguns dos fãs que estiveram em seu meio de mais nações desportivas.

Era um paradoxo, mas Portugal cresceu em força com a saída de Ronaldo; e a França, que parecia invencível até aquele momento, parecia ter o ar sugado para fora dela. Era como se a partida de seu maior inimigo tinha deixado sem pistas sobre quem o adversário era agora.

Portugal malha-se em cota de malha; e como o francês disparou suas flechas, eles não conseguiram furar a defesa Português. O heróico Rui Patrício, na baliza, era como um personagem de Os Lusíadas.


O futebol era raramente muito, exceto quando Éder marcou magicamente no minuto 110; e não foi sempre edificante. Em momentos como este, especialmente nos finais de grandes torneios, é melhor não pensar do jogo puramente como o futebol. Pense nisso, em vez disso, como um drama humano mais amplo, um teste de caráter, e de todas as habilidades e artes de sobrevivência e de penetração.

Então eu não acho que de Pepe - Doughty, vilão, desconexo, Pepe histriônica - apenas como um jogador de futebol empacotamento backline de Portugal. Eu o vi como um soldado, um sobrevivente, um repulsor de hordas que avançavam. Eu não acho que de Nani - insatisfatórios, muitas vezes decepcionante Nani - como a frente mais provável para marcar um golo para Portugal; Eu pensava nele como o batedor que forayed profundamente em território inimigo em busca de fendas e caminhos.

O francês entrou em campo, deve-se dizer, com um certo suporte, intitulada, e sentia-se, a meio do jogo, que eles estavam indo para uma punição. Eles desperdiçaram oportunidades em abundância, e Didier Deschamps vai lamentar sua má gestão de Paul Pogba e sua desconfiança de Anthony Martial. Ele também vai lamentar, eu suspeito, a ausência de Karim Benzema, excluído do elenco por razões morais blousy. França perdeu a agitação da Big Benz; França perdeu a sua vanguarda.

O Português, por sua vez, jogou fiel ao tipo nacional e histórico. Deles é uma terra que sempre usou seus escassos recursos com sabedoria, astuciosamente, esticando-os ao máximo grau. Como poderia um pedaço de terra no extremo ocidental da Europa continental construir para si um império de tal magnitude. Há uma dourness de determinação, uma fortaleza defensiva, uma obstinação incansável ao Português que lhes serviu bem no império e os serviu no campo de futebol na noite de domingo.

Este, lembre-se, foi a última potência européia para produzir a independência às suas colónias africanas. Houve uma obstinação para a sua longevidade colonial, assim como houve uma obstinação de seu futebol na noite passada. A bela francesa, com suas habilidades e emoções e seus pavão-jogadores, não poderia quebrar o espírito do Português. A equipe francesa não tem a determinação para uma sucata prolongado. Seu desejo de "ganhar muito" era muito sufocante.

A final será lembrado mais longo em Portugal, onde ele será lembrado por uma eternidade. O resto de nós faria bem para admirar os vencedores para a sua vontade de vencer. Afinal, isso é o que cada equipe veio fazer no Euro 2016.

Será que gosto de cada equipa a jogar futebol a forma como esta equipa Português faz? Certamente não. Mas não gostaríamos cada equipe querer ganhar tão mal como Ronaldo e seu bando de homens fizeram? Eu acho que o que fazemos.Certamente que fazemos.

Reportagem adicional de Satya Varadarajan.

Tunku Varadarajan, contribuindo editor da  POLITICO , está escrevendo a coluna Linesman na Euro 2016.





terça-feira, 5 de julho de 2016


Catarina Martins e os temas fracturantes


Francisco Ferreira da Silva, Diário Económico, 30 de Junho de 2016

A esquerda mais radical e o Bloco de Esquerda em particular têm estado a patrocinar o debate e, sempre que possível, a aprovar legislação sobre matérias que dividem a sociedade.

A adopção de crianças por casais homossexuais, as barrigas de aluguer, mudança de sexo a partir dos 16 anos, casas de banho unissexo, eutanásia, mudança de designação do Cartão de Cidadão, fim do «offshore» da Madeira e, mais recentemente, a intenção de convocar um referendo sobre a permanência de Portugal na União Europeia, todos foram temas para a líder do Bloco de Esquerda produzir declarações carregadas de dramatismo.

O diploma legal das chamadas «barrigas de aluguer», aprovado por uma maioria parlamentar que incluiu deputados do PSD, mas com os votos contra do PCP, foi objecto do primeiro veto do novo Presidente da República. Marcelo fundamentou o veto em pareceres do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, que chamam a atenção para o facto de a criança ser ignorada. O Parlamento tem agora de refinar o diploma e fazer com que a técnica apenas possa ser utilizada por casais com problemas de infertilidade grave.

A eutanásia é outro tema fracturante que o Bloco de Esquerda pretende legalizar. Ainda em fase de preparação, a questão da morte assistida coloca uma série de questões, éticas e legais, que têm adiado o avanço do tema que, além do Bloco de Esquerda, também conta com declarações de apoio de cerca de três dezenas de deputados do PS e com o PCP a valorizar o assunto mas a dizer que não é prioritário.

