João Miguel Tavares, Correio da Manhã
No outro dia estava com dificuldade em adormecer e decidi ler a maior obra de ficção publicada em Portugal nos últimos anos: o programa eleitoral do Partido Socialista.
Vejam o que encontrei na página 28: "Quanto às SCUT, deverão permanecer como vias sem portagem enquanto se mantiverem as duas condições que justificaram a sua implementação: (i) localizarem--se em regiões cujos indicadores de desenvolvimento sócio-económico sejam inferiores à média nacional; e (ii) não existirem alternativas de oferta no sistema rodoviário." Falta, evidentemente, o ponto (iii), que me ofereço desde já para acrescentar: "e (iii) desde que a situação económica não fique lixada ao ponto de a gente precisar desesperadamente de fazer umas massas dê lá por onde der."
Tenho cá para mim que hoje em dia as reuniões do Conselho de Ministros começam com José Sócrates a perguntar: "Meus senhores, há algum ponto do programa eleitoral do PS que nós estejamos a cumprir?" Se algum ministro levantar a mão e disser "sim senhor, na página 66 há um breve ponto sobre o combate à diabetes que neste momento corre o risco de se vir a tornar realidade", aí o primeiro-ministro intervém para repor a ordem: "Há uma reputação a manter, meus senhores. Acabem imediatamente com esse desvario."
Deixem-me esclarecer que não está aqui em causa a justeza das facadas no programa eleitoral do PS. As SCUT, na minha modesta opinião, nem sequer deveriam ter sido inventadas. Agora, não deixa de ser espantoso que José Sócrates tenha sido eleito com base em 120 páginas de patranhas, numa altura em que a crise mundial já estava por todo o lado. É isto que os portugueses têm de perceber. Ninguém precisa de escutas ou comissões de inquérito para concluir que o país chapinha em mentiras. Basta ler o programa eleitoral do PS.
Vejam o que encontrei na página 28: "Quanto às SCUT, deverão permanecer como vias sem portagem enquanto se mantiverem as duas condições que justificaram a sua implementação: (i) localizarem--se em regiões cujos indicadores de desenvolvimento sócio-económico sejam inferiores à média nacional; e (ii) não existirem alternativas de oferta no sistema rodoviário." Falta, evidentemente, o ponto (iii), que me ofereço desde já para acrescentar: "e (iii) desde que a situação económica não fique lixada ao ponto de a gente precisar desesperadamente de fazer umas massas dê lá por onde der."
Tenho cá para mim que hoje em dia as reuniões do Conselho de Ministros começam com José Sócrates a perguntar: "Meus senhores, há algum ponto do programa eleitoral do PS que nós estejamos a cumprir?" Se algum ministro levantar a mão e disser "sim senhor, na página 66 há um breve ponto sobre o combate à diabetes que neste momento corre o risco de se vir a tornar realidade", aí o primeiro-ministro intervém para repor a ordem: "Há uma reputação a manter, meus senhores. Acabem imediatamente com esse desvario."
Deixem-me esclarecer que não está aqui em causa a justeza das facadas no programa eleitoral do PS. As SCUT, na minha modesta opinião, nem sequer deveriam ter sido inventadas. Agora, não deixa de ser espantoso que José Sócrates tenha sido eleito com base em 120 páginas de patranhas, numa altura em que a crise mundial já estava por todo o lado. É isto que os portugueses têm de perceber. Ninguém precisa de escutas ou comissões de inquérito para concluir que o país chapinha em mentiras. Basta ler o programa eleitoral do PS.
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