O New
York Times, que não publicou qualquer cartoon do Charlie Hebdo, fez primeira
página com a foto do momento em que um dos terroristas mata a sangue frio um
agente policial que está caído no chão e de mãos no ar
O director de um dos jornais de maior circulação no mundo
explica a decisão de não ter publicado qualquer caricatura do Charlie Hebdo no
dia seguinte ao atentado que matou 12 pessoas.
«Temos um princípio: há uma diferença entre o insulto
gratuito e a sátira. A maior parte dos desenhos [do Charlie Hebdo] são
insultuosos». Foi por isso que, afirmou Dean Baquet, director executivo do The
New York Times (NYT), um dos maiores jornais do mundo não publicou hoje
qualquer cartoon do jornal atacado por islamitas.
A decisão não foi fácil, admite o próprio na
edição online do NYT,
questionado pela provedora do leitor Margaret Sullivan. Baquet afirma que
começou o dia de ontem convencido de que iria publicar os cartoons «por causa
da sua relevância noticiosa e como forma de solidariedade para com os
jornalistas mortos no atentado, bem como pelo direito à liberdade de
expressão». Mas ao longo do dia tendo «ouvido muitas opiniões», chegou mesmo «a
mudar de ideias duas vezes».
Concluiu que deveria tomar a decisão sozinho. «Até que
ponto o valor noticioso ultrapassa os nossos 'standards'?», perguntou-se. Se
tal acontecesse, o jornal publicaria sempre «as imagens mais incendiárias», o
que considera inaceitável.
Assim, e por entender que os cartoons do Charlie Hebdo
são mais insultuosos do que satíricos, optou por não publicar nenhum.
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