O Bloco de Esquerda e Catarina Martins também enveredaram por outros temas, como a exigência para que se mude a designação do Cartão de Cidadão para Cartão de Cidadania, para evitar a discriminação. Assunto que depois, pelo ridículo, parece ter caído no esquecimento. A líder do Bloco veio igualmente dar voz à exigência de que a mudança de sexo possa passar a ser possível a partir dos 16 anos.

Sempre em tom dramático, a líder incontestada do Bloco de Esquerda, eleita com 83% dos votos dos delegados à última convenção nacional daquele partido, que decorreu no último fim-de-semana, corre o risco de, a breve trecho, ficar sem mais temas fracturantes para lançar. Curiosamente, há um sobre o qual nunca se ouviu falar: a eugenia.

A eugenia é uma teoria altamente polémica, do ponto de vista ético e moral, que defende a possibilidade de melhoramento da espécie humana, do ponto de vista físico e mental, através de métodos de selecção artificial e de controlo reprodutivo que, entre outras coisas, podem prevenir e combater doenças de cariz hereditário transmitidas geneticamente. 

Melhor do que querer usar a tecnologia para vencer a natureza – como é o caso das pessoas com doenças agora incuráveis que pretendem ser congeladas para mais tarde, com o avanço da ciência, poderem vir a ser revitalizadas e curadas –, talvez seja preferível respeitar essa mesma natureza.

Um bom exemplo de como os homens podem errar foi dado por Jerôme Lejeune, pediatra e geneticista, e o biólogo Jacques Monod durante um debate televisivo. Lejeune perguntou: «Um pai sifilítico e uma mãe tuberculosa tiveram quatro filhos: o primeiro foi cego de nascença, o segundo morreu após o parto, o terceiro nasceu surdo-mudo e o quarto tuberculoso. A mãe ficou grávida de um quinto filho, o que faria o senhor?». Jacques Monod não pestanejou e respondeu: «Eu teria interrompido essa gestação», ao que Lejeune respondeu de imediato, «Então o senhor teria acabado de matar Beethoven».

Com que intenção pretende Catarina Martins introduzir, a cada momento, temas fracturantes da sociedade? O último foi, há poucos dias, o do referendo à permanência na União Europeia. A proposta já levou Rui Tavares a escrever no Público que «não há pior para os referendos do que os políticos ambiciosos. Quando anunciam referendos não tencionam convocá-los, quando os convocam não os querem ganhar e quando os ganham não sabem o que fazer». Dirigida a Catarina Martins, a ideia também pode aplicar-se aos líderes da campanha do «leave» no Reino Unido que, agora, não sabem o que fazer.

Também Ricardo Araújo Pereira, no programa Governo Sombra, se referiu a Catarina Martins para afirmar que, se seguir à risca o preceito contra a discriminação que é o Cartão de Cidadão, dirá um dia: «Portugueses e portuguesas, estamos aqui reunidos e reunidas porque estamos todos e todas preocupados e preocupadas com a questão dos desempregados e desempregadas», e concluiu que «ninguém leva a sério uma pessoa que fale assim». É caso para dizer: oxalá assim seja, porque não há nada mais irritante do que o tom dramático que a líder do Bloco de Esquerda utiliza para os mais diferentes temas, sejam eles fracturantes, ou não.





quinta-feira, 23 de junho de 2016


Sopas e descanso

para o professor Adriano Moreira


Adriano Moreira (1922 - )

João José Horta Nobre, História Maximus, 13 de Abril de 2016 

«É por isso que a questão do convívio pacífico, respeitoso, e cooperante das religiões institucionalizadas é uma exigência mundial para a paz nos nossos atribulados dias: um Conselho das Igrejas institucionalizadas, na ONU, ao lado do Conselho de Segurança, não deve ser adiado, ou o globalismo verá acentuar o seu carácter actual de anarquia mundial.»

O professor Adriano Moreira ou não sabe o que é o Islão, ou então faz de conta que não sabe. Uma pessoa que em pleno século XXI ainda acredita seriamente na possibilidade «do convívio pacífico, respeitoso e cooperante» do credo de Mafoma com as restantes religiões institucionalizadas, ou é uma pessoa extremamente ingénua, ou é ignorante ou então está ao serviço do lobby politicamente correcto e por isso escreve este tipo de coisas para ficar bonito.

Ignorante é que eu sei que o professor Adriano Moreira não é. Restam por isso duas hipóteses: a ingenuidade ou o politicamente correcto. Talvez seja uma mistura de ambas que o levam a escrever o que escreveu. Seja o que for, só me apetece mesmo é dizer-lhe: «ganhe juízo!»

«Convívio pacífico, respeitoso e cooperante» do Islão com as restantes religiões institucionalizadas? Are you serious??? Alguém minimamente bem informado acredita mesmo nesta utopia espiritual?!? Talvez seja mais fácil fazer com que o céu nos caia em cima da cabeça, do que alcançar um «convívio pacífico, respeitoso e cooperante» com o Mundo Islâmico.

Sopas e descanso para o professor Adriano Moreira, disso é que ele precisa, disso e de sonhar menos...