segunda-feira, 19 de maio de 2008

As eleições do PSD
à luz dos valores da civilização

Na feira de marketing eleitoral, fala-se de nada, quanto muito — e normalmente mal — de economia, com promessas onde os Portugueses já aprenderam a ver puro engano. Mas o mais grave na feira eleitoral é, por parte da classe política, a não defesa assumida dos valores da Civilização em tempo da sua necessária e imperiosa defesa, mesmo a não abordagem desses temas, e até mesmo ataques a esses valores.

Assim sendo, nestas eleições internas do PSD, os votantes que defendam os valores da Civilização devem confrontar directamente cada candidato, um a um, com essas questões, obrigando-os a definirem-se naquilo que é essencial e que alguns deles procuram ardilosamente escamotear. Obviamente, quando se fala em Civilização, fala-se daquela de matriz greco-latina que tomou como princípio director a ética cristã. E sabe-se que os seus valores morais não são exclusivos dos cristãos mas pertencem também àquelas pessoas neles educadas, e que deles comungam.

Sugere-se, pois, um questionário directo aos candidatos sobre as questões chamadas «fracturantes», que os confrontem com valores superiores na sua hierarquia, não permitindo escamoteá-las. Para que os campos se definam, se fracturem. Para que cada eleitor saiba de facto, por dentro, em quem vai votar, em que alma vai votar. Para que amanhã, mais uma vez, não se sinta traído quando esses políticos fabricarem leis relacionadas com a Civilização, a sua ética e a sua moral.

Concretamente, as questões de Civilização que coloco a cada um dos candidatos que apanho à mão de semear são quatro.

Primeira. Que posição tem sobre a defesa da vida: o aborto e a eutanásia?

Segunda. Que posição tem sobre os chamados «casamentos» entre invertidos?

Terceira. Que posição tem sobre a pornografia nos meios de comunicação, nomeadamente nos do Estado, pagos pelos contribuintes na sua factura de electricidade?

Quarta. Que posição tem sobre a legalização das drogas?

A estas quatro questões de Civilização, eu junto mais duas sobre a defesa da identidade nacional, que, embora indirectamente, também têm a ver com a Civilização, na medida em que Portugal deve ser um seu baluarte.

Primeira. Que posição tem sobre o chamado «acordo ortográfico», destruidor da língua e da cultura portuguesa, portadoras dos valores da Civilização?

Segunda. Que posição tem sobre a «regionalização», destruidora da unidade nacional?

Já colocadas estas questões a dois candidatos, obtive os seguintes tristes resultados.

Santana Lopes (13.5.2008, Secção A de Lisboa do PSD).
Vida: aborto, contra (+); eutanásia, precisa de reflectir (-). «Casamentos» entre invertidos, está preocupado com os direitos deles (-). Pornografia nos meios de comunicação, depende das horas a que é emitida (-). Legalização das drogas, contra (+).
Acordo ortográfico, entusiasta e orgulhoso de o ter assinado (-) (18 anos antes, na mesma sala, sentado na mesma cadeira, confrontado com a mesma questão, tinha declarado ter assinado contrariado o Acordo...). Regionalização, a favor de «experiência-piloto» (-).
Resultado global: em 6 acertou em 1,5; muito mau, mais do que não confiável, é inimigo dos valores da Civilização e da coesão nacional.

Pedro Passos Coelho (14.5.2008, Secção A de Lisboa do PSD).
Vida: aborto, a favor (-); eutanásia, não tem posição definida (-). «Casamentos» entre invertidos, responde com a «máxima»: «Ninguém pode ser discriminado em razão da sua opção sexual» (-); e acrescenta, de sua livre iniciativa, que não tem posição sobre a adopção de crianças por «casais» homossexuais (-). Pornografia nos meios de comunicação, «tem de ter o seu espaço próprio» (-). Legalização das drogas, a favor (-).
Acordo ortográfico, simplesmente não vê vantagens (-). Regionalização, a favor de «um certo modelo de regionalização» (-).

Resultado global: em 6 não acertou numa única; muito mau, mais do que não confiável, é integralmente inimigo dos valores da Civilização e da coesão nacional.

Ainda algumas observações finais.
O relatório sobre estes dois candidatos não constitui, de modo nenhum, uma carta de recomendação para qualquer dos outros. É preciso questioná-los e ouvi-los. Apenas me foi possível, até agora, obter as respostas destes, aguardando a oportunidade de questionar os restantes, ficando entretanto na esperança de não serem desastrosos a este ponto, e, de preferência, de serem correctos.

As opiniões destes dois chefes políticos — como aliás de outros, deste partido ou do que costuma ser situado à sua direita — estão muito longe de coincidir com as opiniões da generalidade dos militantes anónimos. Tais chefes políticos apenas reflectem as opiniões da parte mais decadente da classe política dirigente, do lobby modernaço, que encontra eco exclusivamente nas afins minorias activas, internas e externas desses partidos, e em alguns complexados «tolerantes», propensos ao «politicamente correcto».

Que cada pessoa de bem, cristão ou não, que cada português, que cada eleitor partidário saibam quem é quem e ajam em conformidade. Chegou o tempo de sermos nós os fracturadores, de passarmos da posição de recuo táctico à contra-ofensiva.

A ética, a moral e a natureza estão do nosso lado.

15.5.2008
Heduíno Gomes

1 comentário:

Unknown disse...

O Forumrprp é uma iniciativa de louvar para que Portugal seja um país como deve ser.
Eu queria inscrever-me no Fórum, mas não encontrei qualquer indicação no vosso site. Gostaria de ser informado como poderei fazer a minha inscrição.
Obrigado.