sábado, 19 de dezembro de 2009

Para fechar sobre Saramago


Mário David
Num exercício de absoluta Liberdade de Expressão, exprimi a minha opinião sobre declarações proferidas por José Saramago, que são injuriosas para a maioria do povo Português, para duas Religiões (a Cristã e a Judaica) que podemos ou não professar, mas que em qualquer circunstância devemos sempre respeitar.

Não julgo Saramago por delito de opinião, mas Liberdade não pode ser confundida, em circunstância alguma, com insulto gratuito e eventualmente com meros fins comerciais. Ninguém pode achar que ofende, conscientemente, seja quem for, e que espere da sociedade um silêncio e complacência total.

Não julgo Saramago pela qualidade da sua escrita nem pelo livro que recentemente lançou. Não é a minha área: sou médico e nas últimas décadas profundamente empenhado no processo de construção Europeia.

Não julgo Saramago pelas suas não opções religiosas. Livres e respeitáveis. Mas não posso deixar de salientar a ironia de haver alguém que quer impor a razão como pedra basilar da análise religiosa, mas na política, em que tantas vezes participa, defender um Comunismo retrógrado e ultra-conservador que é um sistema que a História provou potencia o pior da Natureza Humana. Compreendo a amargura de quem obstinadamente defende um sistema que todos sabemos ultrapassado, falido e desumano.

Mas não posso deixar de julgar politicamente aqueles que estendem a Saramago uma passadeira vermelha para o disparate, que lhe atribuem património que é parte da nossa História e aceitam depois, calados e cúmplices, que insulte milhões de Portugueses. Os mesmos de sempre, os ?donos da democracia?, que apelidam de fascista e inquisidor qualquer pessoa com opinião contrária à sua.

Tenho orgulho em não ter calado a minha revolta e aquilo que senti ao ler aquelas acusações. Pelas reacções recebidas, traduzi o sentimento de muitos Portugueses, cansados da arrogância de alguém que não tem pudor em defender o fim de Portugal como Nação, ou ameaçar e tentar condicionar, brincando com a sua cidadania, o resultado de umas eleições Legislativas. E ainda cansados de alguém que, neste caminho decadente, elegeu a Igreja Católica como alvo constante de provocação gratuita e desnecessária, a quem tudo se pode dizer e se espera que fique calada.

No Portugal livre e democrático, Saramago será Português enquanto o entender. Mas quem levianamente questiona a sua cidadania de forma recorrente, não se pode espantar que alguém lhe sugira, simplesmente, que concretize a sua ameaça.

Acima de tudo, tenho orgulho em ser Português, sou um Democrata desde sempre, defendo a Liberdade de expressão, defendo um Estado que deve ser laico mas respeitador de todos, mas não me peçam, nunca, para assistir calado a um insulto!

E com isto, ponto final!

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