Camilo Lourenço
Pedro Passos Coelho chegou há pouco tempo à chefia do Governo. Mas não é um novato na política. É por isso que surpreendem alguns erros que comete. Como o que aconteceu em Berlim. No final do encontro com Angela Merkel o primeiro-ministro concordou com a Chanceler quando esta recusou as "eurobonds". Com o argumento de que é preciso criar primeiro um Tesouro Europeu, o que pressupõe maior união política.
De facto não pode haver Ministério das Finanças Europeu, com o poder de se intrometer (leia-se mandar) na política orçamental de cada Estado, sem integração política. Mas foi aqui que Passos meteu a pata na poça, ao alinhar totalmente com a Chanceler quando esta renegou, "ad limine", as obrigações europeias. Ora à velocidade com que as coisas estão a acontecer nos mercados, os líderes europeus podem ter de criar, de um dia para o outro, essa instituição. Ou seja, é melhor começar a preparar já as opiniões públicas para essa inevitabilidade. Na Alemanha, em Portugal, em Espanha...
Passos Coelho quis agradar a Angela Merkel, provavelmente para cair nas suas boas graças. Fez mal. Porque a primeira preocupação da Chanceler é o eleitorado alemão, não os interesses da Europa. Por isso muda tantas vezes de opinião. Se de hoje para amanhã a zona Euro for obrigada a criar um Tesouro Europeu e avançar para as Eurobonds, qual a credibilidade de Passos Coelho para defender essa solução?
P.S. - O leitor conhece alguma proposta, de algum Governo, que a Fenprof tenha aprovado?
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